Independente do gênero, sempre existirão alguns títulos que acabarão ganhando mais destaques do que outros. É a lei do cinema e não tem como escapar. Atualmente, para fugir um pouco de tal posição, por vezes os projetos estão buscando atores conhecidos e que ganharam certo destaque na televisão. Mas é claro, algo assim não depende apenas de um bom elenco. Roteiros também ganham atenção, seja por sinopse ou trailer, ainda mais quando buscam apresentar fatos envolvendo possíveis conspirações e viradas inteligentes em cima de muitas abordagens. E este é exatamente o caminho seguido por Julho Sangrento, que soube unir todos esses aspectos e já está disponível no mercado home vídeo.
Na trama, eEm uma noite agradável, no Texas em 1989, Richard Dane (Michael C. Hall, seriado Dexter) dispara uma bala na cabeça de Freddy, um delinquente que invadiu sua casa. Embora aclamado como herói, Richard f ica receoso pela segurança de sua família, quando o pai de Freddy, o ex-condenado Ben (Sam Shepard, O Homem da Máfia) surge na cidade, buscando vingança. Mas nada é o que parece nessa aparentemente pacata comunidade, e logo a vida de Richard entra no sombrio submundo da corrupção e violência, jogando-o contra o mais improvável dos inimigos.
O ponto mais interessante dentro de Julho Sangrento é exatamente a sua temática, já que é algo completamente mutável dentro do seu desenvolvimento. Tudo o que é apresentado pode acabar sendo envolvido em uma reviravolta, fazendo com que o público em muitos momentos mude a sua opinião sobre os personagens que estão envolvidos em diversas situações. E para isso os seus pontos principais nem são complicados, muito pelo contrário. A facilidade de entender os acontecimentos é a chave para o título, mesmo que o seu roteiro por vezes perca o ritmo. Oscilações são marcas presentes em todo o seu trajeto, com momentos bons e ruins. A fotografia, por sua vez, é escura para manter o suspense e causa tensão. É claro, isso já era esperado por conta do gênero.
Além disso, o ponto que mais chama atenção no título é realmente o seu elenco. Afinal, os amantes das séries de TV não conseguem esquecer de Michael C. Hall interpretando Dexter, enquanto aqui o seu personagem é completamente diferente. Richard é um homem do bem, mas acaba mergulhando em um mundo de segredos e se envolvendo cada vez mais sem grandes necessidades. Na verdade, a sua motivação é a justiça. Não apenas pelo que fizeram por ele, mas pelo o que outros estão fazendo. É uma relação estranha também a que ele vai construindo com Ben ao longo da trama. Ao poucos eles vão se aproximando e criando laços em algo que parecia impossível.
Existem muitas falhas no filme, isso não tem como negar. Ele é simples, mas não consegue ser eficiente em certos momentos e acaba ficando lento por isso. Não tem ação, mesmo recheado de mudanças em seu decorrer. Alguns pontos não conseguem ser aproveitados como deveriam, nem mesmo em um maior aprofundamento entre os personagens. Você conhece os passados e as suas situações no presente, mas a direção e o roteiro falham em não conseguir levar o público em um maior envolvimento com eles. No final, acabam não representando nada. E assim, sem muito o que oferecer, Julho Sangrento acaba sendo determinado como apenas mais um filme assistido por alguém que goste de filmes.