E como tudo que é bom dura pouco, hoje chegou ao fim o beta aberto de Ghost Recon Wildlands. Não pude jogar o tanto que queria, mas coloquei horas o suficiente no novo título da Ubi para poder ter uma boa idéia do que me espera por lá.
Uma das primeiras coisas que vemos ao iniciar o game é um vídeo falando um pouco sobre a equipe e o que nos espera. Achei um toque legal, e ajuda o jogador a enxergar um pouco mais sobre o que rola atrás das cortinas do desenvolvimento. Após isso, temos uma tela com duas opções: começar o beta ou fazer pré compra. Uma jogada esperada da Ubisoft que, afinal de contas, quer converter os participantes desse beta em compradores.
Acabadas as introduções, somos direcionados a uma tela para criação de personagens. Temos uma suíte de criação mediana, com opções para rostos, cor de pele, sexo, roupas e tatuagens dos personagens. Não é nada de outro mundo, como o de Saints Row IV por exemplo, mas atende ao que é preciso. Uma coisa que me agradou bastante foram as tatuagens disponíveis. São bonitas, bem renderizadas e criativas. Inclusive incorporando o tema de “La Muerte” que permeia boa parte da temática visual do jogo e dos vilões.
Após isso, vamos para a cinemática introdutória. Vemos nosso personagem indo para ação e, pasmem: falando! Isso é um pró para mim, porque acho terrível esse conceito de personagens mudos. As animações do rosto do personagem são um pouco travadas, mas nada absurdo e era de se esperar para um beta. Em suma, somos o time A das operações especiais do Tio Sam e precisamos acabar com um cartel na Bolívia. A trama é bem padrão para jogos do tipo e, salvo algum twist mágico e inesperado, deve seguir a linha que sempre vemos nesse tipo de mídia.
Agora, finalmente, caímos na ação. De cara somos apresentados a um mundo vasto e expansivo. Sério, o mapa é grande para caramba, principalmente para um beta. Creio, inclusive, ser um dos maiores mundos criados pela Ubisoft até esse momento. Logo de cara vemos várias missões principais disponíveis, passando pela história do beta, e objetivos secundários. Esses objetivos podem ser adquirir recursos, skill points, habilidades de suporte rebelde ou peças para armas. Vamos falar de cada um desses:
- Recursos – são pontos necessários para adquirir determinadas habilidades. Temos mais de um tipo, e cada um é encontrado em uma localidade diferente. Lembra o esquema de recursos usados em The Division.
- Skill Points- Pontos de hablidades usados para, adivinha, comprar habilidades. Vemos ao montes em todo tipo de jogo hoje em dia.
- Habilidades de suporte rebelde – durante o game, recebemos ajuda de um exército rebelde. As habilidades são desbloqueadas durante a ação, e vão desde suporte de tropas até tiros de morteiros e entrega de veículos.
- Peças para armas – Bem auto explicativo, não é? Partes para podermos deixar nosso equipamento com a nossa cara e dar aquele coice extra para a escopeta.
Os tipos de colecionáveis e a maneira de se obter me lembrou um pouco Just Cause, para o bem e para o mal. Temos um mapa enorme e recheado de coisas para fazer, mas pouca variedade. O esquema, para mim, era esse: suba na moto, dirija, chegue no lugar, bala em geral, pegue o que precisa, repita, vitória. Não há muita quebra na fórmula, mesmo para as missões principais. Sim, entendo que jogos de ação sempre são desse jeito. Vá no lugar x e mate os vilões, salve o dia e seja um herói! Mas sempre tem como variar a fórmula, vide games como GTA e Watch_Dogs 2, por exemplo.
E falando de dirigir e atirar, comentemos sobre a jogabilidade de Ghost Recon Wildlands. De cara digo que o controle e feel dos tiros está ótimo. Felizmente não vemos mais aqueles inimigos esponja de dano que leval 7876 tiros de rifle na cabeça e não morrem, enquanto te matam com uma encarada. Agora, um tiro bem dado é morte certa. Uma outra coisa legal é que incluíram uma forma de bullet drop (a distância faz diferença, e a gravidade influência na distância do tiro), que faz o tiroteio ser menos arcade e um pouco mais pé no chão. Contanto, dirigir pode passar por melhorias. Senti que os veículos são um pouco lentos e leves demais, por vezes dando a sensação que correr seria mais rápido que ir de moto ou jipe, por exemplo.
