Desde o momento em que o filme Esquadrão Suicida revelou a participação do Coringa e da Arlequina a empolgação foi grande. E isso não aconteceu apenas pelos nomes escolhidos para interpretar os personagens, mas também pelas suas presenças em um universo que será claramente explorado pela Warner Bros. Pictures no futuro. Entretanto, logo também um outro assunto começou a ser abordado: o relacionamento abusivo que ocorre entre os dois vilões. E isso promete ser um fator para polêmicas no que está por vir. E agora, com o lançamento cada vez mais próximo, resolvi escrever sobre tal ponto.
Claramente, na sociedade em que vivemos e crescemos, o machismo e o abuso contra as mulheres é um problema. Não posso dizer que entendo completamente do assunto pelo ponto de vista feminino, já que estou do outro lado da moeda. Entretanto, os debates sobre isso tem crescido e ganhado cada vez mais repercussão nos últimos anos. Sim, é um problema, mas quando o assunto são os vilões da DC Comics e personagens que estão vindo dos quadrinhos, uma outra coisa deve ser lembrada: eles são da ficção.
Ah, mas então você está apoiando a relação abusiva na ficção? Veja bem, não é isso. Na verdade, eu estou apenas lembrando o fato de que estamos falando sobre dois vilões em uma relação conturbada através das suas loucuras. É sempre válido ressaltar isso, certo? ELA e ELE são doidos, malucos de pedra, insanos. Então, sendo amigo e já avisando: vão sim romantizar um pouco essa trama envolvendo eles dois.
Mas o abuso dentro da relação Arlequina e Coringa não é algo de apenas uma mão. Vale lembrar que ainda como a psiquiatra Harleen Quinzel, ela também cometeu seus abusos contra o palhaço. Ela seduz o Coringa, sim. E ao invés de tratá-lo, acaba perdidamente louca por conta de uma obsessão que cria pelo mesmo. Ou seja, novamente eu destaco: eles são DOIDOS!
No fim das contas, abusar de uma mulher, de qualquer forma, é feio e um crime. E você pode usar a relação desses dois para mostrar isso, mas sem criar frases do tipo: “Ah, isso não tem que ser mostrado em um filme”. Sim, tem. Aproveite esse momento para virar para falar: “Está vendo aquilo? Ele bate em uma mulher, e é um vilão”. Mas também vire e fale: “Nunca siga tudo o que lhe falam, tome cuidado com as pessoas que não conhece”. Mas ao final, não seja o tipo de pessoa para afirmar que isso deveria permanecer escondido.
Contudo, não crie polêmicas desnecessárias e discussões de ódio em cima de uma trama que foi construída para mostrar isso. Use exemplos, não crie problemas. Se tudo o que é mostrado for usado para mostrar perspectivas, talvez resultados sejam alcançados de uma melhor forma.
No fim das contas, você deve apenas lembrar que trata-se de uma ficção, com vilões e personagens loucos. E lembre-se: cada pessoa adulta tem o seu próprio caminho, sua opinião e concepção sobre as coisas. Nem todos que se divertem em um vídeo game vão sair fazendo aquilo que está sendo mostrado, assim como também não acontecerá com uma produção focada em personagens que saíram de quadrinhos ou desenhos. Seja feliz, aproveite o entretenimento, busque utilizar o que é mostrado de forma prática e não apenas em reclamações virtuais e um boicote.