O lançamento do longa-metragem “Boa Sorte, Leo Grande”, no último mês, acendeu um novo debate sobre a sexualidade na sociedade: a busca por prazer e novas descobertas na terceira idade. Se falar de sexo ainda é um tabu em muitas famílias, imagine discutir a temática sobre a liberdade sexual em pessoas com mais de 50 anos. E é exatamente isso o que o filme quer mostrar, como, mesmo na meia-idade, as pessoas podem e devem buscar por novas experiências e se conhecer melhor.
O filme conta a história de Nancy Stokes, uma professora de religião aposentada, de 55 anos, interpretada por Emma Thompson, que decide explorar melhor a sua vida sexual e decide contratar um garoto de programa, Leo Grande, interpretado por Daryl McCormack, para ajudá-la a alcançar o seu primeiro orgasmo. Nancy é viúva, e, em todo o tempo de casada, sentia-se frustrada sexualmente, pois só fazia sexo de forma mecânica com o marido, seu primeiro e único parceiro até então.
A história é uma comédia dramática que narra de forma sensível, adulta e responsável um tema que ainda é sensível na sociedade, inclusive para a personagem principal, que revela ter sido preconceituosa, muitas vezes, com suas alunas e as liberdades que demonstravam com o corpo. Mas Nancy quer viver uma aventura sexual, ultrapassar seus próprios preconceitos e barreiras impostas por toda a sua vida por ela e pela própria sociedade; quer uma experiência radical que tem que passar, inclusive, pela autoaceitação do corpo, da idade e da aparência.
Um jogo de autodescoberta e desejo, que fala sobre os limites (ou não) do prazer, mas sem deixar de considerar a idade dos personagens e as limitações corporais que estão começando a surgir. Todavia, não confunda limitação corporal com limitação sexual. A limitação corporal na terceira idade requer alguns cuidados e a descoberta de posições sexuais que sejam mais confortáveis para as pessoas envolvidas, mas isso não quer dizer tornar o sexo mecânico, mas, sim, explorar mais. Inclusive, isso é o que quer dizer positividade sexual na terceira idade.
O sex positivity em Boa Sorte, Leo Grande
O sex positivity, ou positividade sexual, é um termo que vem desde 1920, que aborda a sexualidade de maneira positiva ou está relacionada com a liberdade sexual. Existem várias vertentes de análise do conceito, mas todas convergem para fazer sexo sem vergonha ou restrições sociais ou pessoais; isso não quer dizer fazer sexo com irresponsabilidade, mas, sim, sobre não ter preconceito sobre a sua própria sexualidade. E isso é muito importante quando se fala sobre a sexualidade na terceira idade, pois, para muitos, a menopausa (que atinge as mulheres) ou a andropausa (que atinge os homens), é o momento que também se deixa de ser sexualmente ativo, seja por perder mais o desejo sexual, ou por desconhecimento sobre o próprio corpo e os próprios direitos ao prazer.
E podemos perceber tudo isso em “Boa Sorte, Leo Grande”, de maneira agradável e com muita delicadeza, mas também cheio de risos e lágrimas. Mas, para quem prefere os streamings, vale a pena investir em um melhor notebook em promoção e esperar o filme chegar a alguma plataforma. E, para quem quer explorar mais sobre a temática, os filmes “Final Feliz” (Happy Ending) e “E se Vivêssemos Todos Juntos?” (Et si on vivait tous ensemble?) trazem bons momentos para reflexão.
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