Mergulhe em mundos fantásticos, em um universo vasto e intrincado, onde há tudo para explorar e do qual nada sabemos. Essa parece ser a receita de sucesso de uma enorme quantidade de videogames recentes. E não temos dificuldade em acreditar nisso.
Essa sensação de mistério e perplexidade diante de um enorme espaço desconhecido alimenta nossa imaginação e conduz nossos personagens de jogos à exploração, liderados por nossa natureza e pela infinidade de escolhas ao nosso alcance.
Uma questão de técnica antes do projeto
Esta não é uma tendência recente. Já faz muito tempo que a evolução tecnológica elevou os jogos a esse nível de desenvolvimento. Era uma vez – e estamos falando de eras geológicas da perspectiva dos videogames – um mundo em que era impossível administrar o tamanho dos massivos e modernos MMORPGs – jogo de guerra de tamanho e escopo imensos. Não havia capacidade de processamento e, principalmente, não havia a estrutura de transmissão que temos hoje.
Graças ao potencial de tecnologias como a 5G, agora é possível transmitir e processar rapidamente uma enorme quantidade de dados. Isso significa obter respostas rápidas em jogos distribuídos, assim como jogos massivos, sem problemas de congelamento e quedas na taxa de quadros durante a jogabilidade. E isso nos leva ao outro grande tema relacionado a esses jogos: a capacidade de explorar o mesmo universo de maneiras diferentes.
Regra dos jogos abertos
A possibilidade de não se prender a uma estrutura de missão predefinida expande enormemente o horizonte dos jogos, ajudando a mantê-los “frescos”. Em resumo, a combinação de diferentes linhas de enredo nos permite ter jogos praticamente inesgotáveis do ponto de vista da jogabilidade. Uma vez terminado, você pode jogá-lo novamente com tanta emoção e satisfação quanto da primeira vez.
O exemplo vem de um jogo como o Elden Ring, produção gigantesca que levou seis anos para ser concluída. Nesse período de desenvolvimento, que absorveu uma série de recursos que poderíamos descrever como quase embaraçosos, vimos um jogo que expressa plenamente essa tendência – e representa bem a demanda do público. De acordo com estimativas, o Elden Ring, lançado em fevereiro passado, tinha mais de 760.000 jogadores no Steam minutos após o lançamento, o que o torna o jogo de maior sucesso na plataforma até hoje.
O sucesso do Elden Ring é compartilhado pelos críticos
Os críticos foram unânimes na avaliação deste título, que foi chamado de “essencial” em um coro de aprovação que consagra os esforços feitos pela FromSoftware. E isso prova sua eficiência.
Uma fórmula que obviamente funciona, pois conseguiu captar as expectativas de todos. E o sucesso não se limita a este título: todos os títulos estabelecidos em mundos semelhantes, ou com premissas semelhantes, foram beijados pela mesma sorte. Em resumo, as pessoas amam a liberdade de uma narrativa de fluxo livre e estão demonstrando isso amplamente.
Horizon Forbidden West dobra o sucesso do Horizon Zero Dawn
Nesta sequência da saga, a ação ocorre no mesmo cenário pós-apocalíptico inaugurado em sua prequela. Trata-se da busca de Aloy por uma cura para a praga que infesta o mundo, que vai de Utah até a costa do Pacífico. Novamente, não há nada de novo sob o sol, exceto o imenso número de locais a explorar e onde traçar linhas que se cruzam para complicar a vida do jogador.
Mais uma vez, a variedade e o número de elementos transformam o jogo em um caleidoscópio de estímulos, que torna a presença de guias e spoilers quase inútil para se “ganhar”. Em vez disso, o jogo deve ser abordado com um espírito de exploração que vai além do mero combate, uma vez que as opções de interação com os eventos são praticamente infinitas.
Um sucesso que faz dos videogames uma verdadeira franquia
Sejamos francos. A imersão que sentimos ao jogar jogos dessa magnitude nos transporta diretamente ao universo imaginativo das grandes sagas literárias ou séries cinematográficas –e os videogames modernos vão na mesma direção. Além disso, os desenvolvedores estão começando a se inclinar para o mundo do merchandising, que desponta como uma fonte significativa de renda.
Estamos ingressando em um ambiente onde os blockbusters cada vez mais são criados a partir de videogames: basta lembrar, por exemplo, de Assassin’s Creed, de 2016, Tomb Raider, que inspirou três filmes (2001, 2003 e 2018), e no recente Halo, que se tornou uma série de TV.
Em resumo: a vastidão desses universos sugere a identificação por parte do jogador e inevitavelmente leva ao estabelecimento de um vínculo. Os protagonistas dessas sagas entram em nossa imaginação como Mickey Mouse, Lancelot e Luke Skywalker: eles assumem os mesmos valores, tornando-se icônicos – e é exatamente nisso que está a fórmula de sucesso desses jogos.
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