MISSÃO: IMPOSSÍVEL – NAÇÃO SECRETA | CRÍTICA

Classificação:
Excelente

Missão Impossível 5 pôsterÉ incrível ver Tom Cruise correndo e se estabacando em cenas de tirar o fôlego em Missão Impossível: Nação Secreta. Não pelo vigor físico e dedicação frente às câmeras do cinquentão, mas sim pelo fato de parecer carta fora do baralho, um ex-astro em franca decadência nos anos 2000. Tanto na vida profissional quanto na pessoal, onde episódios bizarros povoaram tabloides sensacionalistas e entrevistas de TV. Porém, com o excelente MI: Protocolo Fantasma (2011), tudo mudou. Além de recuperar a franquia, Cruise voltou a ser requisitado e até lançou outros bons filmes como Jack Reacher – O Último Tiro (2012) e No Limite do Amanhã (2014). Agora, volta com tudo em mais um capítulo da série, mantendo a mesma fórmula que fez do anterior um grande sucesso de público e crítica.

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O super agente Ethan Hunt (Tom Cruise) acaba sendo pego por uma organização secreta que se intitula O Sindicato. Ele escapa, porém descobre que eles pretendem destruir o IMF. Na Casa Branca, o agente Willian Brandt (Jeremy Renner) tenta convencer seu superior Alan Hunley (Alec Baldwin) a não fechar o departamento, o que acaba acontecendo. Porém, Hunt, juntamente com seus fieis amigos vai correr contra o tempo para provar que a nação secreta realmente existe, e é muito capacitada.

Começa alucinante, prepara, ele entra, tira o fôlego e booom, assim começa MI: Nação Secreta. Da mesma forma de seu antecessor que lotou cinemas mundo afora e colecionou diversos elogios da crítica. Christopher McQuarrie não é bobo nem nada. Com sua astúcia para criar situações intrincadas com resoluções nada ortodoxas, conseguiu congelar o público na poltrona, sem ser tão apelativo (claro, levando-se conta que se trata de um filme de agente secreto), e com as mesmas maquinarias dos anteriores. Porém, pode-se dizer que este filme prima mais pela tensão sem a ação, ainda que ela sempre esteja ali, em ótimas sequências, não existe aquela intensidade instigante e persistente.

Muitas vezes o diretor obscurece o ambiente, cria um calabouço que nos permite sentir uma pitada do saudoso noir, com a presença marcante da femme fatale Ilsa, vivida por Rebecca Fergunson. Nessa intersecção é até possível perceber uma pequena homenagem ao mitológico Casablanca (1942), de Michael Curtiz, tanto na pequena passagem pela cidade, quanto na escolha do nome da “mocinha”, além é claro, do climão do gênero em que o clássico americano foi construído.

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Claro, que tudo isso gira em torno da figura icônica e cativante de Tom Cruise. Assisti-lo nas cenas de ação é um deleite maravilhoso e um exercício sensorial fascinante. Parece não haver nada que não faça e é visível que a grande maioria das cenas ele mesmo faz, dispensando dublês. Neste meio termo entre a loucura e a dedicação somos envergados a aplaudir sua atuação como um todo. Ah, claro, o desafogo cômico de Simon Pegg está de volta, para quando tudo parece pesado demais, seu rosto angular equilibre com uma tirada eloquente.

Missão Impossível: Nação Secreta é um filme de ação, que consegue ter vida independente de seu ótimo antecessor pela forma como instaurou um certo suspense em seu trecho final, onde Hunt teria de provar que tudo não era apenas um delírio de sua cabeça, como alguns chegam a pensar. Essa herança de Os Suspeitos (1995), primeiro roteiro de McQuarrie, é um dos grandes sucessos dos anos 90, fez a diferença.

Seja pela ousadia de Tom Cruise, seja pelo ótimo roteiro ou pela direção segura, MI5 merece o ingresso pago por ele. E já fica a ansiedade pelo próximo filme da franquia, que se continuar desse jeito, será muito bem vindo.

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