MARCAS DO PASSADO | EM DVD/BLU-RAY

Classificaรงรฃo:
Regular
67519Existem filmes em que a intenรงรฃo รฉ melhor que o produto, onde uma boa idรฉia nรฃo consegue ser totalmente transportada para um bom roteiro. E seguindo essa linha, Marcas do Passado, de Claudia Llosa, lanรงado aqui no Brasil diretamente para a versรฃo HOME VรDEO, tem atรฉ momentos em que consegue genuinamente emanar emoรงรฃo e despertar a curiosidade do pรบblico. Entretanto peca por nรฃo dar importรขncia a detalhes dos quais todos desejam saber, deixando aquela incรดmoda sensaรงรฃo de alguma coisa estรก faltando.

Vinte anos depois de ter abandonado seu filho e de passar por inรบmeras dificuldades, Nana Kunning (Jennifer Connelly) consegue se estabelecer como uma terapeuta renomada e curadora. Sรณ que uma jovem jornalista, Jannia (Mรฉlanie Laurent), estรก determinada a investigar o destino do filho distante de Nana, Ivan (Cillian Murphy). Nesse processo ela descobre que os laรงos que os afastam passa por uma grande tragรฉdia.

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A diretora peruana Claudia Llosa despontou para o mundo com seu excelente filme-denรบncia A Teta Assustada (2008), e depois se colocou em suspensรฃo artรญstica no cinema. Quando esse seu novo projeto surgiu, muito se esperava dele. Porรฉm, ao contrรกrio de sua obra anterior, seu Marcas do Passado nรฃo consegue ser equilibrado, pois se escora em belas imagens e boa direรงรฃo de cena, mas se perde na construรงรฃo do roteiro que por vezes parece mutilado, sem uma construรงรฃo lรณgica que ligue o inรญcio e o meio, com o fim.

As sequรชncias seguem a narrativa de construรงรฃo elรญptica, os eventos vem e vรฃo, desconstroem a ordem cronolรณgica, e isso torna a curiosidade em torno dos motivos que justificam o sabido abandono algo que realmente prende a atenรงรฃo. Somos pegos numa nรฉvoa gรฉlida, em que os acontecimentos nรฃo sรฃo icรดnicos, e em momento algum, algumas caracterรญsticas peculiares, como o fato de Ivan ser um falcoeiro, poderiam ter ganhado um pouco mais de profundidade. Perde-se assim grande oportunidade de ter aquele algo a mais que valorizaria o drama.

Nรฃo se pode negar que Claudia Llosa tem um talento peculiar na direรงรฃo. Ela induz um intimismo suave, que nem torna as cenas desgastantes demais e muito menos desperdiรงa as boas atuaรงรตes de Jennifer Connelly e Cillian Murphy. Contudo, nรฃo consegue se manter num ritmo constante, pois, como jรก dito, o roteiro se perde em sua parte final, deixando muitas pontas soltas que nรฃo sรฃo ligadas. Parece que nรฃo houve uma idรฉia interessante que deixasse o final mais plausรญvel.

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No fim, a sensaรงรฃo de que o filme poderia nos entregar muito mais do que nos mostrou รฉ รณbvia. Talvez um excesso de preciosismo de Claudia Llosa, ou mesmo uma falta de criatividade para criar um fim, Marcas do Passado acaba sendo uma obra que justificou o porque nรฃo conseguiu distribuiรงรฃo para os cinemas no Brasil. Nรฃo valeria uma hora e meia de projeรงรฃo na tela grande. E, vendo o potencial quando se lรช a sinopse, รฉ uma pena

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