Mesmo com a predominância de poucas linhas de abordagens recentemente, ainda é sempre válido ressaltar o quanto o gênero da comédia pode ser diversificado. Os adolescentes e as tramas formadas pelo famoso termo “besteirol” possuem um grande controle do segmento atualmente, seguidos por comédias românticas, mas outras situações também podem surgir. Agora, deixando os adolescentes de lado e introduzindo nomes adultos e apresentando uma aventura bem diferente do usual, o filme Negócios Fora de Controle já está disponível no mercado home vídeo.
Na trama, Dan Trunkman (Vince Vaughn) é dono de uma pequena empresa e viaja com os dois sócios (Tom Wilkinson e Dave Franco) para a Europa, onde o trio fechará um grande negócio. Entretanto, chegando ao local eles são atingidos por acontecimentos inesperados, fazendo com que a jornada passe por várias mudanças e coloque os empresários em situações que vão desde brigas durante a Octoberfest até algumas barbaridades envolvendo a reserva do hotel. Ainda assim, todas as situações colidem para uma mudança nas suas vidas.
É interessante quando uma produção decide seguir alguns aspectos diferentes, começando pela ausência de adolescentes e muito sexo em seu contexto, mas ainda assim é necessário mais que isso para fazer a diferença. A narrativa neste caso é muito interessante no início, mas não passa disso. Mesmo que foque na viagem dos seus protagonistas, logo o roteiro começa a lembrar outros projetos ao não conseguir tomar uma decisão correta do seu rumo. A direção também não estabelece grandes novidades, enquanto todo o que vai sendo contado parece já ter sido visto de alguma forma anteriormente e fique oscilando o tempo inteiro entre situações bem diferentes.
Negócios Fora de Controle acaba se revelando mais um daqueles filmes que Vince Vaughn faz, mas que não tem muito o que apresentar. É uma trama que lembra Eurotrip em alguns aspectos, mas com adultos, só que sem saber o que assumir. Em certos pontos quer falar sobre situações sérias da atualidade, em outros quer cair no famoso besteirol, sem lembrar que ainda quer apresentar uma moral ao mostrar um pai de família preocupado e que quer garantir o seu emprego e autonomia.
Com todas essas questões apresentadas e criando uma grande confusão no seu roteiro, o projeto em questão acaba não decidindo o lado que quer assumir. Fica ali, no meio termo, perdido e sem saber o que fazer. Até consegue arrancar uma risada ou outra, mas não vai muito além disso. Por não assumir suas pretensões, nem mesmo se aprofundar em questões como o bullying consegue. No fim, transforma-se apenas em um simples projeto de entretenimento, mas sem criar grandes lembranças. O mais interessante é que aqui, se eles assumissem completamente as raízes do besteirol e conseguissem criar uma dinâmica com os assuntos que tentam abordar, poderiam causar uma impressão muito melhor.