Com o seu primeiro episódio já tendo lançado pelo Disney+, a série Falcão e o Soldado Invernal revelou logo em seu início a existência de um grupo chamado Apátridas. E com isso, agora reunimos em um único texto alguns elementos e dados que podem ser interessantes para este arco.
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Antes de entrarmos no tema central envolvendo a chegada desta nova organização com motivações extremas ao MCU, é válido logo citar desde o início que eles não são apontados como os únicos vilões da trama da série produzida pela Marvel Studios.
Como é de conhecimento, e já anunciado há meses, Falcão e o Soldado Invernal contará com a presença do Barão Zemo em grande destaque e como um possível antagonista, além de nos apresentar também o Agente Americano e trazer de volta o personagem Batroc. Ou seja, definitivamente ameaças não faltam. Contudo, certamente é na organização Apátridas que atualmente encontramos mais mistérios em torno do seu objetivo.
De tal forma, agora separamos abaixo alguns detalhes que envolvem a origem deste grupo na HQs, além de mudanças aplicadas para a série do Disney+:
O personagem Apátrida nas HQs da Marvel Comics
Karl Morganthau fez sua primeira aparição na revista do Capitão América nº 312, publicada em 1985. Criado pelo roteirista Mark Gruenwald (também responsável pelo Agente Americano/John Walker) o personagem foi inicialmente concebido como um oposto ideológico do Caveira Vermelha. Enquanto o líder da Hidra é um extremista nacionalista (e um fascista), o Apátrida é um extremista anarquista, contrário a qualquer forma de nacionalismo e patriotismo.
Filho de um embaixador suíço pacifista, Morgenthau ficou órfão após um violento protesto em frente à embaixada da Latvéria (o país fictício da Marvel, governado pelo Doutor Destino). Depois desse evento, Morgenthau passou a acreditar que a humanidade precisava acabar com o conceito de países e nacionalismo, que fazia com que as pessoas se sentissem superiores diante de uma nacionalidade diferente. E ele o faz com a linguagem da violências, principalmente por meio de ataques a embaixadas. Revoltado, criou a identidade de Apátrida e, com a fortuna que herdou, criou um arsenal tecnológico, bem como financiou o grupo de partidários conhecido como Ultimato.
Quanto ao que o Apátrida é capaz fisicamente, deve-se notar que o personagem depende de habilidades e não possui superpoderes reais. Como um artista marcial armado com um escudo, o Apátrida é um oponente perigoso em combate, mas geralmente é derrotado sem muita dificuldade por Steve Rogers. Uma vez que ele não possui a perfeição física de um super soldado como o Capitão, ele também emprega outras armas na batalha, como lança-chamas. Mas, na maior parte, o maior trunfo do Apátrida durante os anos 1980 foi o alto número de lacaios que ele comandou.
A organização Ultimato nas HQs, que na série foi substituída pela Apátridas
Com a organização Ultimato, o vilão Apátrida cometeu vários atos de terrorismo na América, tudo em nome do antinacionalismo. Suas ações naturalmente o colocaram em desacordo com o Capitão América, que tentou fazê-lo perceber que seus caminhos estavam errados. As tentativas de Capitão para dissuadi-lo falharam e o Apátrida permaneceu dedicado aos seus ideais.
Sua vida piorou quando ele descobriu que era apenas um peão na maquinação do maior inimigo do Capitão América, o Caveira Vermelha. Aparentemente, o Caveira havia secretamente financiado Ultimato. Isso levou o grupo Ultimato a atacar o Apátrida e tentar assassiná-lo. O que se seguiu foi uma parceria entre ele e o Capitão América, porque ficou enojado ao descobrir que uma pessoa como o Caveira Vermelha estava fornecendo o apoio financeiro para sua organização.
Juntos, os dois frustraram uma tentativa da Ultimato de realizar um blecaute nacional. A organização Ultimato chegou ao fim, mas esta não foi a última vez que o Universo Marvel viu o Apátrida. Ele continuou a ser uma ameaça e compartilhou batalhas com outros super-heróis da Marvel Comics, como Deadpool, Cavaleiro da Lua e O Justiceiro.
Os Apátridas, a organização terrorista apresentada em Falcão e o Soldado Invernal
Ao invés de seguir com o conceito de apenas um vilão como nas HQs, a Marvel Studios decidiu transformar o vilão em uma organização chamada Apátridas. Ou seja, dando assim basicamente um novo nome para o grupo conhecido como Ultimato. Afinal, eles operam como uma unidade sendo até o momento apresentados como homens e mulheres com máscaras marcadas com impressões de mãos vermelhas em O Falcão e o Soldado Invernal. Além disso, acredita-se que suas motivações estejam ligadas ao seu nome e conexões das quadrinhos.
