Independente do gênero ou público alvo, sempre existem programas que chegam causando alguns impactos. Há algum tempo surgiu um que acabou virando uma febre pela sua abordagem, tratando assuntos comuns da sociedade, mas dentro da escola, era a vez de Glee ganhar o seu destaque. A música acabou sendo a melhor forma para mostrar uma ligação entre personagens tão diferentes, conseguindo reunir um grupo de protagonistas que era formado desde jogadores de futebol, até um nerd. Com naturalidade em alguns episódios e questões forçadas propositalmente em outros, o título conseguiu o que queria até sua 3ª temporada. Entretanto, nem tudo é perfeito, a série repetiu fórmulas e decaiu em qualidade após isso. De tal forma, o quinto ano tem apenas um objetivo: dar a volta por cima.
A trama continua seguindo dois caminhos, mostrando a vida de Rachel, Kurt e Santana estão seguindo com sua vida em Nova York, em busca da realização de seus sonhos. Em Lima, Ohio, os garotos do New Direction perdem sua liderança, recebem visitas de antigos membros e prestam uma linda homenagem. Após isso, buscando se reerguer, eles continuam se preparando para enfrentar as finais nacionais. Will também tem um novo motivo para a sua vida: Emma está gravida. Com o resultado das finais, o coral passa por uma situação inesperada, o restante da turma original se forma, e a vida de todos segue por um caminho de grandes mudanças.
Na espera de reviravoltas ou situações de impacto, Glee ainda começa sua temporada exatamente como a antiga terminou: mantendo o foco dividido entre alguns de seus antigos estudantes e aqueles que ainda estão no colegial. Em tal aspecto, o roteiro demora para conseguir incluir algo a mais, contendo uma narrativa que continua sempre seguindo o mesmo ritmo na maioria do seu tempo, encontrando um espaço para algo diferente apenas quando o assunto se volta para Finn. Além disso, no geral, seus números seguem o mesmo caminho através de sucessos, cometendo alguns deslizes desnecessários em certos momentos.
Uma verdade deve ser dita: ainda em busca de novos espaços e momentos, a 5ª temporada é recheada de erros. Não só pelas músicas já citadas, como também pelo simples fato de que o programa insiste em manter um aspecto colegial em boa parte dos seus episódios. Em um vai e vem de Lima x Nova York, o projeto deixa de aproveitar o foco em parte de seus protagonistas originais e ainda gasta boa parte do seu tempo no colégio, repetindo situações envolvendo homossexualidade ou bullying. Sim, era um assunto necessário na época, mas que poderia crescer para outros momentos e situações com seus personagens. Agora, fica apenas repetitivo.
Enquanto isso, o lado positivo fica todo voltado para as conquistas da turma que está na faculdade, buscando seus sonhos e enfrentando situações mais adultas em seu cotidiano. E tal ponto ganha destaque da metade para frente do 5º ano, já que com a formatura de outros personagens as mudanças finalmente começam a acontecer. Seus protagonistas passam a buscar ainda mais oportunidades em suas carreiras, correndo atrás de seus sonhos. Além disso, outros dramas mais pessoais e maduros ganham espaços com frequência, fazendo com que a série de TV ganhe um novo ânimo para sua reta final.
Ainda assim, no meio de tudo isso, em algo significativo, Glee ainda utilizou espaços para grandes homenagens. Com o falecimento de Cory Monteith, um vazio toma conta do programa e é preenchido apenas nestes momentos. O terceiro episódio, rotulado de Quarterback, é grandioso ao lembrar do ator e personagem, demonstrando a emoção do elenco em diversos momentos. Músicas são tocadas com lembranças, cabendo a Rachel (ou Lea Michelle?) a responsabilidade do desfecho. Algo para ficar guardado no cronograma de tantos episódios, mas que ainda ganha mais um espaço nas nacionais. Mesmo que sem intenção, o episódio 100 também consegue causar o mesmo sentimento ao tocar Don’t Stop Believin.
Sendo sincero, o desenvolvimento é realmente recheado de altos e baixos. A trama passa longe de ser perfeita, cometendo muitos erros e causando desconfortos por suas insistências no mesmo. Personagens continuam com estereótipos e Sue é quem mais nos lembra disso ao chamá-los de nova Santana ou algo parecido. Por sinal, no colégio é o papel dela que ainda tem as melhores sacadas. Tudo realmente melhora apenas após a formatura, com outros focos e situações sendo abordados para um desenvolvimento distinto. Problemas ainda continuam repercutindo nos capítulos, mas a melhora é evidente ao criar novas expectativas no caminho do último ano. Afinal, qual será o final de todos os personagens?
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