Pode até ter começado com um movimento voltado para comédias adolescentes, mas há algum tempo títulos com tramas diferentes também estão incluindo o conteúdo sexual em suas histórias de alguma forma. Não que o gênero esteja resumido há apenas isso, já que muitos sabem como usar tal característica de forma moderada para um bom roteiro, enquanto alguns não tem a mesma coerência e outros não dependem de tal conceito. Entretanto, um simples elemento não constrói uma narrativa completa. Assim, a tecnologia é outro ponto que tem sido bem aproveitado em produções diversas, independente do gênero. Agora, colocando as duas abordagens dentro de um filme com a presença de grandes nomes da comédia, surge Sex Tape – Perdido na Nuvem.
Na trama, Jay (Jason Segel) e Annie (Cameron Diaz) são casados e se amam muito, mas dez anos e dois filhos esfriaram a sua relação. Para recuperá-la, eles decidem – porque não? – fazer um vídeo tentando todas as posições de A Alegria do Sexo, numa maratona de três horas. Parece uma ótima ideia, até que eles descobrem que o vídeo mais íntimo deles se tornou público. Em pânico, começam uma noite maluca, cheia de aventuras, investigando pistas, persuadindo amigos e enganando o chefe de Annie, tudo isso para recuperar o vídeo, a reputação, a sanidade, e acima de tudo, o casamento.
Sex Tape – Perdido na Nuvem não é um filme diferente de muitos. A produção é simples desde o começo, utilizando a vida de seus protagonistas para a construção da sua trama, aproveitando assim a tecnologia para o mesmo. Entretanto, erros são cometidos no meio de tudo, já que o projeto abusa no seu contexto sexual, principalmente ao exibir excessivamente o corpo de Cameron Diaz. É claro que pela abordagem algo assim era necessário, mas a direção e roteiro perdem a mão em tal contexto, esquecendo de criar pontos fortes e dependendo exclusivamente do vídeo elaborado pelo casal.
Com a abordagem definida, o filme apresenta antes de tudo o passado de seus personagens, mostrando o clima do primeiro amor, mas já sem convencer. Entretanto, é no momento em que a vida dos protagonistas vem para o presente que o título ainda ganha uma certa esperança. Trabalhando seu cotidiano, até o momento em que o vídeo acaba divulgado, a trama inteira parece ter uma chance mesmo com momentos constrangedores vivenciados pelo casal e refletido nos atores. Contudo, nem mesmo os esforços nas atuações de Segel ou Diaz conseguem arrancar risadas após tal momento. O roteiro fica completamente sem graça, sem saber como desenvolver seus personagens, protagonistas ou não, fora das questões impostas.
Com os personagens sem uma evolução, o mesmo não acontece com a trama. Sem graça e cometendo diversos erros, ela vai caminhando e passando por situações cada vez mais bizarras, mostrando ao público que os únicos fatores que filme poderia oferecer eram apelos sexuais, situações envolvendo drogas ilícitas, violência sem qualquer motivo ou chantagem vinda de um adolescente. É um título que começa bem, mas que vai caindo em matéria de conteúdo ao não conseguir manter o seu ritmo e sem apresentar momentos que precisam de um clímax para agradar o público.
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