Ao clicar no ícone de The Sojourn, imediatamente uma sensação de calma e um sorriso no rosto se tornam presentes. Já nos menus iniciais, a apresentação do novo jogo de puzzle nascido da colaboração entre Shifting Tides e Iceberg Interactive encanta os olhos e ouvidos. Bonitos gráficos e uma trilha sonora que traz melodias agradáveis surgem para acompanhar o jogador em uma jornada por caminhos de luz e escuridão.
Mas será que a qualidade do título está restrita ao visual? Descubra agora, em mais uma análise do Jornada Geek!
Paciência é uma virtude
O gameplay de The Sojourn revolve em ultrapassar uma série de desafios em forma de puzzle. Ao adentrar em um estágio, o jogador, que opera em uma visão em primeira pessoa, deve prosseguir até a saída do mesmo, ultrapassando obstáculos que estiverem em seu caminho. Os controles são simples, com apenas botões para se locomover em oito direções, olhar o ambiente, pular e interagir com diferentes objetos.
Esse objetos são o elemento principal do jogo. Para chegar a saída de cada desafio,o usuário deverá interagir com diferentes estruturas, cada qual com um efeito sobre o ambiente, como trocar de lugar com o personagem jogável e restaurar pontes durante um certo tempo.
Porém, elas só podem ser ativadas no “mundo sombrio”, uma versão paralela da realidade em que é possível de se transitar temporariamente. Neste estado de transição, novos caminhos surgem, assim como novos obstáculos – espinhos que impedem o acesso a determinados espaços do cenário, por exemplo. Cabe ao jogador administrar o tempo em que fica no mundo sombrio, qual o momento certo de adentrá-lo e de que forma utilizar as estruturas ativadas pelo mesmo.
Os puzzles são de uma enorme criatividade, dá para ver que os desenvolvedores aplicaram uma grande quantidade de trabalho em sua criação. Da parte artística, que apresenta um mundo em formação, até a lógica por trás de cada um dos estágios. O usuário é estimulado a avaliar cada ambiente, cada estrutura passível de interação e tentar utilizar todos os recursos que lhe são dados de diversas maneiras diferentes em busca da solução, exercitando sua paciência e a vontade de avançar.
Um botão de recomeço está disponível em todos os desafios, bem como a opção de tentar outros cenários, depois de uma certa parte da campanha. Boas iniciativas por parte dos criadores, para evitar ao máximo o risco de frustração. As músicas relaxantes e visuais bonitos também contribuem para isso. Em The Sojourn, o seu único inimigo é a falta de paciência.
Uma jornada de aprendizado
A importância do aprendizado é, talvez, a bandeira que a equipe de desenvolvedores mais realçou na composição do jogo. Desde o começo da campanha ao fechamento de cada um dos quatro capítulos em que ela se divide, vemos cenas de maneira bem abstrata, mas belíssima, o desenrolar de uma jornada, que vai dos primeiros passos ao crescimento, do conhecimento adquirido com ajuda de outros até o que obtemos com nossa vontade de explorar e ganhar a capacidade de ver o mundo com os próprios olhos.
Para um jogo que não investe muito em compor personagens e histórias recheadas de explicações, é impressionante o quanto desperta a vontade de que a próxima cena chegue. Uma prova de que para se criar conteúdo complexo, nem sempre se necessita de muitos detalhes.
O foco no crescimento é refletido no gameplay, com cada etapa da jornada adicionando novas estruturas para o jogador interagir, bem como diferentes ambientes para explorar. Aumentar o desafio a cada nova etapa é algo básico dos videogames, claro, mas neste caso, existe também sinergia com a proposta narrativa que os desenvolvedores propõem.
Veredito
Sojourn é uma expressão que significa “permanência temporária”. Nome mais que apropriado para o título em questão, que oferece diversos cenários em que se fica por alguns momentos, saíndo deles com mais conhecimento para perseguir o próximo. O jogo tem um gameplay bem direcionado a quem está a procura de uma experiência calma, que demanda paciência e estímulo ao raciocínio mais que aos reflexos. Se você é uma pessoa assim, não há como não recomendar.
Existe uma questão problemática quanto ao título só permitir um arquivo salvo por perfil e a campanha também não é muito longa. Porém, existem diversos desafios opcionais que ajudam a alongar a vida útil do jogo. De maneira geral, The Sojourn é uma expressão positiva de como videogames podem oferecer experiências diversas e serem considerados trabalhos de arte.
The Sojourn foi lançado na última sexta-feira, 20, para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Epic Games Store. Uma versão para Steam está prevista para chegar em 2020. No Metacritic, o título foi avaliado com média de 69 pontos na versão utilizada na análise.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.