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O gênero de terror já tem toda uma história envolvendo a criação de ícones através de títulos de sucesso, assim como também alguns fracassos. E claro, para tal desenvolvimento títulos e ideias originais foram surgindo ao longo dos anos, seja através de ideias adaptadas ou originais. Contudo, com o tempo a fórmula do estilo também foi ganhando deixando de alcançar o mesmo efeito em certos projetos, fazendo assim como que os sustos fossem diminuindo e as reclamações aparecendo. Mesmo assim, por vezes a moda acaba alcançando a tela por conta de brincadeiras que também envolvem mitos que foram se espalhando ao redor do mundo. Agora, em cima de tal perspectiva popular, o filme Ouija – O Jogo dos Espíritos chegou ao mercado Home Vídeo.
A trama começa com duas crianças brincando com um tabuleiro Ouija e apresentando também as regras: nunca jogar sozinho. Anos depois, Laine convence seus amigos a usar o objeto para fazer contato com sua amiga Debbie, morta recentemente em um misterioso acidente. Contudo, quando voltam ao local onde Debbie morreu, tentando encontrar o seu espírito, eles descobrem que ela fez um perturbador filme de si mesmo utilizando o artefato antes de sua morte brutal. A partir de então, logo os amigos percebem que despertaram um poder tenebroso e apavorante, que começa a assombrá-los, sendo que o único jeito de quebrar a conexão com esse terror será entrando no jogo de vez!
Não é incomum filmes de terror começarem suas tramas uma forma batida, mas este projeto é daqueles que conseguem superar tal perspectiva e ainda seguir o seu caminho através do óbvio. Com uma narrativa recheada de clichês iniciais e seguindo com todos eles no desenvolvimento da sua trama, o roteiro não consegue nem criar expectativas pelo seu caminho. As falhas de Ouija são claras desde os seus primeiros momentos, mesmo que não compartilhadas completamente com sua direção. O primeiro sequência até consegue impressionar e chamar atenção no início, mas o diretor Stiles White não se arrisca muito após isso e nada pode fazer contra os diversos clichês. Ou seja, logo tudo passa a ser focado apenas no grupo de adolescentes, sem criar qualquer mistério nas imagens.
Além disso, os personagens nem são bem trabalhados pelo script construído. Nem ao menos o ponto envolvendo sua protagonista e a amiga morta consegue ser salvo, já que não foi algo explorado em seu início, sendo uma relação apenas citada dentro de lembranças por parentes ou pela própria personagem. O espectador mesmo acompanha apenas uma relação envolvendo a brincadeira do tabuleiro e uma discussão nas primeiras cenas, já que após isso o “acidente” acontece. E quando o assunto é terror? Bem, existem apenas um ou dois sustos, sendo que a trama inteira não deixa espaço para tal fato por conta dos clichês. Ainda assim vale ressaltar que os bons efeitos especiais e o clima criado pelo silêncio e sua trilha sonora são os aspectos positivos do que é mostrado.
É fato que a falta de ousadia atrapalha o projeto. Sem pretensões de buscar algo mais, que poderia ser alcançado por se tratar de um objeto conhecido ao redor do mundo, o filme acaba afastando o seu fator assustador em quase toda a trama. Além disso, o roteiro ainda segue em marcha lenta e as questões envolvendo aquela que deveria ser sua principal temática demoram a ganha realmente uma certa força. E mesmo assim, quando algo acontece nem consegue surpreender e mostra apenas um caminho chato de investigações e reviravoltas que já eram mais do que esperadas. Até mesmo em sua tal virada e caminho para o clímax o roteiro deixa a desejar, já que não apresenta verdadeiros motivos para que os personagens corram perigo. E assim, com tantas questões simples, comuns e sem cumprir a necessidade de desenvolver suas personagens, Ouija – O Jogo dos Espíritos é o tipo de produção que não tem necessidade de uma continuação se não for mudar completamente a sua visão e criar situações mais ousadas.
