Call of Cthulhu | Faltou Lovecraft

Se você é fã de H. P. Lovecraft, passe longe

H. P. Lovecraft é, sem dúvidas, o maior autor de terror do século XX. Seu estilo, suas obras, suas criações estão presentes na cultura pop de forma tão forte, que as vezes não notamos, por estarmos tão acostumados com suas influências. Então, quando a Focus Home Interactive e o Cyanide Studio anunciaram Call of Cthulhu, devo admitir que fiquei arrepiado.

A expectativa era de ver um jogo de grande porte, abordando a criatura mais conhecida de Lovecraft, o grande ancião Cthulhu e toda sua ambientação, desde animais mortos misteriosamente a cultistas fanáticos vivendo entre as pessoas comuns. Mas, infelizmente, não foi bem isso que o jogo entregou. As respostas você confere agora, em mais uma análise do Jornada Geek!

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No limiar do possível

Vamos admitir que a missão do Cyanide Studio não era fácil. Transportar o horror indescritível para a tela é quase uma missão impossível e a chance de se perder a essência do autor é muito grande. E foi isso o que aconteceu.

Call of Cthulhu não é ruim. Como um jogo de terror, ele é assustadoramente bonito e tem uma ambientação muito bem-feita, a trilha sonora é imersiva e, na maioria das vezes, mais assustadora que o jogo. Mas é isso.

Call of Cthulhu The Official Video Game
Foto: Divulgação

Potencial mal aproveitado

A história de Call of Cthulhu não se baseia no conto homônimo O Chamado de Cthulhu. No jogo, incorporamos um detetive em busca de um grande caso. Eis que este grande caso surge! Descobrir a verdade sobre a morte de uma família, numa pequena vila ilhada pelo oceano.

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O contratante, o pai da vítima, dúvida da alegação de que sua filha se entregou a loucura e provocou o incêndio que matou seu marido e filho. Acreditando que esse caso traria os holofotes para seu trabalho, Edward Pierce parte para a velha vila Darkwater para descobrir as verdades sobre a família Hawkins.

Call of Cthulhu The Official Video Game
Foto: Divulgação

A premissa é muito interessante, e para quem leu alguns contos do autor, já reparou que a ambientação da trama lembra um dos contos mais famosos de Lovecraft, A Sombra sobre Innsmouth. Infelizmente, as semelhanças param por aqui. Infelizmente, Call of Cthulhu não tem um fator principal, o horror.

Faltou o que?

Call of Cthulhu até dá medo e traz alguns sustos ao longo da trama. O problema é que eles são jogados na sua cara, apenas para te causar medo e não te horrorizar diante de todo o caos que está diante de você. Há uma grande diferença entre medo e horror. O medo é o momento, o grito, a cara feia pulando na sua tela, mas se isso não te “traumatiza” não te deixa com mais medo do que vem pela frente, esse medo não consegue se tornar horror.

Call of Cthulhu The Official Video Game
Foto: Divulgação

Call of Cthulhu não chega lá, e acaba se perdendo na história, como se houvesse pressa para concluí-la. Faltou calma, faltou nos deixar curioso para os momentos finais e, principalmente, faltou aquele momento “O que foi isso?”. Faltou Lovecraft.

Quanto aos gráficos, mais um ponto negativo. Call of Cthulhu deixa a desejar e parecendo mais com um jogo de transição de gerações do que com um de quase final de geração. Alguns momentos chegam a ser até meio toscos pela qualidade, mas nada que interfira no gameplay.

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Veredito

Call of Cthulhu pode até ser uma boa para quem gosta de jogos de terror, mas não para quem é fã de Lovecraft. Vamos rezar para Cthulhu para que, um dia, tenhamos um jogo baseado em Lovecraft perfeito. Enquanto isso, nos resta apenas sonhar…

Call of Cthulhu | Faltou Lovecraft

Lançado no dia 30 de outubro de 2018, Call of Cthulhu está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Steam. No Metacritic, o game teve média de 67 pontos na versão avaliada.

*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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