A grande quantidade de títulos envolvendo vampiros na sétima arte não é novidade alguma. Eles sempre fizeram parte da história cinematográfica, começando ainda lá no início, mas passando por mudanças com o tempo. Com isso, a mitologia também teve suas fases. Sempre rodeada pela sua maior lenda, muitos projetos e tramas foram criadas envolvendo os seres bebedores de sangue, encontrando um espaço maior nas décadas de 80 e 90, com filmes como Garotos Perdidos, Drácula de Bram Stoker e Entrevista Com o Vampiros. Entretanto, eles também encontraram o seu momento de baixa. E assim, reformulações foram feitas para o público adolescente, surgindo The Vampire Diaries e Crepúsculo. A febre cresceu novamente com as adaptações deturpando a lenda original, quando True Blood apareceu para recompor tudo, sendo adaptado como série de TV. Agora, em home vídeo, chegou o momento de dizer adeus.
Em sua temporada final, a batalha inicia entre os ferozes vampiros contaminados e suas presas de Bon Temps domina os episódios para uma longa temporada de arrepiar os cabelos. Para Sookie, Bill, Jason, Sam, Alcide, Tara e todos seus aliados (humanos e vampiros) e seus adversários. Além disso, destinos começam a ser traçados ainda nos primeiros episódios e perdas acabam acontecendo no caminho. Ainda infectado, Eric está de volta para conhecer o seu destino e buscar vinganças, sempre acompanhado de Pam. Uma temporada de situações inesperadas, sempre envolvendo os moradores de Bon Temps e fazendo parte das suas decisões e destinos.
O interessante é que mesmo tendo passado por uma grande queda de qualidade nos dois últimos anos, era esperado uma temporada de impacto para finalizar True Blood. E olha, começou prometendo isso com um grande ataque dos infectados pelo Hep-V, criando grande tensão e a possibilidade de uma verdadeira batalha. Contudo, logo a narrativa voltou para o seu ritmo mais recente, com um roteiro sem apresentar grande impacto. É claro, a fotografia, trilha sonora e tantos outros aspectos técnicos continuaram apresentando a mesma qualidade do passado, sendo trash quando necessário, mas excelente para o título. Entretanto, não é apenas disso que uma temporada pode ser composta.
Todas as questões envolvendo o último ano vão desaparecendo aos poucos, fazendo novamente a série de TV se perder em suas questões. Algumas são esquecidas, outras são resolvidas rapidamente, a volta de Eric vai ganhando um foco que era esperado, enquanto outras tantas questões vão perdendo o sentido. O ponto alto da desgraça é o envolvimento de Tara na temporada, sendo completamente desnecessário. E assim, com essas e outras questões, foi sendo construído mais um capítulo da queda de qualidade do projeto.
É claro, além de todo o aspecto técnico, o programa ainda tinha os seus personagens como trunfo. Mesmo com tudo sendo guiado de forma completamente errada, por vezes sem motivo, nomes como Jason e Jessica faziam com que tudo ficasse melhor. Aliás, são os dramas pessoais deles que trouxeram novamente um pouco de qualidade. O irmão de Sookie encontra-se em dilemas em parte da trama, enquanto a jovem vampira busca o seu destino após ser abalada com alguns acontecimentos. Os dois chamaram atenção, enquanto Sookie se transformou em apenas um elo necessário para mostrar tudo isso.
Realmente, um final que não agradou em muitos níveis. Se a 6ª temporada tivesse contado com mais 3 episódios era um final desnecessário. A promessa de fatos impactantes não se transformou em realidade, contando com poucos momentos inesperados para definir destinos, mas sem apresentar reviravoltas. Todos os cotidianos apenas seguiram, com impactos em certas mortes e indignação em outras. A doença Hep-V foi o grande destaque, já que acabou envolvendo muitos personagens e selando destinos. Sem grandes perspectivas, True Blood só não foi uma decepção completa por causa de alguns personagens, mas poderia ter aproveitado para se recuperar e ter apresentado algo lendário ao seu espectador.
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