Quando falamos em Visual Novels, no que pensamos? Uma trama interessante. Múltiplas opções de diálogo. Vários finais. Waifus e husbandos. Romance, terror, emoção. Talvez, até eroge. Quem sabe um combate leve, ou piadas?
Esperando por isso, iniciei Antagonist em meu computador. Mas o game quebrou todas as minhas expectativas e preconcepções. Infelizmente, isso ocorreu da pior maneira possível. E veremos o porque agora, em mais uma crítica do Jornada Geek.
Enredo
A premissa básica do game é a seguinte: controlamos D’vil, um vilão que participa de uma empresa de cutscenes para jogos. Um dia, em uma gravação, ele e um herói da luz são lançados para fora do set de filmagem, e se unem para tentar sair do local que estão. Esse herói nunca sai de personagem, e nosso “vilão” começa a se perguntar se tudo é real, ou uma peça bem elaborada do diretor de gravações.
Parece interessante, não é? Pena que o game nunca trabalha esses pontos direito. Ele sai enfiando personagens a torto e direito, e leva até o fim de sua curta duração para explicar o que diabos está acontecendo. E é uma explicação tão bizarra e corrida, que nem parece fazer tanto sentido. Eu tive a impressão que o autor apenas quis apresentar o máximo de referências e piadinhas sobre jogos quanto fosse possível, e construir um esqueleto de trama em cima disso. O resultado é um enredo que não empolga e não cativa. Por mais que seja original e tenha potencial, a experiência não diverte tanto quando poderia. O que é uma pena.
Gráficos
Jogos desse estilo costumam ser apresentados por desenhos e animações. Em jogos indies e pequenos como esse, podemos relevar a falta de partes animadas ou algumas artes mal feitas. O game apresenta algumas legais, como a ladra Teeth, mas a maioria não ficou bem desenhada. O design de alguns personagens agrada e parodia bem o material que o inspirou, mas infelizmente são apenas algumas excessões.
Jogabilidade
O game tenta colocar combates em turnos, parecidos com o que vemos em Shin Megami Tensei, para animar as coisas. É uma ideia válida, mas que infelizmente não funciona. Não há risco real, e tudo se resume a atacar, atacar e atacar. Temos skills que o protagonista “lembra” ao longo da aventura, mas eles não são necessários. Temos itens que não precisamos usar até o final. Temos habilidades de combo que são pouco intuitivas e mal implementadas. É louvável a tentativa de apimentar a fórmula de Visual Novel com essas lutas, mas a execução deixou muito, muito a desejar. Mas, é uma fórmula que eu gostaria de ver melhor representada em outros games.
Para finalizar
Eu realmente não sei o que dizer de Antagonist. Sempre procuro balancear prós e contras de todos os jogos, mas não tenho muito o que falar aqui. A história, embora original, soa forçada e sem sentido. Os personagens são paródias unidimensionais de heróis de outras franquias, sem nenhuma caracterização maior. As piadas são duvidosas, e não tem tanta graça assim. O combate é chato e sem propósito, e o game é curto demais. Uma hora, duas se você ler BEM devagar.
Mas, vamos tentar ver o outro lado. Se paródias são seu lance, pode ser que ria um pouco aqui ou acolá. O jogo está por R$ 6,29 na Steam, o que não é tão caro assim. O game tem um semblante de escolha em diálogos, e mais de um final.
No fim das contas, Antagonist não é um jogo para todos. Se você curte a premissa e o tipo de comédia, pode ser que aproveite mais do que eu. Mas, infelizmente, o game não conseguiu me cativar. Com uma trama fraca, mecânicas desperdiçadas e personagens pouco explorados, essa acaba sendo uma tentativa mal direcionada, ainda que louvável, de se criar um jogo caricato e baseado em sátiras de franquias mais bem estabelecidas. O potencial aqui era claro. Mas, infelizmente, a experiência final fica apenas na promessa.
*Cópia fornecida pela desenvolvedora.