Detroit: Become Human é último lançamento da Quantic Dream a chegar para PC, após o fim da exclusividade com o PlayStation 4. Após Heavy Rain e Beyond Two Souls, a desenvolvedora disponibilizou seu último jogo interativo, trazendo uma narrativa forte, quick-time-events (QTE) e várias possibilidades no desdobramento da história do novo game.
E esse modelo, amado por uns e odiado por outros, segue agradando o exigente mercado gamer de hoje, que clama por jogos de ação e não nos coloca somente como meros diretores de um grande filme? Como foi o port para os computadores? A nossa opinião sobre Detroit: Become Human você confere agora, em mais uma análise do Jornada Geek!
Os Androides da CyberLife
Detroit: Become Human nos conta a história de Connor, Kara e Markus, androides que foram criados pela CyberLife para facilitar a vida humana. Kara e Markus são modelos criados para fazer as tarefas domésticas, enquanto Connor é o protótipo mais avançado da empresa, desenvolvido exclusivamente para caçar divergentes, as máquinas que, por alguma razão, pararam de obedecer seus donos e passaram a agir por conta própria.
Logo na primeira missão, disponível inclusive na versão demo do game, Connor é chamado para uma emergência, incumbido de resolver uma situação que saiu do controle. Um androide pegou uma arma de fogo, assassinou um humano e sequestrou uma criança. Na cena do crime, você interage com diversos itens que vão te auxiliar na solução. Cada informação que você coleta pode abrir um caminho diferente, e suas ações vão ditar como essa história vai terminar.
Kara é uma androide que foi destruída por seu dono, reconstruída na CyberLife e teve sua memória zerada. De volta à sua antiga casa, logo na primeira hora, percebemos o que aconteceu e nos apegamos à pequena Alice, que é gentil e assustada o suficiente para te contar, de forma sutil, o que houve. Já Markus é o que tinha menos problemas de todos os três: sua vida era cuidar de Carl, um famoso pintor que não tem mais o movimento das pernas.
Mas, por motivos diferentes, Kara e Markus tornam-se divergentes logo no começo da história. Agindo por conta própria, o jogador deve determinar (dentro das opções fornecidas pelo jogo), o que fazer com a vida de cada um deles. Com capítulos individuais, controlando cada um dos três personagens de forma singular, também decidimos o destino de Connor, responsável por encontrar e resolver os crimes envolvendo androides.
Qual caminho seguir?
Uma das vertentes que mais se destacam em Detroit: Become Human são as inúmeras possibilidades que a narrativa pode tomar. Você pode perder personagens logo no começo da história e os capítulos subsequentes que envolveriam eles são pulados. Isso dá um peso absurdo em cada decisão, já que de acordo com a forma como você age, vidas serão perdidas.
Mas não é só a vida dos androides protagonistas que importam aqui. Os três personagens tem companheiros que devem ser cuidados de acordo com as escolhas que você faz ou as cenas com QTE. Errar vários botões em sequência resultam em morte de personagens, e a personalidade de cada um dos personagens secundários também vai definir quem fica vivo ao final da aventura.
Além disso, de acordo com o caminho que você opta por seguir, informações são bloqueadas ou liberadas na história do jogo, assim o que você obtém ao longo da história. E é justamente assim que a narrativa te bate forte: não adianta se arrepender no final, agindo de uma forma que o game não considera justa ao longo da história. Em Detroit, a conta chega. Cedo ou tarde…
Um gameplay tradicional, com gráficos incríveis
Como dito acima, se você procura um jogo com mais ação, fuja de Detroit: Become Human. Não que o game não tenha cenas empolgantes, mas nada de fazer aquela combinação de golpes para derrotar um inimigo. O combate é decidido somente em QTE, assim como outros jogos da própria Quantic Dream e da Telltale Games, por exemplo.
Mas, ao contrário dos jogos da Telltale, a Quantic sempre trouxe gráficos realistas para o seu jogo. E aqui temos algo incrível, que utiliza o máximo de poder de processamento do videogame. Mesmo no PS4 comum, o título se portou incrivelmente bem, com loadings rápidos, sem travamentos e com uma gameplay fluída.
Tudo isso em uma Detroit futurística belíssima. Com cenários de tirar o fôlego, Detroit: Become Human entrega uma cidade viva, com muitos NPCs que interagem pelo mapa, tudo isso de forma bastante natural. É um jogo com uma parte técnica que funciona incrivelmente bem.
O port para PC
Detroit: Become Human foi lançado em maio de 2018 como um exclusivo de PlayStation 4 e trouxe gráficos de ponta, à época, para o console. O jogo é realmente um dos trabalhos gráficos mais bem feitos na geração e eu fiquei ansioso para ver como tudo isso sairia em um computador, permitindo ainda mais melhorias visuais.
E mesmo com um PC mais modesto (tenho um i5 7600 + GTX 1050 Ti), o título se comportou incrivelmente bem, e teve poucas variações gráficas nas configurações que o próprio jogou otimizou para o meu sistema. Não deu para rodar em 4K (por motivos óbvios), mas os 60fps foram quase uma constante. Além disso, a otimização dos QTEs para mouse/teclado segue a linha dos dois títulos anteriores, tornando mais fáceis os movimentos.
Veredito
Embora boa parte da mídia internacional tenha criticado Detroit: Become Human à época do seu lançamento por não inovar em jogabilidade, isso pouco importa, na minha modesta opinião. O sistema da Quantic Dream funciona, é agradável e os “jogos filminhos” tem um mercado que o valoriza, de pessoas interessadas em narrativas profundas.
E é isso que Detroit: Become Human entrega. Um jogo com uma história complexa, firme e sem deslizes. Um prato cheio para os fãs de boas histórias e de jogos futuristas, tudo isso com gráficos ultrarrealistas, que não deixam nada a desejar para outros títulos dessa geração.
Detroit: Become Human foi disponibilizado para computadores no último dia 12 de dezembro, através da Epic Games Store, por R$ 98,99. Já no PlayStation 4 o título está disponível em três pacotes: a versão padrão sai por R$ 71,50, a Deluxe, que traz uma cópia de Heavy Rain, sai por R$ 107,50, enquanto um pacote que também conta com Beyond: Two Souls, chamado de Quantic Dream Collection, está disponível na PlayStation Store por R$ 143,50.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.