O mundo cinematográfico não tem sido feliz para Adam Sandler nos últimos anos. Depois de sucessos retumbantes como O Paizão (1999) e Como se fosse a primeira vez (2004), caiu num marasmo preguiçoso e entediante de filmes como Cada um tem a gêmea que merece (2011) e Juntos e misturados (2013). Porém, sob a batuta de um dos maiores roteiristas “oitentistas”, Chris Columbus, ele tem a chance de dar a volta por cima com um filme que tem o compromisso de apenas transmitir diversão, com ele alegria exagerada dos anos 80 e com um toque de nostalgia, que não faz mal à ninguém.
Em 1982, Sam Brenner (Adam Sandler) participa de um campeonato mundial de videogames em que perdeu para Eddie Plant (Peter Dinklage) na partida final. Este torneio foi gravado e enviado para o espaço sideral a fim de que outras vidas inteligentes pudessem receber a mensagem e responder. Trinta anos depois, os seres alienígenas chegam a terra, porém querendo guerra, e só Brenner, junto com seus amigos Will Cooper (Kevin James), Ludlow (Josh Gad) e Eddie, podem salvar o planeta, pois são os craques no jogo.
Não espere nenhuma complexidade ou nexo em Pixels, pois, alguns filmes têm uma razão específica de existência, a deste, é a diversão. Então, quando entramos no “jogo” e compramos o nonsense histérico que nos salta aos olhos, vislumbramos um filme impagável, que mescla piadas prontas e idiotas com outras de referências do universo dos anos 80, para nerd nenhum botar defeito. Mesmo que Sandler, vez ou outra tente estragar tudo com sua preguiça, as gargalhadas sobressaem, principalmente pelas caras de Josh Gad e bocas de Peter Dinklage (e seu fetiche por Serena Willians).
O roteiro de Adam Sandler e Tim Herlihy conseguiu se desdobrar muito bem à partir do curta-metragem de Patrick Jean, e ganha muito com a inserção de grandes mito dos mundo dos games, como o Pac-Man e o Donkey Kong. Lembra muito Detona Ralph (2012) que também se tratava do mesmo universo. O público, principalmente na faixa dos quarenta, consegue sentir um pouco da nostalgia dos tempos em que videogames não eram tão egoístas, e os fliperamas eram uma espécie de parque de diversões digitais, onde amizades e amores nasciam, e crianças exercitavam suas mentes ao invés de aprenderem apenas se manter vivo, custe o que custar.
Tudo bem que as ações são premeditadas, tudo sempre é o que se espera que seja, não há reviravoltas ou coisa que se justifique de forma plausível, mas, como já dito, tudo é apenas parte do show de humor combinado a efeitos visuais de larga escala. Tudo isso graças a Chris Columbus, que é a cabeça que roteirizou sucessos dos anos 80 como Gremlins (1984) e Os Goonies (1985), que conseguiu trazer aquela magia, a inocência, a diversão para um universo totalmente diferente, com um público diferente, mas que ainda consegue se pegar sorrindo pelas mesmas bobagens.
Pixels é para se ver com o coração aberto, para rir e se divertir sem preocupar-se se o roteiro é bom ou não. É para se sentir bem em ver o Gilbert, que ficou sem “emprego” em Detona Ralph, conseguir destaque e ser a coisa mais fofa do filme. Para quem achou que nunca mais veria nada de bom com Adam Sandler, eis que o ator tem mais uma bola dentro depois de tantos fracassos. Será que vai continuar assim? Tomara.