No início de 2017, analisamos The Surge: a mais recente tentativa da Deck13, de criar uma experiência parecida com a da série Dark Souls, porém em uma ambientação sci-fi. Hoje, voltamos ao seu mundo pós-apocalíptico de alta tecnologia com seu novo DLC: A Walk in the Park.
A Deck13 já havia tentado emular o gênero soulsborne (conhecido por Dark Souls e Bloodborne) com a fantasia medieval Lords of the Fallen, mas não atingiu seu objetivo. O game tinha sérios problemas na jogabilidade e um design e narrativa fracos.
The Surge corrigiu o principal desses erros. O combate é infinitamente superior, com uma mecânica interessante de atingir partes do corpo específicas de seus inimigos para coletar armas, armaduras e itens. E dessa forma, criou uma premissa básica interessante, capaz de divertir o jogador, tendo sucesso onde seu antecessor falhou. Agora a Deck13 expande seu universo com uma expansão que traz novos inimigos, armas, armaduras e cenários.
As novidades de The Surge: A Walk in the Park
A Walk in the Park insere uma nova área no início do enredo existente (perto do começo do jogo, então, se você começar uma nova campanha ou Novo Jogo + você não precisa chegar muito longe para acessá-la).
Essencialmente, a aventura coloca uma série de objetivos individuais que acrescentam de 6 a 8 horas de jogo ao conteúdo principal. Com base na história de The Surge, o novo roteiro te leva até ao Creo World, um parque de diversões criado pela empresa para as famílias de seus funcionários.
Após o misterioso pico de energia que fez toda a tecnologia da Creo surtar, o parque de diversões agora se tornou um parque de horrores. O desastre inclui todas as situações que esperaríamos que acontecessem, de montanhas-russas se quebrando até mascotes robóticos de desenhos animados com comportamentos psicóticos.
O que A Walk in the Park faz que The Surge não conseguiu é criar uma ambientação interessante. Os locais tem personalidade, e você tem um desejo de explorá-los. O mundo da Creo World é divertido, e encontrar todos os vários personagens e histórias espalhadas fazem essa expansão atraente de uma maneira que tanto Lords of the Fallen quanto o próprio jogo base não eram.
Ainda é o mesmo o jogo
Seus objetivos não são muito criativos – ainda é a costumeira energia que precisa ser ligada, localizar sobreviventes, etc. -, mas existem momentos engraçados e, de certa forma, assustadores.
A narração de histórias é mais fácil de seguir aqui porque A Walk in the Park faz uma pausa nos combates para transmiti-la em vez de tentar fazer você entender as pistas mal dadas em combates como na campanha principal.
Apesar de todo esse novo clima, depois de algum tempo, A Walk In The Park volta a ser o The Surge de sempre e começa a lançar humanos com exosuits, drones e os outros mesmo inimigos dos quais você já se esgotou de ver na campanha principal.
Outro problema está nos “novos” equipamentos disponíveis. Alguns tentam ser divertidos, como as cabeças gigantes de mascote, e os outros oferecem bônus únicos. Dito isto, todos os novos equipamento da expansão tem o mesmo problema de falta de variação do jogo principal.
São simplesmente cópias de tudo o que você acha no mapa normal do game, apenas com números diferentes e outra aparência, mas mesmo assim muito parecidos. Se você jogando no Novo Jogo +, pior ainda. A maioria desses itens novos não são muito fortes, a menos que você queira gastar algumas boas horas na moagem de sucata e peças para atualizá-los a partir do seu nível base. Se você não estiver afim disso, vai simplesmente ignorá-los.
E então, vale a pena?
The Surge conseguiu fazer o básico de Dark Souls corretamente, mas não conseguiu tornar os inimigos ou o mundo interessante. A Walk In The Park corrige um pouco desses problemas, mas não totalmente. Ainda sim, o DLC possui várias coisas boas. Se você tem o jogo base e gostou do combate, a expansão é uma boa pedida.
A expansão A Walk in the Park está disponível em dois formatos: para veteranos, que já possuem o jogo base, ela pode ser adquirida separadamente nas lojas virtuais PlayStation Store, Microsoft Store e Steam. Já os novos jogadores poderão encontrar uma melhor experiência em The Surge: Complete Edition, que traz o jogo base e todos os DLCs lançados até aqui. A Walk in the Park alcançou a média de 78 pontos no Metacritic.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.