Danganronpa 1•2 Reload é a nova adição da NIS America à extensa biblioteca do PlayStation 4. O jogo é um remake dos dois primeiros títulos da série Danganronpa, lançados originalmente para o portátil PS Vita e o PSP.
O jogo teve um sucesso moderado em sua plataforma, mesclando elementos de suspense, investigações e assassinatos dentro de uma escola de ensino médio japonesa. Isso, mais um dedinho de surrealidade. Será que o remake agradou? Veremos agora, em mais uma análise do Jornada Geek.
Ursinho Carinhoso
O primeiro jogo da dobrada é Danganronpa: Trigger Happy Havoc. Nele, tomamos controle do cara mais mediano do mundo: Makoto Naegi. Ele é chamado para fazer parte da prestigiosa Hope’s Peak Academy, uma escola para pessoas que excedem em algum campo. Ele, no caso, não excede em nada além de ser padrão em todos os aspectos.
No primeiro dia de aula (como sempre), tudo dá errado. Ele desmaia ao entrar no colégio e acorda junto de outros alunos. Tudo está fechado com placas de ferro e um dos ursos mais totalmente excelentes do mundo dos jogos está falando. Todos estão presos no colégio, e a única forma de escapar é matar alguém sem ser preso. Magnífico.
O segundo jogo, Danganronpa 2: Goodbye Despair segue a mesma ideia. Mas, dessa vez, temos uma ilha paradisíaca como cenário principal. Menos claustrofobia, mais sol. Ah, e controlamos a carismática Hajime Hinata.
Só gente boa
Um dos grandes brilhos do jogo são seus personagens e reviravoltas. Tudo é muito bem escrito, e realmente desperta o interesse e nos mantém colados na cadeira, esperando o que vai acontecer.
Os protagonistas são muito bem construídos, e fica fácil de se relacionar com cada um deles e suas tribulações. Uma menção honrosa deve cer feita ao vilão Monokuma. Na minha opinião é um dos mais sensacionais de todo o gênero.
As reviravoltas são bem feitas, e algumas realmente me pegaram de surpresa. Principalmente quando nos fazem supor alguma informação errada, ou nos passam a ideia firme de que um aluno é o assassino apenas para esfregar em nossa cara que estávamos errados.
O jogo também possui um humor bem legal, ainda que um pouco sombrio as vezes. Se esse estilo lhe agrada, então pode contar com boas risadas ao longo da jornada. Certas coisas são tão bizarras e inesperadas que simplesmente não podemos ficar sem rir ou achar absurdo.
Apontando culpados
O cerne do gameplay de Danganronpa 1•2 Reload é parecido com o que vemos em Ace Attorney. Todo capítulo tem o que chamamos de Class Trials, que funcionam como um tribunal onde acusações são feitas.
Nosso trabalho aqui é apontar quem é o assassino da vez com base em investigações que fazemos no tempo livre do jogo. Todos os suspeitos são colegas de classe com quem interagimos, e ninguém está livre de ser uma vítima ou um criminoso.
Esse julgamento possui certos diálogos onde devemos apontar falhas e contradições nos argumentos que os outros fazem, e com isso saber quem está mentindo ou não. Não é algo extremamente inovador, mas funciona e é bem legal. Dá aquele ar de seriado para a coisa, e nos faz sentir como bons investigadores.
Além disso, temos outros minigames salpicados pela experiência que funcionam bem na maioria das vezes. Nada muito notável, mas ajuda a sacudir a fórmula. Além disso, o remake conta com um modo onde nenhuma morte ocorre, e podemos nos dedicar exclusivamente à conhecer nossos colegas de classe e formar relacionamentos com eles.
Novidades (?)
Ainda que o jogo seja um remake, não temos tantas mudanças em Danganronpa 1•2 Reload. O game foi escalado para rodar bem em consoles de mesa, teve uma melhoria no som e algumas texturas foram refinadas. Mas, no geral, ainda temos a mesma apresentação e estilo dos originais.
Além disso, grande parte dos minigames que tínhamos nas versões anteriores estão sem modificações, para o bem e para o mal. Portanto, se você odiava certas mecânicas e jogos como o minigame de forca, saiba que tudo está como era aqui. A movimentação entre cenários também está do mesmo jeito, o que pode incomodar alguns de nós que estão mais acostumados com as Visual Novels atuais.
Isso é levemente estranho quando jogamos em 2017, mas pode ser relevado quando levamos em conta que a ideia principal por trás desse port era popularizar o game e o disponibilizar para aqueles que não possuem os consoles de mesa da Sony.
Finalizando
Vamos resumir toda essa análise em uma simples pergunta: você gosta de Visual Novels? Se gostar, pegue Danganronpa 1•2 Reload agora mesmo! Se não gostar, mas quiser dar uma chance… pegue Danganronpa 1•2 Reload!
Eu digo isso porque esse é um dos melhores do gênero no PS4 hoje em dia, desde apresentação até personagens, história e jogabilidade. Ainda que alguns minigames não sejam espetaculares, temos muita variedade para nos manter entretidos e ajudar a experiência a não ficar tediosa. Além disso, a trilha sonora do jogo é boa pra caramba e está recheada de músicas que vão ficar na sua cabeça.
Contudo, aviso aos navegantes: é bom saber bem seu inglês, ou ter um bom dicionário por perto. O jogo está todo em inglês, sem possibilidade alguma de passar para a língua tupiniquim. É um grande negativo, principalmente em jogos como esses que nos pedem horas e mais horas de leitura intensa.
Danganronpa 1•2 Reload está disponível na PlayStation Network, por R$ 143,50.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.