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Uma coisa é muito fácil de afirmar: há 8 anos a Marvel vem construindo um belíssimo universo cinematográfico. É algo realmente de encher os olhos, que a cada ano vem chamando cada vez mais atenção. Tudo é muito bem pensado, com as produções alinhadas, criando sempre expectativas gigantescas no que está por vir. São tão bem posicionadas que até mesmo alguns detalhes podem passar despercebidos, como o nome de Stephen Strange no segundo filme do Capitão América. E agora, após tantos títulos, e com muitos outros por vir, chegou finalmente a hora do embate entre os seus heróis ser mostrado na tela grande através de Guerra Civil.
A produção começa após os eventos envolvendo Vingadores: Era de Ultron, mostrando Steve Rogers liderando a nova equipe dos Vingadores em seus esforços contínuos para proteger a humanidade. Entretanto, após mais um incidente internacional envolvendo o grupo de heróis causar danos colaterais e tirar vidas inocentes, o aumento da pressão política resulta na criação de um acordo governamental envolvendo muitos países elaborado para definir quando o grupo será acionado. Tal atitude acaba dividindo opiniões, fragmentando a equipe enquanto mais um grande vilão surge das sombras.
Desde as primeiras cenas é perceptível que a temática estabelecida será claramente apresentada através de conflitos. Aqui, o roteiro mostra para o que veio ao adaptar muito bem a situação envolvendo os personagens disponíveis no universo cinematográfico, modificando o que era necessário, cortando alguns pontos, criando outros e sabendo crescer da forma correta ao longo de cada minuto apresentado. Destaque neste ponto para o grande vilão da trama, Barão Zemo (Daniel Brühl), que é um dos grandes responsáveis pelos acontecimentos e conflitos estabelecidos através de um plano muito bem arquitetado. Além disso, a precisão de Anthony e Joe Russo é clara e perceptível para aqueles que acompanharam a trama envolvendo anteriormente o Soldado Invernal.
Passando por esse estabelecimento claro, logo as cenas de batalha passam a chamar também uma clara atenção. Elas conseguem fazer que o espectador prenda o fôlego em certos momentos, assim como relaxe em outros. A melhor delas, como era esperado, acaba sendo o grande conflito que ocorre em um aeroporto. Uma sequência muito bem produzida e dirigida, funcionando de forma excelente como um dos clímax de todos os acontecimentos anteriores mostrados.
Neste ponto todos os personagens parecem estar em suas melhores formas. Independente daqueles que foram adicionados lá no começo do universo estabelecido, ou ainda em sua segunda fase, todos tem o seu espaço garantido. Alguns, obviamente, maiores que outros por causa exatamente da construção necessária para que o roteiro continue a evoluir. No mais, é interessante também observar que a tensão entre Rogers e Stark foi muito bem explorada, deixando claro o foco necessário nos líderes da divisão.
Entretanto, ainda assim surgem aqueles que mesmo com pouco tempo, ou não, acabam chamando mais atenção. O primeiro deles é o Pantera Negra, interpretado de forma brilhante por Chadwick Boseman. Desde a sua primeira aparição, ainda sem o seu uniforme, T’Challa já chama atenção. Seja pelo sotaque totalmente diferente, ou pelos acontecimentos que cercam o mesmo. A sua evolução é grandiosa, com ótimas cenas e uma exploração necessária para mostrar as suas habilidades. Outros dois personagens que também podem ser destacados são A Feiticeira Escarlate e o Visão. O relacionamento deles é interessante de ser observado, mas o mais destacável são os seus poderes. Eles aparecem quando necessário, sendo realmente armas poderosas para os dois lados.
Seguindo com as adições envolvendo a reunião de personagens, surgem então os outros alívios cômicos da produção. Homem-Formiga e Homem-Aranha. O primeiro já teve o seu próprio filme lançado recentemente, mas ainda assim conseguiu surpreender por sua participação e criar bons através de piadas enquanto utiliza os seus poderes. Já o segundo é mesmo a grande novidade da Marvel. Ver Peter Parker interagindo com os Vingadores não tem preço, ainda mais em uma cena tão bem dirigida e desenvolvida como a que ele esteve envolvido. Todos tem o seu espaço na batalha do aeroporto, mas é sem dúvida o cabeça de teia e rouba a cena. Tom Holland não é somente a melhor encarnação de Peter, mas também de longe o melhor Homem-Aranha dos cinemas. Os elogios estavam certos, enquanto as expectativas apenas crescem para saber o que lhe espera em breve.
E assim, com todas essas características, e muito bem direcionado pelos irmãos Russo, o filme Capitão América: Guerra Civil conseguiu sim absorver toda a empolgação do público. Na verdade, ele até consegue superar em certos pontos por conta do grande desfalque envolvendo a sua adaptação. São poucos personagens perto daqueles que estavam nas páginas, mas somente eles foram necessário para criar uma excelente atmosfera. Cada um teve o seu momento certinho, com a reviravolta necessária acontecendo no tempo certo, apresentando também revelações e um desfecho para aquilo que ainda está por vir. A verdade é que agora a Marvel terá que ter ainda mais cuidado com seus projetos, já que superar algo tão bem contato será muito difícil.