Quando a Ubisoft revelou Assassin’s Creed Origins, na E3 2017, a comunidade gamer ficou animada. Era retorno de uma das franquias de maior sucesso da publisher francesa, que havia recebido seu último título, Assassin’s Creed Syndicate, em 2015.
Entre o anúncio e o lançamento, passaram-se pouco mais de quatro meses. Sinal de que a Ubi já estava trabalhando na ideia há algum bom tempo, após as críticas de que a franquia havia se tornado “anual”, com lançamentos sequenciais entre 2013 e 2015.
E, após um pequeno período “turbulento” na história de Assassin’s Creed, será que a Ubisoft conseguiu recolocar a marca nos eixos? Entre agora no Animus do Jornada Geek, o DNA dessa review está pronto para ser sequenciado!
A origem dos Assassinos
Com pano de fundo no Egito Antigo, considerado um dos lugares mais misteriosos da história da humanidade, Assassin’s Creed Origins te coloca na pele de Bayek, “o último Medjai”, que tinha a missão de defender o povo do Egito das garras do império ptolemaico.
No entanto, nosso protagonista aqui tem motivações pessoais. Em uma cena emocionante, logo no início, vemos como seu filho foi morto pela Ordem dos Anciões, um grupo de criminosos desconhecidos que busca a retomada dos “tempos de glória” do Egito. E Bayek parte em busca de todos os responsáveis, direta ou indiretamente, pela sua perda.
Paralelamente, conhecemos Cleópatra, a mais famosa rainha do Egito. A história do jogo se passa em um período em que a rainha foi expulsa de Alexandria por seu irmão Ptolomeu, que reinava absoluto no Egito. E acabamos nos vendo no meio desta intriga familiar, ajudando a famosa rainha à retomar o poder.
Com furos históricos, licença poética ou não, é fato que a narrativa de Assassin’s Creed Origins funciona e coloca o game para andar de uma forma bem consistente. A história é realmente boa e prende o jogador, que fica querendo saber, em que ponto exatamente, a Ubisoft criou a lenda dos Assassinos.
A grande mudança
Esqueça tudo o que você já viu nos títulos anteriores da franquia. Assassin’s Creed Origins foi reformulado em muitas vertentes e, arrisco a dizer, para muito melhor. Parece um mix de tudo de bom que a publisher lançou recentemente: temos referências para dar e vender!
Vamos começar pela jogabilidade. Sabe aquela movimentação um pouco travada dos protagonistas passados? Não existe mais. O jogo dá uma liberdade inédita à série! O mundo gigante é vivo, cheio de detalhes e easter eggs espalhados. Pontos de viagem rápida são fundamentais para viajar pelo Egito. Na falta deles, o camelo/cavalo até vai sozinho, se você indicar o caminho. E é bom citar que o mundo aberto é explorável tanto na horizontal, quanto na vertical, o que só valoriza essa inclusão.
O combate, por exemplo, pegou algumas referências em For Honor. A visceralidade veio de Dark Souls. Senu, nossa águia e olhos no céu, pode muito bem ter vindo de Far Cry Primal, afinal, a função de mapear inimigos e encontrar itens é semelhante.
Mas o grande destaque do jogo vai para o sistema de RPG inserido aqui. Utilizando-se do sistema de lootbox, que parece ser a “nova ordem mundial” da indústria AAA, temos nível no personagem e nos itens, que recebem várias classificações. Sabe aquela espada lendária? Pois é… É preciso muita exploração para conseguir!
Mas a Ubisoft não parece querer arrancar o seu dinheiro à todo custo. É completamente possível terminar o jogo sem gastar um centavo, apenas com os itens que ganha ao longo do gameplay, e sem pressa. O jogo é grande, mas não é cansativo.
As missões
Se tem algo que a Ubisoft caprichou, mais uma vez, foram as missões. Assassin’s Creed Origins tem muitos objetivos primários e secundários e todos incrementam algo relevante à história. Ajudar um civil recuperando determinado item, matando algum animal ou inimigo, tudo isso é relacionado ao fato de Bayek ser um Medjai. É verdade que, após muitas horas de gameplay, isso se torna um pouco repetitivo, mas não cansativo.
Além do mais, a publisher preparou algumas surpresas, como jogar com outros personagens além de Bayek. Em uma dessas missões, tive a sensação de estar jogando Assassin’s Creed IV: Black Flag novamente. Ou será que a Ubi já nos deu uma mostra do que será o próximo Skull and Bones?
Os gráficos
Assassin’s Creed Origins também surpreende positivamente quando o assunto é a parte visual. Joguei no meu PC, com preset “Altíssimo” e rodou liso, mesmo com a minha máquina não chegando aos pés de uma Battlebox. Graficamente falando, pode ser colocado ao lado de Ghost Recon Wildlands como um dos jogos mais bem feitos na nova geração. Aquela profundidade e beleza de cenário estão lá, impressionando os entusiastas. Os detalhes dos mapas, a água, e as piramides são um show à parte. Tudo é realmente muito bonito.
Por outro lado, os bugs gráficos existem. Mas a verdade é que eu não tenho um pingo de vontade de falar deles. Eventualmente você pode “atravessar” o chão ao cair, atravessar uma muretinha com seu camelo/cavalo, mas nada tira o brilho do excelente trabalho que a Ubi fez. Os cenários são muito bem renderizados, os loadings são curtos e o jogo quase nunca apresenta uma queda na taxa de quadros.
Então, vale a pena?
Assassin’s Creed Origins, sem dúvida, é uma das grandes surpresas de 2017. Com uma completa reformulação na franquia, a Ubisoft acertou em cheio nas mudanças e trouxe aos jogadores um dos melhores games do ano. Com bastante conteúdo, uma história envolvente e uma jogabilidade fluída, Origins, certamente, figurará entre os candidatos à jogo do ano.
O game está disponível para Xbox One, PlayStation 4 e PC, via Steam e Uplay. A versão física para consoles custa R$ 249,90, enquanto a mídia digital sai por R$ 199,00. Já para computadores, Assassin’s Creed: Origins custa R$ 159,99. No Metacritic, o título conta com média de 84 pontos.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.