QUATRO VIDAS DE UM CACHORRO | CRÍTICA

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QUATRO VIDAS DE UM CACHORRO | CRÍTICA

QUATRO VIDAS DE UM CACHORRO | CRÍTICANos dias de hoje, raramente um livro que figura na lista dos best-sellers mais vendidos por algumas semanas não tem seus direitos comprados por grandes estúdios para que sejam levados ao cinema. Geralmente, se investe nestes filmes, escalando diretores de mediano para bom e atores conhecidos para tentar agradar aos fãs, e ter uma razão para existir. O que na maioria das vezes não se alcança. Quatro Vidas de um Cachorro depositou em Lasse Hallstrom a esperança de levar ao público a mesma emoção que se tem ao ler o livro de W. Bruce Cameron. Ao menos isso ele cumpre da melhor maneira possível.
O cão Bailey (voz de Josh Gad) vira o bicho de estimação de Ethan (Bruce Gheisar)e vive uma vida feliz ao seu lado. Quando morre, volta no corpo de uma cadela policial, depois como um vira-lata que é adotado por uma mulher solitária e por fim, retorna à vida de Ethan (agora Dennis Quaid). Porém, entre essas idas e vindas se questiona qual é o propósito de sua existência, que, no final emocionante, nos é revelado.

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É visível que a intenção do filme é apenas uma: emocionar. E, diferente de outras obras que tentaram levar alguma história que envolva cães, como Marley e Eu, as situações são singelas, triviais, de forma a levar o espectador a associar aquele animalzinho com o seu, aí é quase impossível se segurar. O especialista em filmes que deixam a emoção à flor da pele, Hallstrom, sabe como catalisar os melhores momentos e valoriza a expressões caninas e a interação dos donos com eles. Além disso, o diretor carrega em seu currículo outra história parecida. Sempre ao seu lado (2009), que dispensa comentários quanto sua contribuição às empresas de lenços de papel.

O roteiro escrito pelo próprio autor juntamente com Cathryn Michon e Audrey Wells às vezes se perde tentando direcionar o olhar para a emoção, deixando a razão de lado, provocando certo desequilíbrio. Nas duas vidas intermediárias de Bailey não existe um aprofundamento da trama, algo que justifique aquela existência. Deveria ter explorado mais a questão ideológica que o fazia estar sempre procurando uma resposta para uma pergunta incompleta. Talvez, uma importância maior, e com mais tempo de projeção, elevaria a qualidade final, já que com tão pouca intersecção entre as duas convivências com Ethan, quebram a expectativa, e das quatro, apenas duas vidas realmente ficam em evidência.

Mesmo com toda a polêmica em torno dos métodos que foram utilizados para as gravações, o filme está longe de ser ruim. Contudo, Quatro Vidas de um Cachorro se sustenta apenas como um exemplar de filme emocionante, sem um conteúdo que não o torne esquecível. Porém, como dito no início do texto, ao menos ele cumpre seu papel de existir, que é direcionado a arrancar lágrimas nos donos de cães. E arranca mesmo.

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