No meio de uma grande diversidade de títulos e gêneros, o romance continua tomando conta de uma parte das adaptações cinematográficas. Claro que eles não tem o mesmo impacto de projetos como Jogos Vorazes e Divergente, mas ainda assim encontram o seu público em idades diversas. Além disso, no meio de tantas produções, também existem aqueles que tentam utilizar um estilo para buscar um caminho diferente através de sua narrativa enquanto desenvolvem o seu conteúdo. E com isso, no decorrer dos últimos anos muitos filmes surgiram com tal perspectiva. Agora, misturando o amor pela música com um relacionamento juvenil e o sentimento familiar, chega ao mercado home vídeo o filme Se Eu Ficar.
Baseado no best-seller do Gayle Forman, a trama acompanha uma jovem que deve encarar o maior dilema de sua vida. Aos 17 anos Mia (Chloe Grace Moretz) é uma talentosa musicista com um futuro brilhante por vir, e amada por seu namorado Adam. Mas após um acidente trágico, tudo toma um novo rumo e, em um piscar de olhos, ela se encontra entre a vida e a morte. Após esse fatídico dia, Mia precisará tomar a decisão mais importante de sua vida e que vai definir os caminhos de seu futuro: deixar tudo como está ou ficar com o amor de sua vida.
Se Eu Ficar está longe de ser algo inovador, mas é na sua temática que a produção consegue chamar atenção. Utilizando o sentimento familiar e a paixão pela música, a adaptação consegue construir uma narrativa interessante, sempre alternando passado e presente da protagonista. Não é algo perfeito, cansa em certos momentos, mas consegue cumprir com sua perspectiva da forma necessária para uma evolução dramática envolvendo um decisão pessoal que utiliza as maiores paixões de Mia, incluindo o namorado. Enquanto isso, direção e fotografia são simples, sem ousar demais para apresentar o conteúdo ao público. Nada de impactante, mas serve para o desenvolvimento. Agora, um dos pontos mais forte é a composição musical apresentada no decorrer do título. Misturando rock e música clássica, o conteúdo tem seus momentos de destaque em todo o contexto.
É um filme completamente diferente, mas que mesmo focado na personagem de Chloe Moretz também consegue apresentar coadjuvantes interessantes. A perspectiva é sempre da personagem principal, mas mesmo assim os seus familiares, o namorado rockeiro, Adam, e a melhor amiga, Kim, conseguem os seus espaços. Aliás, é algo necessário para a trama inteira, já que eles são as motivações para a decisão que deve ser tomada. Com isso, no meio de tantas memórias, com tal influência da narrativa, o espectador vai sendo envolvido pelo conteúdo mostrado. Destaque para Mireille Enos e Joshua Leonard como os pais de Mia e Jakob Davies como o seu irmão mais novo. Além disso, Stacy Keach também consegue ser marcante nos poucos momentos que aparece como o avô da violoncelista. E claro, Jamie Blackley cumpre o seu papel como Adam Wilde. Afinal, é o co-protagonista de todo o projeto.
Ou seja, dentro de todas as suas questões principais e propostas, Se Eu Ficar consegue sim cumprir o seu objetivo. Não é o estilo de narrativa que agrada todo mundo, longe de ser perfeito. Fica sim cansativo em certos momentos, mas Mia é uma personagem que consegue contornar todos esses problemas ao mostrar sua história de vida. Além disso, ainda existem aqueles trechos que conseguem um destaque ainda maior pela sua perspectiva emocional, principalmente a parte em que o avô aparece contando uma decisão do pai da protagonista. Ali, naquele pequeno momento, o título consegue mostrar ao espectador o que é ser um pai ou mãe.
Contudo, a trajetória não é apenas familiar. Na verdade, ela é mais focada no relacionamento amoroso de Mia e Adam, mostrando também as dificuldades de um namoro adolescente envolvendo pessoas tão diferentes. Nas lembranças diversas decisões são mostradas, incluindo a busca por sonhos e discussões. Tudo faz parte também de uma apresentação de uma vida normal, mas que foi atingida por um fato trágico. É uma composição interessante, nada comum no meio das grandes adaptações que formam blockbusters atualmente. O final? Bem, aberto para uma continuação. Entretanto, ainda assim, é curioso e interessante acompanhar a trama e toda a atuação de Chloe Moretz em um filme que é feito de escolhas, perdas e sentimentos.
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