Depois de ser lançado pela SEGA em janeiro de 2017 no Japão, Valkyria Revolution, finalmente ficou disponível fora das terras nipônicas. O game chegou nesta terça, 27, tendo uma robusta série predecessora.
Mas será que o novo jogo consegue manter a qualidade? Confira nossa opinião agora, em mais um review do Jornada Geek!
Um Spin-off
O mais novo jogo de Action RPG da série Valkyria, apesar de utilizar a mesma mitologia e temática de guerra dos seus antecessores, é bem diferente. Não somente na história, sendo completamente desconectada dos anteriores, mas também em gameplay. Então você pode começar a jogar Valkyria Revolution sem ter jogado a série Valkyria Chronicles que não perderá nada em jogabilidade ou em história.
Aqui, você toma o controle de Amleth, um soldado do pequeno país de Jutland que está sofrendo um bloqueio econômico pelo império de Ruzi. O império está em expansão territorial em busca de Ragnite, um minério usado não só como uma forte fonte de energia, mas também possui propriedades mágicas. Ruzi também conta como aliada uma Valkyria, um ser semideus e a personificação da morte.
A história nos é contada por Richer Laudrup, quatro gerações depois da guerra. Ela nos conta logo nos primeiros minutos que Amleth é uma das cinco pessoas consideradas traidores, mas que a verdade não é tão simples assim. Dessa forma, apesar de um grande cenário de conflito, a história não é focada somente na guerra, seguindo também pelos mistérios envolvendo os cinco traidores. Isso nos deixa sempre curioso para saber o que eles fizeram e por qual motivo.
Muitas Áreas de Especialização
Como já foi falado, o gameplay de Valkyria Revolution está bem diferente da série Valkyria Chronicles. Se antes a jogabilidade era mais lenta e estratégica, agora a Sega tomou uma direção diferente ao oferecer um combate mais fluído e que requer pensamentos rápidos. Mas não pense que só por isso perdemos o elemento de estratégia.
Durante o combate, devemos esperar encher nossa barra de ação. Ao ficar cheia, nós podemos realizar duas coisas: o básico ataque corpo-a-corpo e abrir o menu chamado de “Paleta de Combate”, que oferece opções mais elaboradas. Essas opções variam desde usar armas à longa distância, como metralhadoras e granadas, até uma grande diversidade de magias elementais.
Na Paleta podemos também ordenar um comando para um aliado que não está sendo atualmente controlado. As ações da Paleta de Combate congelam o tempo, permitindo assim uma liberdade maior para posicionar a área de efeito de uma magia, por exemplo.
Cada uma dessas áreas, seja magia ou combate corpo a corpo, pode ser aprimorada. Antes de entrar na próxima fase, é possível alterar seus itens na Paleta como também usar Ragnites obtidos nas missões anteriores para melhorar vários aspectos em uma árvore de stats. É possível também usar alguns tipos de materiais de metal ou couro para dar um upgrade na armadura da equipe com um buff diferenciado, como aumentar a defesa contra armas de fogo.
Rank S
Ao final de cada missão, você é avaliado por sua performance no tempo de conclusão e número de inimigos derrotados. Porém, mesmo no modo normal (modo mais difícil disponível no início), pegar um rank alto não é algo muito difícil.
Mesmo não seguindo as estratégias de combate (não usar a fraqueza do inimigo, por exemplo) você ainda pode vencer a luta sem muitas dificuldades. Ainda por cima, as magias de cura, além de restaurarem muita vida, não gastam tanto a nossa mana. Outro fator é que se sua vida chegar a zero, você não morre. O personagem entra em um estado onde ele fica sem ação e você deve ir até ele com outro membro da equipe antes da contagem regressiva, bem grande, diga-se de passagem, acabar. Fazendo isso você pode levantá-lo e pronto, ele está de volta à ação.
Isso ajuda aos novos jogadores, que não estão acostumados a pensar em fraqueza, elementos etc, a progredirem no jogo. No entanto, a essência das especializações mencionadas anteriormente perde um pouco do seu propósito.
Claro, isso tudo não é regra. As missões vão ficando “menos fáceis” ao decorrer do game. Porém, em boa parte dele, você não deve ter muita dificuldade para não morrer.
Uma Grande História
Um dos pontos mais fortes de Valkyria Revolution é a sua história. O jogo nos conta muito bem como os países estão em relação a guerra, seja economicamente, politicamente ou socialmente. Podemos ver isso nos diálogos dos NPCs na cidade que vão mudando de acordo com o desempenho de Jutland. Isso tudo ajuda na compreensão e imersão do estado em que as pessoas que vivem no mundo estão.
No entanto o mais interessante na história não é a guerra em si, mas sim o desenvolvimento dos personagens. O jogo consegue sempre nos manter intrigado sobre o que cada um dos personagens principais está pensando, bem como que tipo de atitude eles vão tomar. Fora isso, o círculo dos cinco traidores sempre traz uma perspectiva diferente que nos deixa interessado.
Existem alguns personagens secundários que não são tão bem aproveitados quanto os outros. Porém cada um deles tem um personalidade bem distinta e trabalhada. Fora das cenas principais, você pode encontrá-los pela cidade tendo alguma conversa que o jogo chama de “circle”. Essas conversas são opcionais, mas procurá-las dá um peso a mais a esses personagens que não têm muita participação na história principal.
É extremamente válido notar que a história é muito grande. Tão grande que é normal você deixar o controle de lado e preparar um lanche para assistir as cenas. Há pontos onde você vai passar mais tempo assistindo do que realmente jogando.
Para quesito de comparação, na primeira hora de jogo, cerca de 79% são cenas. Claro, conforme progredimos, com mais missões secundárias e outros extras, esse número fica menor, mas nunca deixa de ser alto. Isso não é necessariamente um ponto ruim, já que a história é boa e elaborada, mas com certeza não vai agradar a todos.
Outra coisa muito importante ao jogador brasileiro é que Valkyria Revolution não possui dublagem ou legendas em português. Então para você poder aproveitar a história, que é um dos pontos mais altos do jogo, é melhor estar com seu inglês afiado!
Veredito
Valkyria Revolution passa longe de ser um jogo ruim, porém definitivamente não é para qualquer um. Sua história é grande e bem desenvolvida, mas o desequilíbrio entre gameplay e cenas pode afastar algumas pessoas.
Apesar de não usufruir muito de seu grande sistema de evolução de personagem e equipamentos, o jogo é bem divertido. Fazer sua build, procurar as fraquezas do inimigos e usá-las a seu favor ainda é bastante prazeroso, mesmo que não seja necessário.
O jogo está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e PlayStation Vita. Seu preço varia entre as plataformas. Ele custa R$79,00 na Xbox Live, R$ 122,90 para PS Vita e R$130,90 na versão de PS4.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.