Independente se é fantasia ou não, as séries de época estão ganhando cada vez mais espaço. Após Game of Thrones mostrar o seu lado pela HBO, Vikings chegou apresentando toda uma cultura antiga e diferenciada ao público, utilizando um personagem e sua família para isso. Centrada em Ragnar Lothbrok, o programa desenvolveu sua trama de ascensão sempre explicando alguns aspectos da convivência do povo viking, mostrando batalhas, conquistas e ambições. Aos poucos foi se aprofundando através dos aspectos citados e outros, principalmente destacando o interesse por exploração do seu povo, para enfim encontrar em conflitos internos os seus melhores momentos do primeiro ano. Agora, buscando novos rumos, a 2ª temporada chega ao mercado home vídeo.
Seguindo após os acontecimentos do ano 1, a 2ª temporada mantém viva a procura de Ragnar por fortunas. De tal forma, disposto a desafiar quem cruze seu caminho, o earl tem que resolver no campo de batalha uma rixa entre o rei Horik e Jarl Borg, além de ter que lutar contra o seu próprio irmão Rollo. Além disso, o ex-fazendeiro ainda se vê envolvido em uma nova questão pessoal, dividido entre sua esposa e sua amante, enquanto ainda tem que se preparar para uma jornada de invasão contra a Inglaterra, um reino repleto de riquezas e governado por nobres que devem ser destruídos a todo custo. E mesmo assim, após tantas viagens, a maior batalha de Ragnar acontece dentro de sua própria casa.
No que envolve seus personagens, o programa continua praticamente com os mesmos nomes presentes para desenvolver sua trama. Jarl e Horik são dois nomes essenciais para um ciclo interessante da temporada desde o início, já que ambos estão inicialmente envolvidos na invasão ao reino da Inglaterra. É assim, envolvendo os dois e Ragnar que a parte da política acaba desenvolvida no território Viking através de sua narrativa, apresentando um roteiro de decisões e reviravoltas interessantes ao espectador. Afinal, cada acordo não cumprido gera uma nova ação e intrigas, criando assim outros confrontos entre seus personagens.
Entretanto, mesmo utilizando os três como pilares centrais da temporada, o projeto também encontra espaço para crises pessoais de Lothbrok envolvendo Lagertha e a chegada de Aslaug. Logo, o earl acaba tomando uma decisão pensando em sua hereditariedade. A partir de tal ponto, uma linha temporal de quatro anos é desenvolvida, para em seguida as expedições acontecerem, mas sem Jarl Borg. A narrativa faz uma nova mudanças de percurso com isso, gerando novas reviravoltas e batalhas, mas servindo para reergue Rollo, enquanto os navios acabam sendo levados para o reino de Wessex. É no local governado por Ecbert que as diferenças de Ragnar e Rei Horik aparecem, quando o protagonista deve retornar as pressas para sua terra.
A partir de tal ponto, a série de TV segue caminhos interessantes e intensos em seus roteiros. Ela mostra não apenas batalhas e traições, mas também um senso político forte de alguns personagens e a sede de sangue através de outros. Lagertha acaba reaparecendo, sendo a salvação de Ragnar, agora com seu filho Bjorn como um jovem guerreiro. Longe da cultura Viking, é Athelstan quem chama atenção através de sua empreitada religiosa. Dividido entre as duas culturas, o personagem passa por diversas crises até encontrar aquele que acredita ser o seu caminho.
Para desenvolver todas as suas principais questões, Vikings mais uma vez extraí o melhor do seu elenco. O ator Travis Fimmel consegue apresentar ao público uma grande frieza ao interpretar Ragnar em diversos momentos, até mesmo em situações envolvendo o seu filho mais velho. É de fato uma cultura diferente sendo mostrada nas telas, com situações envolvendo sacrifícios e julgamentos completamente diferenciados. Enquanto isso, o roteiro ainda consegue também aplicar o destaque merecido para o elenco coadjuvante, principalmente para os momentos diferentes de Lagertha e as mudanças que sua vida sofre até o final do segundo ano, mas sabendo também como trabalhar principalmente os personagens de Floki, Horik, Borg, Rollo e Ecbert.
No geral, é uma temporada de momentos distintos. É como se em apenas 09 episódios o segundo ano tivesse, pelo menos, 3 arcos para conquistar a atenção do seu espectador. O mais interessante? Eles funcionam muito bem, ao contrário de alguns programas com mais episódios. Tudo parece ter começo, meio e fim, mas também apresentando uma ligação interessante, com situações que começam ainda no primeiro ou segundo capítulo, mas tendo suas resoluções no último. Além disso, a série de TV também consegue deixar o seu espectador no escuro quando ele acha que está sabendo de tudo, apresentando até mesmo momentos completamente inesperados e que fazem você comemorar certas situações.
Com tudo isso, conceitos culturais também são apresentados, além de que uma nova linha narrativa do lado Wessex também começa a ser destacada. Um caminho inteligente para o programa e seu desenvolvimento, que vai cada vez mais conquistando o público através da trama e conceitos mostrados, mas sem perder o espaço de guerras e batalhas necessárias para manter um ritmo. Ao final, algo para comemorar e esperar por ótimas cenas na 3ª temporada.
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