Nota do editor: Como Life is Strange 2 será dividido em cinco episódios, o Jornada Geek vai publicar reviews individuais de cada capítulo. Não iremos atribuir notas individuais para cada capítulo, deixando para o texto do último episódio uma avaliação completa do jogo. Por se tratar de um jogo episódico, essa review contém spoilers que podem estragar a experiência do jogador. Leia por conta e risco!
A espera terminou. Depois de quase três anos, a franquia Life is Strange volta a ter uma sequência principal, com Life is Strange 2. Ao contrário de Life is Strange: Before the Storm, o novo game é produzido pela DONTNOD Entertainment, empresa responsável pela história original. Eu, que sou fã declarado do primeiro jogo, não preciso falar como meu hype estava nas alturas.
Com o término da história de Max e Chloe, a DONTNOD resolveu apostar suas fichas em dois novos personagens, os irmãos Sean, de 16 anos, e Daniel Diaz, de 9 anos, que fogem de casa depois de um trágico evento mudar suas vidas para sempre, partindo em uma jornada pelas estradas dos Estados Unidos.
Mas como foram as minhas impressões do novo episódio, Roads? A análise do primeiro capítulo de Life is Strange 2 você confere agora, aqui no Jornada Geek!
Na estrada!
O episódio inaugural da nova temporada de Life is Strange 2 foi batizado de Roads (Estradas, em português) e não foi por acaso. Sean, o protagonista e personagem jogável do game, foge de Seattle com seu irmão mais novo Daniel após algo mudar suas vidas para sempre. Mesmo sem muitos momentos onde temos uma dimensão do quanto eles realmente se distanciaram de sua cidade natal, o título faz questão de frisar, mais de uma vez, que o objetivo é fugir o mais longe possível de lá.
Mas, como estamos falando de um game que coloca suas atitudes em xeque o tempo todo, nada é tão simples como parece. No controle de Sean, você deve guiar seu irmão e dar o máximo de conforto para ele nessa confusa jornada. E, mesmo com a pouca idade e no auge da adolescência, também se vê responsável pela educação de Daniel, ensinando sobre moral e bons costumes.
Nesse primeiro episódio, há consequências leves sobre as atitudes que você toma, é verdade. Estamos falando do começo da temporada e nem tivemos tempo de conhecer as consequências de fazer ou não uma ligação para determinado personagem, ou de roubar ou não uma loja de conveniências. Ainda é cedo para saber que caminhos isso vai levar até o fim da história, mas outras atitudes influenciam na sua relação com Daniel.
Por fim, e é bem no fim mesmo, descobrimos o poder sobrenatural que teremos no jogo. Embora ainda não tenhamos tido nenhuma explicação de qual será a sua utilidade, algumas dicas já nos mostram como os irmãos vão conseguir controlá-lo e usá-lo. Infelizmente, ao contrário do primeiro game, onde voltar no tempo era usado com mais frequência desde o começo, o uso de nossas habilidades vão começar nos próximos episódios.
O gameplay, ou a falta dele…
A minha grande crítica para o episódio inaugural de Life is Strange 2 não vai nem para o roteiro sem grandes surpresas e lento que começou a temporada, mas sim, para o gameplay. São pouquíssimos momentos em que controlamos Sean e estamos sujeitos a passar mais da metade do episódio assistindo cutscenes.
É entendível que jogos com foco narrativo tenham mais cenas que tragam detalhes da história, mas Roads abusa. Recentemente, Detroit: Become Human mostrou diferentes formas de aprimorar a jogabilidade em jogos neste estilo. Se tivéssemos um controle remoto com dois botões, um para confirmar e outro direcional, completaríamos o episódio sem dificuldades. A sensação é de que estamos em um filme interativo, onde suas escolhas definem a próxima cena, e não em um jogo, já que mal temos controle do personagem.
Bom desempenho
Life is Strange 2 segue o estilo artístico já característico dos dois primeiros títulos da franquia, mas com um claro ganho de desempenho e melhoras visuais. Tudo é bastante natural, desde a fala dos personagens, até a movimentação deles, mais leve do que a travada Max, por exemplo.
O jogo também parece que foi “destravado” e roda com mais de 30 frames por segundo no PS4. Isso passa a sensação de um mundo mais vivo, com cores mais dinâmicas. Mas, novamente, a maioria dos elogios vai para a excelente trilha sonora, que embala a “aventura” de Sean e Daniel. Por fim, é bom lembrar, Life is Strange 2 chegou totalmente legendado em português do Brasil.
Veredito
Life is Strange 2 começou com o pé no freio e isso é inegável. Eu, por ter adorado o primeiro jogo, posso ter tido expectativas um pouco acima da média, é verdade, mas esse é o risco que uma produtora corre ao alimentar o hype do seu fã. E isso derrubou minha vontade de continuar jogando, ou mesmo de indicar o título por esse episódio de forma isolada. Espero mudar de opinião com a sequência da temporada. Agora, é aguardar a Square Enix, publisher da franquia, confirmar a data de lançamento do episódio 2.
Life is Strange 2 terá o seu primeiro episódio disponibilizado ainda nesta quarta, 26, para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Steam. Por enquanto, os jogadores podem adquirir a temporada completa somente nas respectivas lojas virtuais.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.
