Mesmo com vários projetos em desenvolvimento, ainda hoje existem espaços para programas policiais. Não é algo absurdo de sem pensar, já que as abordagens são variadas em títulos que podem utilizar os tradicionais casos da semana. Entretanto, de vez em quando surgem aqueles que conseguem criar algo diferente dentro do tradicional, conquistando o seu espaço através de um simples detalhe ou busca por um objetivo. Nos últimos anos, um belo exemplo para isso tem sido a corrida que The Mentalist apresentou na busca pelo serial killer Red John. Com todas as questões bem estruturadas desde o começo, o título conseguiu desenvolver uma trama com diversos casos de assassinatos e outros crimes, mas sem perder o seu principal foco. Agora, na 6ª temporada que chegou ao mercado Home Vídeo, tudo isso é solucionado.
A trama retorna do mesmo ponto em que o ano anterior acabou. Possuindo de uma lista com sete suspeitos confirmados pelo próprio assassino, Patrick Jane e a equipe da CBI estão se aproximando do ardiloso serial killer enquanto continuam a solucionar os crimes mais intrincados da Califórnia. Red John poderia ser um líder de um culto? Um analista forense macabro? Um muito suspeito agente de segurança nacional? Ou um de quatro policiais, incluindo o diretor da CBI? Em uma verdadeira corrida contra o tempo para evitar novos assassinatos, a identidade do homem que matou a família de Patrick Jane é finalmente revelado em um confronto esperado. Entretanto, no meio do caos criado pelo caso, a CBI é fechada. E assim, Jane, Losbon e a equipe passam a atuar pelo FBI e enfrentam uma nova série de mistérios, incluindo casos envolvendo antigos suspeitos da CBI.
Após 5 temporadas completas de buscas e tantos casos, The Mentalist soube cumprir com o seu objetivo. O sexto ano já começa mostrando mais uma vez a lista, seguindo com outros casos, mas utilizando os personagens envolvidos como suspeitos desde o início. Uma solução correta dentro da caçada desenvolvida, fazendo com que o roteiro comum encontre o seu maior objetivo dentro dos primeiros episódios, sem enrolar uma temporada para encontrar o assassino. A grandiosidade em buscas não existe, mas o jogo de inteligência entre seu protagonista e antagonista funciona muito bem até o momento tão aguardado pelo público.
Além de toda essa caçada, é interessante ver também que uma reviravolta é criada dentro do programa aos poucos. O acontecimento simplesmente fecha a CBI, mudando o cenário completo da série de TV, seguindo com a narrativa comum, mas agora em uma maior abordagem envolvendo crimes diferentes. Contudo, o mais incrível é ver como essas novas percepções funcionam, apresentando rostos novos e tirando alguns antigos do projeto. Para isso, a direção também muda algumas perspectivas e passa a investir mais em detalhes pessoais dos personagens, criando novos climas e aproveitando o momento do roteiro.
Verdade seja dita: The Mentalist não é a maior série em matéria de produção da atualidade. O projeto tem o seu cenário base, sua trama estruturada e seu elenco. Simples, sem segredos. Entretanto, é no roteiro que o melhor se faz presente, seja através de seus personagens ou casos que são apresentados. Por 5 anos ela conseguiu prender o seu público dentro da busca envolvendo a identidade de Red John, mesmo que no caminho existam outros tantos crimes. Indo e vindo no seu decorrer, o foco era sempre o mesmo: capturar o serial killer. E foi assim, no meio de tantos casos, que Lisbon, Van Pelt, Rigsby, Cho e Patrick Jane foram conquistando a fidelidade de todos também com suas personalidades.
E o passar dos anos não fez isso mudar, até agora. O curioso é que mesmo com tudo funcionando, a sexta temporada tem o seu maior acerto exatamente por apresentar reviravoltas. A caçada em busca de Red John é fantástica e intensa, com descobertas incríveis e a solução tão esperada. Entretanto, quando se esperava tudo sair dos eixos e o título ficar sem uma motivação no roteiro, isso é impedido pelo FBI. É na agência centrada em Austin, estado do Texas, que casos completamente diferentes são apresentados. Uma nova perspectiva é abordada de tal forma, seja através de uma simples apreensão de tráfico ou a busca por uma quadrilha que rouba artes, até os instigantes casos envolvendo antigos membros da CBI e o tráfico de humanos. O último, por exemplo, toma conta de uma quantidade razoável de personagens, mas vale muito a pena. É misterioso, complicado e chocante. Exatamente como deveria ser, colocando Patrick Jane em uma situação que exige esforços.
Além disso, o ano também pode ser lembrado por sair um pouco do aspecto profissional dos protagonistas. Definições de sentimentos que também eram esperadas pelo espectador, apresentando os sentimentos de seus personagens e apresentando uma resolução que já era esperada há algum tempo. Uma temporada mágica quando não se esperava, que soube medir todos os seus conceitos e passagens, mostrando uma nova ideia de The Mentalist que merece ser acompanhada até o final.
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