Com o seu desenvolvimento anunciado há algum tempo, a série documental Cena do Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil foi lançada recentemente pela Netflix. De tal forma, por conta da sua temática chocante, separamos abaixo em um único texto detalhes sobe o caso em questão, além de também um histórico sobre o local.
A trama de Cena do Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil
Do diretor Joe Berlinger (Conversando com um serial killer: Ted Bundy, Paradise Lost), Cena do Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil é a primeira temporada de uma nova série documental que desconstrói a mitologia e os mistérios em torno de locais infames de crimes contemporâneos. Há quase um século, o Hotel Cecil, no centro de Los Angeles, é associado a algumas das mais notórias atividades da cidade, de mortes prematuras a hóspedes serial killers.
Em 2013, a universitária Elisa Lam estava hospedada no Cecil quando desapareceu, iniciando um frenesi na mídia e mobilizando uma comunidade global de detetives internéticos ansiosos para solucionar o caso. O desaparecimento de Lam, mais recente capítulo na complexa história do Hotel Cecil, oferece uma visão arrepiante e cativante de um dos locais mais nefastos de LA.
Cena do Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil é Um documentário de 4 episódios
Buscando trabalhar melhor toda a temática e desenvolvimento do caso envolvendo Elisa Lam, a Netflix optou por desenvolver o projeto Cena de Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil como uma série documental. Entretanto, não se trata de um conteúdo extremamente logo.
Para ser mais exato, trata-se de um documentário dividido em 4 capítulos com média de 53 a 58 minutos de duração. A passagem de Lam é realmente o tema central deste projeto, mas toda a história do local também é explorada ao longo dos capítulos através de depoimentos de policiais, detetives, ex-funcionários, além de outras pessoas que já foram hóspedes do hotel.
Outros casos macabros e a história do Hotel Cecil
Como o próprio documentário já cita, e também já vem sendo explorado pela mídia há algum tempo, a história do Hotel Cecil é cercada por diversas situações ligadas ao mundo do crime em diversas esferas. Traficantes, prostitutas, foragidos da polícia, estupradores, e até mesmo serial killers já se hospedaram no local em algum momento da sua história.
À media que a área onde o Hotel Cecil está localizado começou a declinar, suicídios e outras mortes violentas no local se tornaram cada vez mais frequentes. O primeiro suicídio documentado no local foi relatado em 1931, quando um hóspede chamado W.K. Norton morreu em seu quarto após tomar cápsulas de veneno. Ao longo das década de 1940 e 195 ocorreram mais suicídios. Na década de 1960, residentes de longa data começaram a chamar o Cecil de “O Suicídio”.
Entretanto, as situações macabras que giram em torno da sua história não param por aí. Muito disso, como destacado em certas ocasiões, ocorria pelo fato de que o Hotel Cecil era barato. Ou seja, atraindo assim muitos hóspedes que estavam de certa forma à beira da sociedade. Ainda assim, isso fazia com que ele também acabasse chamando atenção de turistas. Ou seja, fazendo dele um local com uma grande mistura de diversos públicos.
Além dos suicídios, a história do Cecil inclui outros tipos de violência e acontecimentos perturbadores. Também se tornou um ponto de encontro notório para casais adúlteros, atividade de drogas e um terreno comum para profissionais do sexo.
Rumores apontam que em 1947, Elizabeth Short, apelidada pela mídia como a Dália Negra, teria sido flagrada bebendo no bar do Hotel Cecil nos dias anteriores ao notório, e até agora não resolvido, assassinato.
Em 1964, uma operadora de telefonia aposentada chamada “Pigeon Goldie” Osgood, que havia sido uma residente de longa data conhecida e muito querida no hotel, foi encontrada morta em seu quarto. Ela foi estuprada, esfaqueada e espancada, e seu quarto foi saqueado. Um homem chamado Jacques B. Ehlinger foi acusado do assassinato de Osgood, mas mais tarde foi inocentado. A sua morte permanece, até hoje, como um crime não solucionado.
Contudo, um dos casos mais infames do Hotel Cecil certamente ocorreu na década de 1980, já que o mesmo era a residência do serial killer Richard Ramirez, apelidado de “Night Stalker”. Ramirez tinha sido uma presença regular na área em que o hotel se encontra em Los Angeles, e de acordo com relatos de um funcionário do hotel na época, ele teria ficado hóspedado no Cecil por algumas semanas.
Acredita-se que Ramirez pode ter se envolvido em parte de sua matança enquanto permanecia hospedado no Cecil. Outro serial killer, o austríaco Jack Unterweger, ficou no Cecil em 1991, possivelmente porque tentou copiar os crimes de Ramirez. Enquanto estava lá, ele estrangulou e matou pelo menos três profissionais do sexo, pelas quais foi condenado na Áustria. Ele se enforcou logo após sua condenação.
O caso mais recente, e que foi um grande estouro na internet ao longo dos últimos anos, é justamente a morte de Elisa Lam. Ou seja, o tema central da série documental Cena de Crime – Mistério e Morte no Hotel Cecil. Ele aconteceu em 2013, e até hoje permanece sem uma solução. Por sinal, neste ponto também podemos citar o fato de que entre 2007 e 2017 foram registrados cerca de 80 mortes no local. Ou seja, o caso de Elisa Lam é apenas um que ganhou destaque entre tantos por conta dos mistérios cercando o seu destino.
O Hotel Cecil na mídia
Em 27 de março de 1987, a banda U2 realizou um show improvisado ao vivo no telhado de um prédio de um andar na esquina da 7th com a Main no centro de Los Angeles, ao lado do Cecil Hotel. A performance, com o hotel como pano de fundo, foi filmada e lançada comercialmente como um videoclipe para o lançamento da música da banda “Where the Streets Have No Name”.
O filme Barton Fink – Delírios de Hollywood, lançado em 1991, também usou o Hotel Cecil como inspiração para o desenvolvimento da sua trama. O projeto em questão contou com a direção de Joel Coen, que também assinou o roteiro ao lado do seu irmão, Ethan Coen. Ambos os cineasta, como de conhecimento, são responsáveis pelo filme Onde Os Fracos Não Tem Vez.
Já no período mais recente, o macabro local também serviu como inspiração para o desenvolvimento da 5ª temporada de American Horror Story, que por sua vez teve o seu subtítulo definido somente como Hotel. A trama em questão contou, inclusive, com Lady Gaga em seu elenco protagonista.
Confira o trailer do documentário: