Meses após ter o seu desenvolvimento anunciado, a série Cidade Invisível teve a sua primeira temporada recentemente lançada pela Netflix. E com isso, no meio de tantas questões da sua trama, um dos pontos de maior destaque envolve justamente a origem dos seus personagens ligados ao folclore brasileiro.
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A história de Cidade Invisível acompanha os esforços de um fiscal ambiental (Marco Pigossi) para descobrir os reais motivos da morte de sua esposa – que parecem estar ligados diretamente ao surgimento do boto-cor-de-rosa na praia.
Correndo contra o tempo para salvar sua família, ele acaba se deparando com seres mitológicos do folclore brasileiro durante a investigação. Cidade Invisível é uma série policial que traz temas relevantes como a preservação ambiental, o resgate da cultura popular brasileira, além de explorar as relações humanas através do místico.
Cidade Invisível: Saiba quem é quem no folclore brasileiro
Alessandra Negrini como Inês / Cuca
Apresentada inicialmente como Inês na série Cidade Invisível, a Cuca é uma das figuras centrais da trama do projeto. A mesma é apontada sempre como uma das lendas mais populares do folclore brasileiro, sendo descrita como uma bruxa velha com aparência assustadora que possuí um corpo de jacaré e unhas imensas.
Dona de uma voz assustadora, a Cuca rapta as crianças desobedientes. Reza a lenda que a bruxa Cuca dorme uma vez a cada sete anos. Por isso, os pais tentam convencer as crianças a dormirem nas horas corretas pois, do contrário, serão levadas por ela.
Jimmy London como Tutu / Tutu Marambá
O personagem Tutu desde o seu começo apresenta uma grande ligação com Inês na série brasileira da Netflix. Contudo, as dificuldades aqui surgiram até conseguirmos identificar a sua lenda no folclore brasileiro. Quando descoberto, ficamos então sabendo que trata-se de Tutu Marambá, também conhecido como Bicho-Tutu, que é um monstro fantasma semelhante ao Bicho Papão.
Ele geralmente aparece em cantigas folcloricas. Irmão do Bicho-Papão e do Boi da Cara Preta, o Tutu Marambá é uma criatura toda negra, sem ter, porém, forma discernível alguma. Segundo Câmara Cascudo, provém do termo africano Quitutu que significa ogro ou papão.
Wesley Guimarães como Isac / Saci
Apresentado inicialmente como Isac na série Cidade Invisível, este é sem dúvida alguma a lenda mais fácil do folclore a ser identificada ao longo da trama. O Saci Pererê está entre as lendas do folclore mais conhecidas pelo povo brasileiro. Assim como a maioria dos personagens folclóricos, ele também é de origem Tupi-Guarani.
O Saci está descrito como um menino negro, de short vermelho, com apenas uma perna. Além disso, ele usa um cachimbo e um gorro que lhe dá poderes mágicos.Ele costuma confundir as pessoas aparecendo e desaparecendo em redemoinhos. Uma das brincadeiras que ele mais gosta de fazer é: esconder objetos e dar nó nos rabos dos cavalos.
Fábio Lago como Iberê / Curupira
Apresentado como um mendigo que leva o nome de Iberê, o Curupira acaba sendo identificado ao longo da trama da série Cidade Invisível justamente pela sua ligação com o personagem Isac / Saci.
O curupira é outro exemplo de personagem que gosta de enganar as pessoas. Igual ao saci, ele adora fazer traquinagens e, por ser protetor da fauna e da flora, atrai os destruidores da natureza para outros caminhos através das suas pisadas ao contrário. Na língua dos tupi guarani dos índios brasileiros, curupira significa: corpo de menino.
Por sua vez, na trama da série vemos o Curupira de uma forma mais adulta e vingativa com objetivos bem definidos para defender as florestas. Foi ele, inclusive, quem matou o caçador que deu início a lenda do corpo-seco.
