Para o bem ou para o mal, Desync é um game à moda antiga que difere muito dos FPS que temos hoje no mercado. Sem história, tutorial e misericórdia, o game atira tudo em cima de você sem pestanejar e espera que consiga lidar. Ele foi criado com base em games como Hotline Miami, onde a dificuldade e repetição de cenários são a premissa da ação. Contudo, nem tudo saiu conforme o molde. Vamos falar mais um pouquinho sobre isso agora, em nossa análise.
A soma das partes…
A nova empreitada da Adult Swim Games bebe de muitas fontes. O visual nos remete à TRON, e o foco em combos e score para kills lembra muito o saudoso Bulletstorm. O game é difícil, com inimigos apelões que nos matam rapidamente. Quando caímos, basta apertar R para reiniciar como em Hotline Miami. O jogo é feito em estilo arena shooter, tal como Unreal. São muitos nomes de peso, e a estética e trilha sonora me fizeram ficar empolgado demais quando comecei a jogar. Mas, infelizmente, a empolgação durou pouco. A dura realidade do jogo me bateu na cara, e as coisas desandaram daí para frente.
O game funciona mais ou menos assim: começamos selecionando uma frase, enquanto palavras desconexas aparecem na tela. Cada fase possui uma música temática, muito boa (porém cansativa), e uma série de corredores que servem como arenas. A cada arena somos pontuados por kills, criatividade, vezes que morremos, etc. E é basicamente isso. Temos modos de leaderboard e análise de estilo de jogo para que os mais puristas possam mensurar e avaliar o estilo de jogo. Mas, não há história ou desenvolvimento de personagem nenhum. Somos um vírus, um ser ao estilo TRON, aliens? Só Deus sabe.
Tecnicalidades
O visual do game é bem único, vou admitir. Tudo é feito de blocos, luzes e cores fortes, e é muito bonito. Eu sou fã desse estilo, e me agradei bastante. Contudo, os efeitos e cores fortes podem cansar a vista em seções prolongadas de jogo. A trilha sonora também é legal, principalmente se curtir techno e synth. Contudo, cada nível só tem uma música que fica em loop, e as batidas me cansaram com facilidade. Mas, no geral, o game tem boa aparência e um som maneiro. Tudo bem condizente com o tema tecnológico.
Os controles também são bem responsivos, e as armas são bem feitas. Temos uma boa seleção, contando com pistolas, espingardas, bestas, etc. Cada uma com dois modos de tiro. Temos também um botão de dash, que pode ser usado para abrir distância ou colar nos inimigos. Tudo que fazemos é pontuado, e matar inimigos usando combinações de armas, dashes e armadilhas dos cenários criam combos que são avaliados pelo jogo. Não temos um esquema variado e expansivo como Bulletstorm, por exemplo, mas o lance funciona bem.
A A.I do jogo é imperdoável, e eles batem com a força de um trem. Isso é uma benção e uma maldição ao mesmo tempo. O jogo é difícil, mas na maior parte do tempo parece uma dificuldade barata. Não é um game onde morremos, geralmente, por vacilarmos como em Dark Souls, por exemplo. Grande parte das vezes, inimigos spawnam nas suas costas e te matam com uma ou duas bordoadas. Sim, sim, admito que se eu jogasse melhor não reclamaria tanto e que essa é a premissa do jogo. Mas, a meu ver, quando morremos mais porque os inimigos surgem da nada em nossas costas do que por vacilarmos é sinal de que há algo errado.
Resumo da Obra
Sua opinião de Desync vai variar muito dependendo de como você gosta de seus jogos. Se você sente falta dos shooters frenéticos e difíceis de antigamente, como o primeiro Doom ou Unreal por exemplo, então há uma grande chance de gostar do que o game oferece. Ele tem um visual única, trilha sonora sólida e uma dificuldade elevada. Ainda que ele não chegue ao patamar de nenhuma de suas inspirações, a soma das partes foi bem produzida e funciona. Contudo, se você tem uma paciência curta e não tem cabeça para um jogo altamente difícil, pode ser então que o que Desync tem a oferecer não te agrade. Tudo considerado, ele é um game bem produzido, e até legal. Acontece, apenas, que você tem que ter a mentalidade correta para aproveitar bem o que a Adult Swim criou aqui.
*Review elaborado usando cópia fornecida pela desenvolvedora.