Construindo a sua própria abordagem ao longo dos últimos anos com alguns heróis da Marvel, a Netflix começa agora mais uma trajetória em sua linha temporal. Desta vez, após as séries protagonizadas pelo Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, o último membro do grupo Os Defensores finalmente teve a sua produção lançada pela gigante do streaming. E claro, como esperado, ele também segue uma narrativa própria do contexto que vai sendo formado, apresentando sua própria trajetória e objetivos ao longo dos seus primeiros episódios.
Na trama, o bilionário Danny Rand (Finn Jones) retorna à Nova York após sofrer um acidente com sua família e ficar desaparecido por anos. Seu objetivo é simples: reconectar com seu passado e o legado de sua família. Contudo, seu retorno não é tão fácil como ele pensava. As pessoas não acreditam em sua história, duvidando da sua identidade, enquanto o mesmo busca um apoio negado por pessoas que ele mesmo conhece. Além disso, ele passa a ter que cumprir sua missão e lutar contra os elementos da corrupção da cidade com seu domínio do kung-fu e habilidade de invocar o poder extraordinário do explosivo Punho de Ferro.
A sinopse acima é basicamente o acompanhamento para os 6 primeiros episódios do novo programa desenvolvido através da parceria entre Marvel e Netflix. No meio de todas estas questões, é claro, estão muitas abordagens envolvendo os personagens, mas sempre dentro da dinâmica indicada. Talvez seja exatamente por isso que a produção vem sofrendo tanto, seus erros e focos excessivos em cima da busca do seu protagonista em provar sua identidade. Mesmo que tal necessidade exista, outros caminhos poderiam ter sido abordados mais profundamente para criar uma melhor dinâmica em seu roteiro.
Uma personagem que incomoda muito é justamente Joy Meachum (Jessica Stroup), já que ela não parece ter um lugar específico no desenvolvimento dos episódios. Enquanto seu irmão é claramente parte antagonista, a jovem passa por lapsos de bondade e vilania no início da trama. Em um momento ela se incomoda com a presença do possível Danny ou impostor, enquanto em outro quer abraçar os ideais do personagem e acreditar em sua história.
Isso é inquietante até ela tomar uma posição, mas deixa tudo com uma perspectiva nada favorável. Na verdade, parece que algo que poderia ser uma grande produção de herói virou uma trama questionável e cheia de personagens mimados. Mas calma, nem tudo é uma grande pesadelo para a série de TV protagonizada por aquele que também estará em Os Defensores ainda em 2017.
Mesmo com suas bagunças envolvendo a vida pessoal de Danny Rand, a série tem o seu lado bom ao abordar questões sobre a sua missão como o Punho de Ferro. O próprio parece viver tal dilema, sem saber qual caminho tomar em sua vida. Entretanto, isso é algo que também começa a ser mais constante no sexto capítulo. É claro, tal abertura também pode indicar uma reviravolta na segunda parte, com um foco maior na rivalidade do personagem com o Tentáculo, mas também existe um caminho contrário indicado pelos acontecimentos.
O drama pode ser a base central para o restante da temporada, com as dúvidas de Rand cada vez mais destacadas e até uma jornada de recuperação sendo desenhada para isso. A resposta virá apenas ao longo dos capítulos, agora já disponibilizados pela Netflix para o público. No mais, fica mesmo como saldo positivo a presença das lutas presenciadas pela personagem Colleen Wing (Jessica Henwick), assim como algumas sequências do herói.
Além disso, é também no relacionamento destes dois personagens, somados a participação de Claire Tample, que as melhores cenas são mostradas. Talvez pela abordagem mais simples, de conhecimento, com uma interação mais sincera entre eles. O que pode acontecer também está claro, chamando atenção para isso, além do apoio e amizade que já é abordado em sua relação. Fica agora a expectativa pelo final da temporada, assim como a torcida para que tenhamos mais do Punho de Ferro e menos de Danny Rand ao longo da sua segunda metade.