A história dos vampiros já é contada pela sétima arte há algumas décadas. Entre a mais famosa das primeiras adaptações, Nosferatu mostrou ao público na década de 20 uma trama envolvendo um ser já conhecido na época: Drácula. Assumindo outra identidade por conta de um processo de direitos autorais, o título hoje encontra-se em um patamar de clássico e teve grandes influências para a fotografia cinematográfica, roteiros e outros aspectos técnicos dentro de diversos gêneros. Entretanto, os anos passaram, novas adaptações sobre vampiros surgiram. Drácula de Bram Stocker foi estrelado por Gary Oldman, mas uma outra adaptação também ganhou o seu espaço através do seu enredo e destaque: trata-se de Entrevista com o Vampiro.
É noite em São Francisco. Após 200 anos de uma vida sem fim, Louis de Ponte de Lac (Brad Pitt) decide contar toda a sua história a um jovem repórter (Christian Slater). Uma história de desejo, amor e êxtase… O conto sombrio do vampiro Lestat (Tom Cruise), a chance de experimentar o poder da eternidade. Lestat… Imortal…senhor da noite…o mais atraente e perigoso de todos os vampiros…capaz de saborear os prazeres da noite em busca de novas vítimas para sustentar sua existência. Atormentado por sua vida sem significado, Louis parte para o mundo, a procura de vampiros como ele, e não como Lestat. Encontra apenas violência e destruição, ao lado da pequena Cláudia (Kirstem Dunst) e do enigmático Armand (Antonio Banderas).
É interessante observar o título em questão e perceber como ele realmente apresenta uma narrativa diferente de todos. Um projeto melancólico, mas ao mesmo tempo sádico. Uma verdadeira linha tênue, misturando os dois estilos durante o seu roteiro, andando entre dois pontos e conseguindo prender o público da forma correta. Uma narrativa desenvolvida inicialmente por Anne Rice, que passou por alterações corretas e dignas para sua versão cinematográfica. Entretanto, é exatamente por mostrar mais as angústias e sofrimentos do ponto de vista de seu protagonista que acaba não sendo o conto favorito de alguns.
Mas a verdade é que Entrevista com o Vampiro não deve ser olhado apenas por tal ponto, mas também ser acompanhada pelas características de seus outros personagens. Lestat é um dos pontos mais fantásticos do projeto, mostrando toda a maldade que pode existir em um ser noturno, egoísta, que parece procurar apenas a diversão, mas que também é carente em diversos aspectos. Se não bastasse, ainda existe Cláudia, que é a verdadeira personificação do mal e demonstra isso através de suas atitudes. É claro que Louis era um lamentador antes por conta de seus sofrimentos, mas suas companhias apenas fazem o mesmo piorar seu ponto de vista.
Um filme que apresenta sua própria composição, que agora, 20 anos após o seu lançamento,também está em disponível em Blu-ray para os apreciadores da obra adaptada. Com uma imagem mais limpa e nítida, a qualidade é superior ao material apresentado em DVD, além de contar com um bate papo com Anne Rice em extras. Afinal, Entrevista com o Vampiro também gerou influências para os títulos atuais do gênero independente da abordagem desenvolvida. Uma verdadeira definição entre heróis e vilões envolvendo uma espécie antiga e mitológica. Uma obra que tem o seu espaço de importância e elegância, merecendo tudo o que foi conquistado.