Jessica Cores como Camila / Iara
Sendo mais um nome apresentado como tendo uma ligação com Inês, a personagem Camila rapidamente mostra a sua verdadeira face como a Iara na série Cidade Invisível. A Iara é uma lenda inventada pelo povo Tupi. Entre as lendas do folclore brasileiro, ela é uma das mais populares. A personagem é representada por uma sereia de beleza encantadora e cabelos longos e pretos, e dona de uma vez encantadora.
Antes de virar sereia, Iara era uma índia tão bela que despertava a inveja de muita gente, inclusive de seus irmãos que resolveram matá-la em uma floresta. Contudo, Iara não morreu e quis se vingar matando-os. Por conta disso, ela foi punida e jogada no encontro do Rio Negro e Solimões. Diz a lenda da Iara que ela atrai os pescadores com a sua voz para o fundo do mar e depois eles não são mais vistos.
Victor Sparapane como Manaus / Boto
Apresentado inicialmente como Manaus, o Boto cor de rosa é a porta de entrada do protagonista Eric para o mundo das lendas do folclore brasileiro na série Cidade Invisível.
O boto cor de rosa é uma lenda originária da Amazônia. O personagem é descrito como um boto que sai nas noites de festas, disfarçado no corpo de um belo homem vestido de branco, com o intuito de atrair mulheres e levá-las para acasalar no fundo do mar. Diante disso, é bastante comum dizerem que uma criança é filha do boto, quando há uma paternidade desconhecida.
Manu Dieguez como Luna / Corpo-Seco
Inicialmente apresentada apenas como a filha do protagonista da série, aos poucos a pequena Luna vai ganhando uma grande importância na trama de Cidade Invisível. E um dos motivos para isso envolve justamente a lenda do Corpo-Seco, que por sua vez também tem uma ligação com o Curupira e outras questões ao longo dos episódios. Mas no final, o que realmente importa neste resumo é o fato de que ele possuí a jovem personagem.
Assim como na série, a lenda do corpo seco é umas das narrativas mais sombrias dentre as demais lendas do folclore brasileiro. Isso porque ela conta a estória de um homem que maltratava todos ao seu redor quando era vivo, sobretudo, sua mãe. Depois de morto, como castigo, ele vive como uma alma penada do cemitério.
Marco Pigossi como Eric / Filho do Boto
Esta é uma abordagem interessante para a primeira temporada de Cidade Invisível, já que como protagonista o personagem Eric inicialmente não parece ter qualquer ligação com as lendas do folclore brasileiro. Entretanto, tudo isso muda ao longo da trama.
Ao mesmo tempo em que vai se envolvendo cada vez mais com os mistérios que passam a cercar sua vida, o policial ambiental descobre também que é, na verdade, o filho de Manaus / Boto Cor de Rosa.
Julia Konrad como Gabriela / Lenda desconhecida até o momento
Mesmo tendo o seu destino definido logo no início da trama, a personagem Gabriela acaba se fazendo presente ao longo da trama de toda a primeira temporada de Cidade Invisível. Um dos motivos para isso é o fato de que aparentemente a mesma também é uma lenda do folclore brasileiro, mas até agora sem qualquer identificação definida.
Neste ponto, por conta do seu objetivo em defender a floresta a qualquer custo, uma das possibilidades seria que ela represente a lenda do Boitatá. A lenda varia conforme cada região, porém, conforme a origem (tupi-guarani) em que foi criada, a serpente é inspirada por uma cobra de fogo protetora da mata. A depender da região, ela pode ser conhecida de: baitatá, biatatá, bitatá e batatão. A lenda ainda diz que as pessoas que olharem diretamente nos olhos da cobra ficam cegas.
Sobre a série Cidade Invisível
O enredo de Cidade Invisível é uma criação original de Saldanha inspirado em uma história desenvolvida por Carolina Munhóz e Raphael Draccon tendo Mirna Nogueira como roteirista-chefe. A série é dirigida por Luis Carone e Julia Jordão, com direção-geral de Luis Carone.
Cidade Invisível é produzida por Beto Gauss e Francesco Civita (Prodigo Films), com Caito Ortiz (Prodigo Films), Maresa Pullman (BottleCap Productions) e Marco Anton (Boipeba Filmes) também assinando a produção executiva.