A QUALQUER CUSTO | CRÍTICA

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A QUALQUER CUSTO | CRÍTICASe La La Land – Cantando Estações deu uma injeção no esquecido gênero dos musicais, A Qualquer Custo, filme indicado para quatro Oscar, incluindo melhor filme, traz nova vida ao Western. Mas, não da forma saudosista de filmes como o ótimo remake Bravura Indômita (2010), dos irmãos Coen, mas sim um exemplar moderno e original, mas que se faz valer das mais variadas referências dos mestres do gênero. Além disso, discute temas atuais e se escora na ótima forma do elenco.
Os irmãos Toby (Chris Pine) e Tanner (Ben Foster) estão desesperados para conseguir dinheiro para quitar a hipoteca da fazenda da família, no interior do Texas. Para evitar a perda do imóvel eles armam um plano arriscado: praticar vários assaltos em bancos de pequenas cidades da vizinhança, e, apenas do mesmo banco que está querendo tomar sua fazenda. Entretanto, quando o experiente delegado Marcus Hamilton (Jeff Bridges), as coisas começam a ficar mais difícil do que esperavam.

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A trama é tão simples que nem parece que é original. Mas, tudo graças à engenhosidade do roteirista Taylor Sheridan, responsável pelo ótimo Sicário – Terra de Ninguém (2015). Ele simplesmente cria um ambiente contemporâneo e o tempera com o melhor que o western pode oferecer. Existe a ação bem dirigida por David McKenzie, até então discreto realizador de filmes de pequeno porte, e uma certa crítica ao atual momento econômico, em que a crise imobiliária ainda assusta muita gente, dando sentido ao desespero dos irmãos.

Talvez consigamos captar através da fotografia bem arranjada de Gilles Nuttgens algumas referências bem fortes dos faroestes dos tempos áureos, diretores como John Ford, Howard Hawks e Sam Peckimpah. Mas, é nobre ver que existe uma singularidade em A Qualquer Custo que o traz para um patamar que talvez inaugure um novo tipo dentro do próprio gênero. Os homens armados, que valorizam a honra acima de qualquer coisa ainda estão lá, todavia, resida neles o homem atual, aquele que se escora no egocentrismo e defende o seu lado acima de qualquer coisa.

Além de tudo isso, o filme explora demais seus ótimos personagens e suas motivações. Os irmão de Pine e Foster são assombrados pela tal importância da família e honra de se responsabilizar por ela, algo saído do antigo velho oeste. Enquanto Toby é a razão, Tanner é a emoção, mas, ao contrário da maioria das vezes onde um é o bom e o outro o mal, ali ambos são um só, se completando e fazendo de sua missão um ato de sangue e fortalecimento fraternal. Bridges é um show à parte com seu delegado das antigas, um mescla de seu matreiro Rooster Cogburn (Bravura Indômita) e o Ed Bell de Tommy Lee Jones (Onde os Fracos não Têm Vez), cheio de humor em seu “bromance” com seu parceiro meio-índio.

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Com uma sequência final espetacular, que traz um tour de force entre Bridges e Pine, em um diálogo de desafio e respeito mútuo, A Qualquer Custo é um filme para quem não gosta do gênero, aprender a gostar. E quem gosta, se deliciar com cada cena que se passa em meio ao cenário poeirento do Texas. Indicado a melhor filme, ator coadjuvante (Bridges), roteiro original e montagem.

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