LOST SPHEAR | Um clássico JRPG. Em todos os sentidos!

Temos um título tradicional, mas com mecânicas modernas

O universo de jogos de RPG sofreu uma imensa transformação nos últimos anos. A principal delas talvez tenha sido a forma das batalhas: de turnos para ação/hack & slash. Mas a Square Enix revolveu “voltar ao passado”. Após lançar I Am Setsuna no formato clássico em 2016, neste ano foi a vez de Lost Sphear. Ambos foram desenvolvidos pela Tokyo RPG Factory, então, contam com mecânicas semelhantes, mantendo a pegada clássica de um JRPG, mas com recursos mais modernos.

Porém, sabemos que só apostar em nostalgia e em recursos básicos não basta. É preciso ousar mais para prender os jogadores. E Lost Sphear conseguiu esse objetivo? Descubra agora, em mais uma review do Jornada Geek!

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História clichê

Em Lost Sphear, você é Kanata, um jovem sem grandes aspirações na vida, que se vê diante de uma grande responsabilidade: restaurar localidades inteiras que foram perdidas. Tudo começa em Elgarthe, a cidade natal de nosso protagonista. Um belo dia, nosso heríu encontra sua cidade toda coberta por uma névoa branca e “apagada” do mundo. Aí o misterioso Van surge enquanto o protagonista descobre que ele consegue reunir memórias e reconstruir aquilo que foi perdido. E assim começa nossa história.

Além da “responsabilidade social” de reconstruir o mundo, Kanata tem a companhia de seus amigos de infância Lumina e Locke, que também tem objetivos particulares: encontrar seus pais. Os três são órfãos e questionam se o poder do protagonista seria capaz de trazer de volta à vida quem já morreu. Por fim, temos mais elementos que fazem de Lost Sphear um JRPG com história não muito original. Um Império, monstros genéricos, magias e conspirações.

Lost Sphear
Reis e exosuits. Já vi isso em algum lugar… Foto: (Divulgação)

Mesmo assim, o título mostra uma narrativa interessante o suficiente para fazer o game andar. Por não ser muito longo (cerca de 34h, segundo o How Long to Beat) para o gênero, Lost Sphear não se perde em side quests que não acrescentam nada ao jogo. Tudo o que você faz tem um motivo bom o suficiente para manter o jogo funcionando.

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Cheiro de clássico

Se I Am Setsuna foi um sucessor espiritual de Chrono Trigger, e Lost Sphear segue as mecânicas do seu predecessor, é impossível não relembrar do clássico jogo da Squaresoft. É um jogo onde você vai explorar o mapa, conversar com muitos NPCs, ter informações sobre a narrativa, enfrentar inimigos em batalhas de turnos onde o tempo não para (Active Battle Mode). Para quem jogou os primeiros Final Fantasy, Dragon Quest ou Wild Arms, até mesmo o esquema de menus, armas e equipamentos remete aos velhos tempos. Uma justa homenagem.

Mas Lost Sphear não se apega somente ao passado. O jogo introduz suas próprias mecânicas, dando mais opções ao jogador. Um bom exeplo são que as batalhas em turno acontecem em áreas delimitadas, onde o movimento é livre. Na prática, você pode se posicionar para atacar e atingir mais inimigos ao mesmo tempo. É algo recompensador, principalmente mais ao final do jogo, com sua party mais forte e essa mecânica dominada, poder eliminar mais inimigos em um único ataque.

Lost Sphear
One hit kill? (Foto: Divulgação)

Trilha sonora e jogabilidade

Um dos elementos que sempre me marcou em JRPGs foi a trilha sonora. Por vezes, me pego cantarolando a música tema de Final Fantasy X (meu favorito, me julguem!) ou a bela abertura de Chrono Cross, por exemplo. Lost Sphear não vai fazer parte desse meu grupo. Não me entendam mal. O jogo não tem uma trilha sonora ruim, mas não é marcante.

Já a jogabilidade é em 3D, com visão superior e a equipe seguindo o seu líder. Ao andarmos pelo mapa, vemos as cidades e dungeons em miniatura, com a possibilidade de entrar nelas. Também temos um barco maroto que nos ajuda a andar pelo continente e um excelente recurso de adiantar falas de NPCs em até 16x.

Lost Sphear
Barquinhos são clássicos em JRPGs. (Foto: Divulgação)

Veredito

Lost Sphear foi apresentado à comunidade como um game tradicional, mas com mecânicas modernas. E ele é bastante honesto neste ponto, portanto, não espere encontrar muitas novidades aqui. Com uma história boa o suficiente para fazer o gameplay fluir e interessantes mecânicas de batalhas, além de diversos elementos clássicos, fica difícil não recomendá-lo para os fãs do gênero. No entanto, pesa contra ele duas coisas: seu alto preço (R$ 159,99) e a ausência de legendas em português.

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Nota bom

Lost Sphear foi lançado no dia 23 de janeiro deste ano para PlayStation 4Nintendo Switch e PC, via Steam, em formato digital. Além das versões digitais, a versão física será vendida para PlayStation 4 e Nintendo Switch, mas somente na loja da Square. O game atingiu média de 69 pontos no Metacritic.

*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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Lucas Soares
Lucas Soares
Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.

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