Você provavelmente já ouviu falar de Seven: The Days Long Gone. Mais do que a propaganda feita pelo próprio título, mas por ter sido desenvolvido por alguns membros que criaram The Witcher 3: The Wild Hunt.
Co-desenvolvido pela IMGN.PRO e pela Fool’s Theory, o game mistura elementos de RPG, stealth (modo furtivo) e muita ação em um mundo cheio de novas tecnologias. Mas será que isso tudo junto deu certo? A resposta te damos agora, em mais uma análise do Jornada Geek!
O início
Logo no começo, Seven: The Days Long Gone traz um tutorial misturado ao que podemos considerar como um prólogo do game. No entanto, já adiantamos que sua história oscila bastante ao longo do tempo, mas ainda consegue cativar os jogadores ao longo de cerca de 20 horas de jornada. Os cenários pedem para ser explorados e a cada nova tentativa de concluir uma missão, você poderá criar novas táticas, embora a IA do game não seja lá muito arrojada. Para ser sincero, ela chega a ser bem burra e limitada em alguns momentos.
A história em si nos coloca na pele de Teriel, um ladrão que busca roubar um artefato conhecido como Cypher e que por conta disso acaba entrando em contato com uma espécie de demônio, sendo preso na ilha-prisão de Peh. E o resto, como dizem, é história e não vamos entrar em detalhes para evitar spoilers, mesmo avisando que a narrativa é inconstante.
Cenários, câmera e quests
Já na ilha de Peh, Seven: The Days Long Gone começa a tomar formas bem distintas da cidade em que o jogo se inicia – aliás, o trabalho feito na cidade é belíssimo, enchendo a tela de personagens e diálogos. As travessias ao longo do vasto cenário fazem com que os jogadores usem e abusem das habilidades do protagonista para escalar, se esquivar dos guardas ou até mesmo em ir para a mão, algo que acaba se tornando muito mais comum do que o modo furtivo.
A câmera do game utiliza uma visão isométrica, que auxilia o jogador a perceber os arredores, ajudando – e muito – na tomada de decisões. Eu, que particularmente não fujo de uma boa briga e tenho paciência limitada para ficar em modo furtivo, sempre que possível, escondia em uma moita e tentava derrubar todo mundo. Mas… não é fácil assim.
As quests principais são muito boas, mas, para um cara curioso como eu, as side quests também são parte importante do jogo. Infelizmente elas deixam a desejar e tomam um tempo que julgo desnecessário, sendo repetitivas ou até mesmo sem graça.
Sistema de progressão e menus
O jogo, diferentemente dos RPG’s clássicos, não conta necessariamente com um experiência para alcançar pontos e, assim, conseguir melhorar suas habilidades. Você consegue habilidades apenas ao trocar chips que contém determinadas melhorias. Mas não espere que seja fácil de conseguir os equipamentos, dinheiro no jogo só é conseguido após muitos furtos – ou a tentativa frustrada deles e é aí que as coisas podem ficar mais divertidas.
Ao tentar furtar NPC’s, você deve se planejar muito bem, elaborando armadilhas e rotas de fuga. Tudo isso soma-se as habilidades presentes nos chips – teletransporte, maior recuperação de vida, etc. Caso você tenha sucesso nessas tarefas – o que pode levar horas, já que os guardas sempre ficam atentos, baixando o nível de procura ao longo do tempo – certamente facilitará a rotina do jogo. Afinal, os melhores equipamentos podem não te tornar um melhor jogador, mas ajudam demais.
Outro aspecto que achei interessante em Seven, foi o de poder furtar as roupas dos guardas e passar desapercebido por eles em alguns momentos – coisa que eu não fazia ideia de ser possível. O que se percebe é que o jogo explora o melhor dos três estilos, tornando a sua experiência bem bacana.
Já os menus… ah, os menus. São mais complicados do que os RPG’s conhecidos, sendo até chatos em vários momentos. Precisam de tempo, bastante tempo até para serem dominados. O inventário e o menu do personagem são bem confusos e aqui o jogo perde muito, chegando a tirar a paciência em alguns momentos. Pelo menos, uma boa notícia nesse aspecto: toda a interface do jogo se encontra em português brasileiro, o que é ótimo para os jogadores daqui!
Gráficos
Sem enrolar muito, os gráficos apresentam um estilo pós-apocalíptico cheio de misturas, com elementos medievais ou até mesmo características hi-tech. Os cenários por si só são muito bonitos e, no geral, lembra muito uma HQ, com suas bordas escuras e grossas, tendo traços bem parecidos ao que vemos em títulos como Borderlands.
Neste aspecto, o jogo conseguiu mesclar uma boa mecânica de controle e gráficos que a respondam da melhor maneira possível.
Conclusão
Seven: The Days Long Gone é um jogo bom, mesmo que muito inconsistente. Sua história oscila em vários momentos, suas missões paralelas são entediantes e a IA parece facilitar em uns momentos e, em outros, dificultar por demais. Os menus são dificultosos e poderiam ter seguido a fórmula de títulos como a série Diablo, que simplificam os dados e o manejo de itens.
Mas… não podemos ignorar o esforço da desenvolvedora em trazer uma proposta diferente, mesmo que o modo stealth, que pareça ser o diferencial aqui, fique esquecido depois de um tempo. Os mapas são ótimos de serem explorados, a jogabilidade no geral funciona, tendo um ou outro bug, os gráficos são muito bonitos e o jogo é localizado para o nosso idioma.
Para os fãs dessa mistura maluca criada pela IMGN.PRO e pela Fool’s Theory, vale a pena o esforço. Lançado exclusivamente para PC, Seven: The Days Long Gone está disponível via Steam e GOG.com, com preço sugerido de R$ 49,99 em ambas as plataformas. Sua avaliação no Metacritic foi de 68 pontos, algo que espelha as limitações do game.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela assessoria da GOG no Brasil.