Felizmente, não enfrentaremos isso sozinhos. Nesse beta, o foco era o co-op para até 4 jogadores, no meu caso eu e mais três. Admito que esse tipo de jogo é mais divertido em equipe, mas não consegui jogar muito tempo no cooperativo. Vejam bem, eu estava atacando uma vila cheia de inimigos com uma precisão cirúrgica. Usando meu drone (um mini helicóptero que permite ver a área e marcar inimigos) e binóculos para acompanhar patrulhas de sicários e suas localizações. De repente, um outro jogador grita no chat aberto “booora, hora do show p&%%#”. Começa a atirar e correr para frente adoiado. Cinco minutos e estamos todos mortos. Após isso decidi ir solo, e os três companheiros de equipe ficam sendo controlados pela AI. Eles são competentes o suficiente para atacar, defender e reviver, ainda que algumas vezes fiquem meio paradões levando tiros na cara sem saber o que fazer.
Nosso personagem pode conversar com os membros de equipe, e as interações são bem feitas e legais de ouvir. Ainda que a dublagem seja meio fraca em alguns pontos, é um toque legal que dá um ar de realismo e companheirismo bem vindo ao time e que eu sempre gosto de ver em jogos com foco em equipes. Isso é uma mudança que implementaram em Ghost Recon Wildlands que me agradou bastante.
Além disso, temos customizações de armas. Podemos encontrar partes e armas novas pelo mapa, e é legal montar e ajustar cada uma para nosso gosto pessoal. Cai muito bem com o foco mais stealth e paciente do jogo, onde uma arma bem construída e tunada pode ser a diferença entre matar todos sem ser visto ou não. Outra coisa legal é como podemos jogar ao nosso modo, sendo quietos e sorrateiros ou pé na porta e soco na cara.
Quanto a parte técnica, não notei grandes problemas ou maravilhas. O mapa tem um escopo impressionante, e as localidades foram construídas com maestria. Algumas vezes eu fiquei de queixo aberto com os vales e paisagens pelas quais passei. Mas, como nada na vida é perfeito, também notei algumas texturas que não carregaram, tinham uma resolução ruim e algumas animações meio tortas. As da grama mexendo, por exemplo, são um pouco estranhas e travadas. Fora isso, não achei ruim. Me agradou e atende bem ao que esperava de um jogo desse calibre. Pontos extras para a animação de descer da moto em movimento, achei bem legal.
Além disso, temos várias dificuldades e podemos customizar o Hud de Ghost Recon Wildlands. Para os puristas, a dificuldade mais alta com mapa e barra de status desativados vai ser um sonho de verão. Particularmente, não é a maneira que eu escolhi jogar, mas acho maneiro ter uma opção que agrade à gregos e troianos.
Parece que acabei me empolgando e me extendendo demais, então é hora do resumo! Eu achei o jogo bom e bonito, com um controle de personagem e tiro preciso, mas meio estranho para dirigir. O mapa é recheado de coisas para fazer, mas a falta de variedade pode pegar mais conforme o tempo de jogo aumentar. Jogar com amigos é divertido, mas jogar com desconhecidos na internet pode ser um convite para o sofrimento, ou para rir um bocado.
Tudo considerado, gostei do meu tempo com Ghost Recon Wildlands, e da oportunidade que nos deram ao liberar o beta aberto. Eu estou curioso pelo jogo e para ver o que nos espera quando a versão completa chegar no mercado.
Ghost Recon Wildlands estará disponível dia 7 de março de 2017 para Playstation 4, XBox one e PC. Nós do Jornada Geek estamos prontos para ajudar nossos compadres fazendo uma análise de primeira para vocês. Fiquem ligados!