A revelação da existência do grupo Apátridas é feita pelo tenente Joaquín Torres (Danny Ramirez) ainda no primeiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal em uma conversa com Sam Wilson (Anthony Mackie). O mesmo revela ainda na ocasião que trata-se de um grupo de pessoas que acredita que o mundo estava melhor durante o blip/dizimação, o evento causado por Thanos durante Vingadores: Guerra Infinita que causou o extermínio de metade dos seres vivos.
Também é revelado por Torres que os Apátridas deixam manifestos pela internet em prol de um mundo unificado e sem fronteiras. Mais tarde, ainda no mesmo capítulo, descobrimos que eles pretendem colocar seus ideais em prática através da força, já que promovem um violento assalto a banco na Suíça.
Levando em consideração o conceito do grupo apresentado até o momento na série, ao que tudo indica os Apátridas devem ser então uma mistura geral das ideias de Karl Morgenthau e do grupo Ultimato nos quadrinhos. Ou seja, agindo assim então através de ações terroristas contra governos e instituições que defendem o nacionalismo. Algo que, neste caso, pode envolver bancos (como mostrado no primeiro episódio), ou até mesmo outras empresas privadas.
Contudo, é válido também citar que mesmo tendo o codinome de um personagem das HQs transformado em uma organização na série da Marvel Studios, os créditos de Falcão e o Soldado Invernal revelaram que a atriz Erin Kellyman está creditada como Karli Morgenthau. Ou seja, podendo assim claramente ser uma versão feminina do vilão e também a líder do grupo.
Em uma recente entrevista ao site Cinema Blend, o roteirista e showrunner da série da Marvel Studios, Malcolm Spellman, explicou que o mundo que o público verá na tela é em grande parte um reflexo do nosso, e que com isso os espectadores então verão que as suas motivações tem uma certa lógica:
“Nós queríamos que esta série fosse extremamente relevante e enraizada nos tempos atuais. E queríamos vilões que acreditassem que são heróis e pudessem realmente montar um argumento de que o público diria, ‘Oh, eles não são loucos;’ para que os heróis pudessem dizer, ‘Eh, não sei se eles são loucos.’ Portanto, há mais de um antagonista na série, e todos eles são…basicamente, se Thanos criou um MCU que é quase um espelho de onde estamos hoje, então esses vilões são muito de nosso tempo, você sabe o que eu estou dizendo? Assim como os heróis são”.
Vale destacar que também existe a possibilidade de um arco similar ao que aconteceu nas HQs se repetir, já que a Marvel está claramente buscando várias inspirações nas suas páginas. Semelhante ao que aconteceu na década de 1980, uma grande reviravolta pode revelar que os Apátridas estão sendo manipulados por outra pessoa. Nos quadrinhos, a pessoa que puxa realizou tal feito foi o Cavaleira Vermelha, mas no MCU, pode realmente ser o Barão Zemo. É verdade que Zemo não está sendo apontado como o grande vilão em Falcão e o Soldado Invernal, mas isso sempre pode ser um erro projetado para fazer com que os Apátridas pareçam a verdadeira ameaça.
Confira o trailer da série:
Sobre a série Falcão e o Soldado Invernal
“Seguindo os eventos de ‘Vingadores: Ultimato’, Sam Wilson/Falcão (Anthony Mackie) e Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan) se unem em uma aventura global que testa suas habilidades – e sua paciência – em ‘Falcão e Soldado Invernal’”.
Anthony Mackie e Sebastian Stan, intérpretes respectivos dos personagens protagonistas, retornam aos seus papéis na série da Marvel Studios. Além disso, a atriz Emily Van Camp também foi confirmada no projeto novamente como a intérprete da Agente 13.
Outro nome que também estará no projeto é o ator Daniel Bruhl, que por sua vez reprisará o seu papel como vilão Barão Zemo, que esteve em Capitão América: Guerra Civil. Além disso, Georges St. Pierre voltará a viver o vilão Georges Batroc, de Capitão América: O Soldado Invernal. Outra possível aparição / retorno da série é o de Don Cheadle, intérprete do personagem James “Rhodey” Rhodes / Máquina de Combate, já que o mesmo revelou recentemente que aparecerá na série.
A série também contará com novidades em seu elenco para o MCU, com o ator Wyatt Russell sendo o intérprete do personagem conhecido como o Agente Americano. Erin Kellyman interpreta Karli Morgenthau, uma membro anarquista mascarada do grupo anti-patriotismo os Flag-Smashers e Adepero Oduye interpreta Sarah Wilson, irmã de Sam Wilson. Desmond Chiam, Miki Ishikawa, Noah Mills, Carl Lumbly, e Danny Ramirez foram escalados para papéis não revelados.
Kari Skogland é a responsável pela direção dos 6 episódios, enquanto Derek Kolstad (da franquia John Wick) é um dos roteiristas. Malcolm Spellman assume o cargo de showrunner da série.