Ao falarmos de jogos com a assinatura de Tom Clancy, escritor e historiador norte-americano (aposto que você não sabia disso!) esperamos muita ação, não é mesmo? Desde 2001, jogos da série Ghost Recon são lançados pela Ubisoft, tendo como tônica uma boa história e a necessidade de se utilizar estratégias para sobreviver. Em Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint as coisas não mudam. Aliás, só melhoram!
Quando uma nova versão de Ghost Recon é lançada, surgem aquelas velhas dúvidas de jogos feitos em série: O que mudou? O que piorou? Como será a história? E o modo multiplayer, será que emplaca? Enfim, essas são só algumas das questões que serão respondidas aqui, em mais uma crítica do Jornada Geek!
Onde tudo começa…
Antes de mais nada, é interessante ressaltar que Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint dá continuidade a uma missão do anterior, Wildlands. Na ocasião, o grande vilão do novo jogo, o tenente coronel Cole D. Walker (interpretado pelo monstro sagrado Jon Bernthal, conhecido pelos papéis do Justiceiro, na série de mesmo nome da Netflix, e o inesquecível Shane, de The Walking Dead), auxilia Nomad (o nosso personagem) na missão “Oracle”, jogável no título anterior, onde acaba cometendo um ato moralmente questionável e ilegal que será abordado ao longo da gameplay (sem spoilers aqui, amigos!).
Após ser investigado, mas sem maiores problemas, Walker abandona os Ghosts, alegando ter desgosto da máquina de guerra criada pelos Estados Unidos da América, que sacrifica seus próprios princípios (e soldados) para atingir seus fins. E aí ele funda os Wolves na ilha de Auroa (é esse o nome, gente, não Aurora!), cenário paradisíaco do jogo, controlando um exército poderoso que atormenta os colonos locais. Falarei apenas disso para não entregar tanto a história. Mas espere uma trama interessante – e violenta!
Mais afiado do que nunca!
Pois bem, Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint está mais afiado que os anteriores. E eu explico alguns dos motivos. Afinal, são vários pontos. O primeiro a me chamar atenção foi a grande árvore de habilidades, que possibilitam uma grandiosa customização do personagem. Porém, antes de começar a distribuir seus pontos, você poderá escolher entre quatro classes (Assault, o que vai na frente; Sharpshooter, o atirador de elite; Panther, aquele que joga em modo stealth; e Field Medic, focado em curar os outros e a si mesmo) que melhor se adequem ao seu estilo de jogo. De habilidades básicas como correr mais rápido ou carregar mais munição, a melhorias em drones e tiros dados em conjunto com os pequenos – e mortais – brinquedinhos.
Aliás, uma coisa que poderá ser notada ao longo da jogatina é a quantidade de drones – aéreos ou não – que você encontrará. E aí, meu amigo… se prepare, pois os danados não são fáceis de destruir. Pior ainda, eles costumam avançar sem nenhuma piedade, tal como os inimigos “humanos”. Ou seja, espere morrer várias vezes até pegar realmente o jeito da coisa. Ah, use o seu drone também para mapear o ambiente e CALCULE uma forma de atacar. Não meta o louco, pois é complicado, sobretudo se você jogar em níveis mais difíceis. O jogo é bastante tático. Use e abuse das coberturas!
Além disso, o mapa é simplesmente paradisíaco! Auroa consegue transmitir muito bem a sensação de uma ilha no Pacífico Sul. A ambientação sempre muito bem feita pela Ubisoft está mais uma vez de parabéns. Há também uma maior customização do próprio personagem e das armas, que podem ser aprimoradas ao longo do jogo, tendo um menu específico pra isso.
Há por último, um ponto que sempre faço questão de ressaltar nas produções da Ubisoft, que é a sua incrível capacidade de criar conteúdo após o jogo ser lançado. Raids, eventos em tempo real, novas missões… O jogo foi lançado hoje, mas muita coisa ainda será acrescentada para que todo o potencial de mundo aberto de Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint seja amplamente explorado.
Ghost War, o modo PvP
Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint traz um modo interessante em seu lançamento. O Ghost War permite confrontos de 4 vs. 4, repleto de pontos de defesa e ataque, contando com dois modos: Sabotagem, onde os jogadores devem plantar bombas e Eliminação, que como o próprio nome diz, tem como ponto a aniquilação dos inimigos. Em ambos os casos há um sistema de progressão diretamente ligado ao modo PvE, oferecendo recompensas e o pontos de experiência ao final de cada partida.
Nesse ponto, a escolha por jogar contra outros jogadores é opcional. Eu particularmente sou uma negação ao manusear o controle do PlayStation 4 para jogos de tiro. Porém, o modo está bem interessante, tendo partidas curtas e bem objetivas. Vale a pena se arriscar, sem sombra de dúvidas. Além disso, a Ubisoft ainda pode implantar ainda mais novidades no PvP. Vamos ver.
Veredito
Sinceramente, Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint é, sem sombra de dúvidas um dos melhores (senão o melhor) jogo da série. Manteve a jogabilidade similar aos anteriores e aprimorou o que podia ser feito. É claro que sempre haverá algo mais a se acrescentar, mas o jogo está redondinho. Enfim, parece que a Ubisoft percebeu alguns erros do passado e fez questão de corrigir boa parte deles. É claro que ainda há um bug ou outro, mas nada que atrapalhe o conteúdo geral. Pra exemplificar, em um ou dois momentos fiquei preso em meio ao mapa, algo um pouco frustrante. Porém, consegui me desvencilhar dessas “armadilhas” e segui feliz na jogatina.
De uma maneira geral, as missões (sobretudo as principais) estão desafiadoras e contam com uma boa história. A adição de Jon Bernthal no elenco do jogo foi simplesmente sensacional. A impressão que tenho é que o ator, mesmo de forma virtual, consegue passar toda a insanidade dos personagens vistos nas séries. E todo bom jogador que se preze gosta de uma boa história. E nisso a Ubisoft sempre manda muito bem.
Ao se comparar Tom Clancy’s Ghost Recon Breakpoint com os títulos anteriores, parece que o jogo se tornou menos cansativo e repetitivo, embora tenha uma pegada bem exploratória, algo comum nos últimos games da saga. A ação tática parece ser mais priorizada, trazendo desafios o tempo todo. Ficar parado na ilha é um perigo! Drones e helicópteros vigiam cada pedacinho de terra, obrigando aos jogadores a estarem sempre em prontidão.
Antes de concluir, vale ressaltar que a experiência de Breakpoint é otimizada para ser jogada com outros jogadores, mesmo que seja possível se aventurar por Auroa sozinho. Aliás, atualmente todos os jogos estão se esforçando para se enquadrar nesse formato coop, o que é muito bom. E em Ghost Recon Breakpoint, tal modo funciona perfeitamente, sendo o ponto alto da experiência.
Lançado para Xbox One, PlayStation 4 e PC, via Epic Store e Uplay, nesta sexta-feira, 4, Ghost Recon Breakpoint ainda chegará futuramente ao Google Stadia. O game é uma excelente forma de passar o tempo com os amigos em um grandioso título de ação em mundo aberto.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.