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Quando ressurgiu no mundo cinematográfico em 2011, para uma nova trilogia com X-Men: Primeira Classe, muitos chegaram a duvidar que conseguisse emplacar depois da mediocridade da primeira incursão, encerrada com X-Men: O Confronto Final (2006). Porém, o que se viu foram dois bons filmes, que conseguiram cumprir o papel para qual foram criados, e se saíram bem tanto com o público quanto com a crítica. Agora, com a aparição do mais poderoso vilão de todo o universo X-Men, o Apocalipse, espera-se que seja um final digno, ou ao menos no nível dos dois anteriores.
Dez anos depois dos acontecimentos (do passado!!) de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014), os mutantes já são uma realidade no mundo. Charles Xavier (James McAvoy) tem sua universidade em pleno funcionamento, cada vez mais recebendo novos alunos. Porém, um mutante dos tempos antigos, o Apocalipse (Oscar Isaac), desperta de se sono milenar e decide retomar seu império na terra. Ele recruta seus cavaleiros, entre eles o Magneto (Michael Fassbender) e a Tempestade (Alexandra Shipp). Agora cabe aos novatos mostrarem que seus dons podem ser utilizados para uma coisa maior: salvar a humanidade.
Desde o início o maior desafio que este novo X-Men prometia enfrentar era, com certeza, ter de ser um filme que criasse sua própria simpatia perante o público. Sim, pois, sem seu principal personagem, o Wolverine (Hugh Jackman), que aqui faz apenas uma ponta, sofreria com a falta de força dos outros personagens. Para isso, apelou à figura da Mística, novamente defendida por Jennifer Lawrence, tanto pelo protagonismo que ganhou nos dois anteriores, quanto pelo fato de a atriz estar no auge, com os holofotes a iluminá-la.
Feito isso, o roteiro assinado por Simon Kinberg tenta criar um clima verdadeiramente apocalíptico, com muita destruição e fatalismo, sem se descuidar dos fios que ficaram soltos do filme anterior. Entretanto, existe uma falta de cadência provocada pela necessidade de apresentação dos novos, e cruciais, personagens Jean Grey (Sophie Turner) e Ciclope (Tye Sheridan), o que consome um boa parte do filme, ficando muito mais na “conversa fiada”, do que na ação em si. Quando o caos se instala, verdadeiramente, tudo fica bem corrido, sem o clímax e a tensão que todos esperavam.
Mesmo que tenha tido certa preocupação em ter uma base para que todos os acontecimentos fossem justificados, a direção de Bryan Singer não é bem equilibrada, não conseguindo encontrar um meio termo entre o inteligível e o espetaculoso. Mesmo sendo limitado por uma trama espremida, o memento derradeiro poderia ter sido ao menos algo que elevasse a adrenalina do público. Isso fez com que a importância e toda a pompa do grande Apocalipse fosse reduzida. Um belo desperdício.
Sendo assim, como a própria Jean Grey sentencia, em uma espirituosa autocrítica, “o terceiro sempre é o pior”, X-Men: Apocalipse não chega a ser um filme ruim, mas é muito abaixo de seus antecessores e, por tudo que se esperava, decepcionante. Mas, mesmo assim cumpriu o papel de fechar a trilogia de forma concisa, e, em uma análise completa, foi muito melhor que a primeira, dos anos 2000.