Final Fantasy é uma das franquias de videogames mais conhecidas em todo o mundo. Com mais de 30 anos de história e diversos títulos lançados ao longo dos anos, os fãs foram sendo agraciados com títulos no universo principal e spin-offs. O último título a ser lançado foi Dissidia Final Fantasy NT, exclusivamente para PlayStation 4, que reuniu heróis e vilões de diversos jogos da franquia.Embora a ideia tenha sido excelente, a execução deixou a desejar. Dissidia Final Fantasy NT esbarra em uma jogabilidade confusa e um modo história falho, que deixa bastante a desejar no conjunto da obra. Os detalhes e a nossa opinião sobre esse novo jogo você confere agora, em mais uma análise do Jornada Geek!
A fantástica ideia
Dissidia Final Fantasy foi lançado em 2008 como um exclusivo para PSP. Dez anos depois, a versão NT chega para a nova geração de consoles, com mais personagens e gráficos realistas. Com 28 heróis e vilões jogáveis no lançamento, o título coloca os jogadores em batalhas 3 vs 3 em memoráveis cenários 3D que marcaram época na história de Final Fantasy.
Basicamente podemos colocar Noctis, protagonista de Final Fantasy XV, contra ou ao lado de Warrior of Light, de Final Fantasy 1. Mais do que isso, podemos de fato ter noção de como o protagonista do primeiro jogo é fisicamente, afinal, falamos de um jogo lançado em 1987 para Nintendinho, onde os gráficos não eram o maior atrativo. Para fãs mais ávidos, é algo fantástico! Uma pena que nem tudo são flores…
As batalhas confusas
O sistema de batalha de Dissidia Final Fantasy NT foi batizado de “Bravery Combat system” e ele é bastante confuso. Tão confuso que a Square Enix oferece um longo tutorial antes de começarmos a porradaria para apresentar o básico do game ao jogador, mas isso não foi muito eficiente.
Quando lutamos, temos dois tipos de golpes: os que afetam a bravura (BRV) e os que diminuem o HP do inimigo. Como uma batalha tática, aplicamos os golpes específicos que diminuem a bravura do inimigo, aumentando a nossa. Quando acumulamos BRV suficiente, atacamos com outro tipo de golpe e podemos arrancar até todo o HP, afinal, quanto mais bravura acumularmos, maior será a força de nosso ataque. Parece simples, mas a execução não é.
Durante as lutas, todos os personagens começam com 1000 de bravura. Esse valor permite que você já comece atacando o HP alheio e nem utilize golpes BRV. Isso porque sua bravura se recuperará gradualmente até 1000 com o passar do tempo. É preciso dar golpes mais fortes para derrotar os inimigos, então, se quiser uma BRV maior que 1000, é preciso atacar.
Para eliminar o time adversário, é preciso derrotar as três barras de vida que são exibidas no canto superior esquerdo da tela. Cada “morte” de um personagem, perde-se uma vida. É possível reviver após ser derrotado. Logo, desde que seus companheiros de batalha não sejam derrotados, você pode “morrer” até duas vezes, que não afetará sua luta.
Soma-se à isso tudo dois detalhes: os confusos cenários em 3D, com uma câmera traseira e as invocações (summons). Embora ambos sejam graficamente impressionantes, a execução deixa a desejar. O estilo de luta, em 3D, não me agradou. A câmera se movimenta muito e deixa o jogador confuso em vários momentos, não sabendo de onde chegam os golpes ou pra onde ir/atacar.
Os summons, um dos grandes atrativos da franquia, estão presentes com personagens clássicos dos jogos, como Ifrit, Bahamut ou Shiva. Eles podem definir o resultado de uma luta, mas ativá-los é um tanto quanto complicado. À medida que a batalha se desenrola, alguns núcleos de invocação aparecem na arena, e o jogador deve destruí-los para aumentar a barra do summon. Após completar essa barra, é preciso segurar o touch pad para que o personagem apareça e ataque. Cada invocação tem uma característica e ataque diferente, então, é importante balancear a equipe de acordo com suas necessidades.
A história cinemática
Dissidia Final Fantasy NT traz um modo de história cinemático. Mas, ao invés de lutarmos e avançarmos na história, como em qualquer outro jogo de luta, a Square apostou em algo diferente: coletamos pontos “Memoria”, que utilizamos para avançar o modo, que pode conter batalhas ou cenas cinemáticas.
Na prática, o modo história é um grande filme de Final Fantasy, com diversos heróis e vilões da franquia. No entanto, não é tão simples conseguir esses pontos. É preciso jogar o título em outros modos, como Offline ou Online, aumentando o seu nível de jogador. Convenhamos que não é nem um pouco funcional, afinal, são vários jogadores que compram jogos de luta apenas pelo modo história e depois o repassam.
O que temos de extra
Por outro lado, Dissidia Final Fantasy NT traz um conjunto de itens extras para agradar fãs de qualquer um dos jogos da franquia. Seja com a trilha sonora regravada, as vozes dos personagens, cenários familiares, possibilidade de customização e até mesmo um modo arcade, chamado de Gauntlet Mode.
Nele, o jogador tem uma série de batalhas single-player para ganhar pontos de experiência e nivelar sua equipe. O Gauntlet Basic permite seis lutas consecutivas, ou repetir as lutas do modo história. Inclusive, como bônus, após ter completado a história, é possível jogar o Summon Trial Gauntlet, que traz excelentes itens de personalização.
Veredito
Dissidia Final Fantasy NT é um jogo que carrega o enorme peso de uma franquia de sucesso, que chegou com uma ideia brilhante, mas que foi mal executado. Ao invés de oferecer diversão, o jogador tem pela frente batalhas confusas e uma forma de se jogar o modo história bastante falho. Por outro lado, com uma penca de conteúdo extra, fãs mais aficionados terão bastante conteúdo para explorar, seja com os gráficos mais modernos, a trilha sonora regravada ou todas as possibilidades de customização dos personagens.
Dissidia Final Fantasy NT foi lançado no dia 30 de janeiro deste ano, exclusivamente para PlayStation 4, por R$ 249,90. O jogo tem média de 69 pontos no Metacritic.
*Cópia fornecida pela desenvolvedora.