TOMORROWLAND – UM LUGAR ONDE NADA É IMPOSSÍVEL | CRÍTICA

Classificação:
Regular
Tomorrowland pôsterA ficção científica, conhecida no mundo cinéfilo como sci-fi, é o gênero que sempre impressionou o público, seja pelas maravilhas audiovisuais, ou pelas tramas bem elaboradas, que incitavam a imaginação acima de tudo. Tanto suas versões obscuras, como Alien – O Oitavo Passageiro (1979), quanto as aventurescas, vide a maravilhosa trilogia De Volta para o Futuro, febre nos anos 80. Atualmente o gênero vive de altos e baixos, e com o aval da toda poderosa Disney Brad Bird investe em uma trama complexa, verborrágica e com efeitos especiais de primeira para firmar de vez seu nome entre os diretores promissores. Mas algo não se encaixa, e o produto final nem mesmo George Clooney consegue alavancar.

Casey (Britt Robertson) é uma adolescente que tem um dom especial para a ciência que vive sabotando instalações da NASA para que seu pai não seja demitido. Um dia acaba sendo pega pela polícia, e quando vai pegar suas coisas se depara com um estranho broche que a transporta para um lugar misterioso e incrível. Ela descobre que na verdade foi recruta por Athena (Raffey Cassidy) uma menina misteriosa que a leva ao encontro de Frank (George Clooney). Juntos terão a missão de ir a Tomorrowland para tentar impedir uma catástrofe que poderá destruir os dois mundos.

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A tentativa de Brad Bird em criar algo que rememorasse aos grandes exemplares do gênero nos anos 80 é verdadeiramente notável. Entretanto, o roteiro que ele próprio assina ao lado de Damon Lindelof é confuso, um tanto presunçoso, e se perde em explicações excessivas e, muitas vezes, desnecessárias, pois, na maioria das vezes elas não conseguem solidificar os argumentos que nos convençam da existência daquele lugar. Além disso, não há uma cadencia lógica. Começa com uma ideia que não se mantém, vai se perdendo, pegando direções contraditórias e termina de forma melancólica, folhetinesca. Talvez uma herança da época de animações da Disney/Pixar tangencia o desfecho.

Claro que há o potencial bem explorado do longa. O visual é extraordinário, com efeitos visuais estonteantes, e com uma trilha sonora bem desenvolvida do sempre ótimo Michael Giachinno. O grande problema mesmo é a irregularidade do roteiro e direção de Bird. Quando finalmente imaginamos que o filme irá engrenar, inclusive com boas cenas de ação, tudo volta ao auto-explicativo, enfadonho e chato. É como se quisesse utilizar das ferramentas que fizeram de seu Missão Impossível: Protocolo Fantasma (2013) um ótimo, mas querendo inserir uma subjetividade forçada, tentando torná-lo mais “cabeça”.

Essa inconstância mina até mesmo o que poderia ser um dos poucos pontos positivos do filme, o elenco. George Clooney aparece em um papel diferente do que costuma fazer, poderia ter sido melhor aproveitado, mas se sai como o canastra de outrora. Hugh Laurie precisa de algo desafiador que o afaste da sombra de seu excelente Dr. House, da série homônima, e seu papel aqui é caricato, não lhe dando muitas perspectivas. As jovens Britt Robertson e Raffey Cassidy se saem bem, em um filme onde seus personagens são os únicos que parecem ter algo a contar, mas, ainda é muito pouco.

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Talvez Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível é um filme bem intencionado, que deseja rememorar uma época em que o cinema maravilhava multidões com ficções científicas de alto nível. Mas, como o mundo cinematográfico não vive de boas intenções e sim aprovação de crítica e (principalmente) público, o filme pode afastar o estúdio de projetos como este por algum tempo. Quanta saudade da época em que filmes como este nos entregavam mais respostas do que perguntas…

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