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Querendo ou não, por vezes a indústria cinematográfica acaba causando polêmicas. Alguns são esperadas, outras surpreendem ao atingir certo nível. Contudo, tal fato e as discussões fazem parte de uma realidade. O alvoroço por vezes é tão grande que acaba envolvendo também os próprios estúdios e outros nomes envolvidos em um título através de declarações. Um excelente exemplo para isso envolve exatamente o filme A Entrevista, já que no ano passado todos os aspectos citados e alguns outros ainda mais intensos acabaram ganhando destaque por conta da produção. É claro, a temática escolhida proporcionou todos os fatos, assim como toda a confusão de vazamentos de documentos dentro do estúdio e a pegada escolhida para o desenvolvimento da trama. Agora, após tantas polêmicas, discussões e comentários, o filme chega ao mercado Home Vídeo.
Na comédia de ação, Dave Skylark (James Franco) e seu produtor Aaron Rapoport (Seth Rogen) conduzem o popular programa de TV sobre celebridades “Skylark Tonight”. Quando descobrem que o ditador norte-coreano Kim Jong-Un é fã do show, eles marcam uma entrevista com ele na tentativa de conseguirem sua aprovação como jornalistas sérios. Mas quando Dave e Aaron se preparam para viajar à Pyongyang, seus planos mudam no momento em que a CIA os recruta, mesmo sendo os homens mais desqualificados possíveis, para assassinar Kim Jong-Un.
Desde a sua primeira cena, um fato já fica claro: o roteiro de A Entrevista já dita o seu ritmo de exageros e sensacionalismo. Até mesmo a atuação de James Franco já mostra formas de uma comunicação corporal recheada de movimentos que uma pessoa comum não faz em seu cotidiano. Aqui, ele interpreta o astro. A partir de então, a narrativa imposta para o projeto é a de que o programa é um tremendo sucesso, mas não tem credibilidade exatamente pelo seu sensacionalismo. Entretanto, com as ideias de mudanças ocorrendo e a descoberta do fã ilustre, logo o clima de espionagem acaba sendo introduzido por conta da missão imposta de forma inesperada aos protagonistas.
Contudo, nem está imposição tira a forma com que o filme é conduzido dentro de exageros. Alguns não chegam ao absurdo completo, lembrando assim outras produções de comédias besteiróis, mas outros são extremamente realizados em cima de estereótipos abusivos. O alcance a as muitas discussões na época do lançamento, no entanto, foram completamente exagerados. É entretenimento, recheado de brincadeiras sem graça, exageradas e chatas em certos momentos, mas ainda assim um título que foi claramente desenvolvido para nada mais do que a diversão. Não é o estilo de projeto apaixonante para muitos, mas também não é aquele que pode ser considerado um verdadeiro fiasco. Tem seus momentos, mesmo sendo sem escrúpulos.
No mais, mesmo com todas as questões envolvidas e o modo com que sua trama foi contada, A Entrevista não surpreende em sua pegada. Pelo contrário, mesmo sem conseguir alcançar o mesmo feito que os filmes Segurando as Pontas e É o Fim, dois outros projetos que surgiram de parcerias entre James Franco e Seth Rogen, o título segue uma base parecida em seus modos de piadas forçadas e situações bizarras. Entre os muitos momentos para isso, por exemplo, são apresentadas sequências de Skylark e o ditador Kim Jong-Un passando o dia juntos, se divertindo e até mesmo conversando sobre coisas incomuns.
Ao fim, é perceptível que o projeto nada mais é do que uma comédia repleta de muito humor negro, alfinetadas para todos os lados, muito menos polêmico do que o imaginado e apenas uma grande sátira de como a mídia mostra o país Ocidental mais recluso do mundo.