Jogos de tiro geralmente seguem um padrão bem básico. Porém, Space Hulk: Deathwing Enhanced Edition, baseado no universo de Warhammer 40,000, tem algumas diferenças interessantes. O relançamento feito pela Streum On Studio traz uma versão aprimorada da lançada em 2016, para PlayStation 4 e PC.
Se você é daqueles que curte jogos cheios de ação com um toque de terror e muita carnificina, fica de olho nessa crítica aqui do Jornada Geek!
Armaduras imponentes, armas grandes
Um dos pontos mais evidentes em Space Hulk: Deathwing Enhanced Edition é justamente a aparência robusta dos Space Hulks (coisa que o próprio nome já denota). Esses Space Marines são dotados de uma armadura bem densa e de armamento pesadíssimo. Você pode usar desde um simples revólver até uma espada para ataques de perto. Mais do que isso, os personagens contam com poderes específicos que podem ser aprimorados em uma simples árvore de habilidades (ou skills, se preferir). Mas, não pense que as armaduras são resistentes a tudo. O jogo apresenta personagens imponentes, mas não imortais. Morrer não é tão difícil e é bem frustrante caso você não tenha salvo o seu progresso.
Os inimigos também são um ponto a ser ressaltado. Andar por corredores apertados onde se ouvem os barulhos de várias criaturas se aproximando por todos os lados é assustador. Logo no início do jogo é possível sentir essa sensação, onde os Genestealers, raça inimiga, rastejam pelo teto e surgem bem na sua frente. Confesso que levei alguns sustos e que achei muito bem feito o trabalho de som para causar essa imersão de possíveis ataques. Porém, os inimigos, cedo ou tarde, tornam-se repetitivos, embora constantemente desafiadores.
Jogabilidade
Nesse quesito, o jogo não apresenta grandes novidades ao se comparar com outros FPSs. O uso de espadas, maças e as habilidades especiais dão um toque mais ficção científica, que já são comuns em outros títulos. E em Space Hulk: Deathwing Enhanced Edition eles podem salvar a pele do personagem principal e seus dois aliados. Por exemplo, em vários momentos a metralhadora ficava sem balas e eu tinha que apelar para os raios elétricos, golpes de espada e até mesmo para uma pistola fraquinha. Tudo para não morrer.
Uma sensação bacana que o jogo proporciona é o completo caos criado quando inúmeros monstros surgem e seu mapa marca a aproximação de todos eles por meio de marcas avermelhadas, prenunciando o pandemônio que irá acontecer. E é aí que o trabalho em trio torna um pouco mais simples a tarefa, embora os inimigos derrubem tudo o que estiver pela frente, forçando várias vezes a você reviver os parceiros que caíram. Esse caos mesclado à um ambiente cheio de sombras, os belos gráficos e a qualidade sonora deixam qualquer jogador maluco, sendo um ponto muito bem executado.
No restante, o jogo chega até a ser um pouco sem sal. As missões são meio repetitivas e desanimadoras. Há também uma questão complicada que merece ser ressaltada: a grandeza de alguns mapas, algo que pode acabar por te fazer dar inúmeras voltas para achar determinado objetivo, o que é bem enjoado. Fora isso, a ambientação destes merece ser ressaltada. Os ambientes mesclam uma espécie de tecnologia com aspectos medievais, caveiras, vísceras e escuridão, dando um ar de terror um pouco parecido com DOOM. Aliás, nesses ambientes, toda tática é necessária para não ser surpreendido.
Em vários casos, você pode trancar portas para que os inimigos não peguem os Space Marines de surpresa, poupando os personagens de uma morte inesperada que pode ser bem irritante. Há também alguns elementos como metralhadoras e mais portas que podem ser hackeadas, diminuindo ainda mais os riscos. No caso das metralhadoras, você pode desativá-las ou utilizá-las para benefício próprio, pois elas se encontram em pontos estratégicos que podem surpreender os genestealers. Nisso, o jogo acertou de novo.
Special Missions e multiplayer
Space Hulk: Deathwing Enhanced Edition trouxe um incremento interessante para os jogadores que desejarem continuar mesmo depois de terminar a campanha: o modo Special Missions. Nele, os mapas do jogo são reaproveitados, contando com objetivos repetitivos, mas bem legais, sendo muito mais dinâmicos ao se comparar com o modo Campanha, tendo pontos de nascimento dos inimigos criados aleatoriamente entre as missões.
Já o modo multiplayer baseia-se em uma espécie de co-op que pode proporcionar bons momentos de diversão e carnificina entre os amigos, sendo o nível de dificuldade ainda mais desafiador. Particularmente, gosto muito de títulos que proporcionem esse tipo de experiência cooperativa, onde a escolha de armas e classes pode fazer toda a diferença.
Conclusão
Se você gosta de jogar com emoção, em meio ao caos criado por várias criaturas monstruosas e um ambiente um tanto quanto macabro, sugiro que você jogue Space Hulk: Deathwing Enhanced, mas sem muitas expectativas. O título pode não fazer jus aos maiores FPSs, mas conta com as características bem peculiares do universo de Warhammer 40,000, bons gráficos e modos de jogo que podem preencher bem suas horas de lazer.
Avaliado com 58 pontos no Metacritic, Space Hulk: Deathwing Enhanced encontra-se disponível na Steam por R$99,99 e na PlayStation Store por R$179,90.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.