Zumbis são temas recorrentes quando o assunto é terror. Seja em jogos, filmes, séries de TV, livros ou HQs, os mortos-vivos têm sempre um lugar no imaginário dos produtores quando o assunto é botar medo em alguém. Contando um pouco da história desse enorme universo imaginário, em 2013, o Undead Labs lançou State of Decay para Xbox 360 e PC prometendo trazer uma experiência real de um mundo recheado por esses seres. Não deu muito certo, mas a ideia permaneceu viva. Agora, temos State of Decay 2, que chegará no dia 22 de maio para Xbox One e Windows 10 prometendo ser o jogo mais real dentro deste tema.
Mantendo a ideia do primeiro título, mas aprimorando elementos como o gerenciamento de comunidades e combate, o game funciona como um sandbox gigante, sem muita história para contar, apenas recheado de missões que vão te auxiliar a sobreviver, com um detalhe que fará toda a diferença: a morte é permanente!
A importância da colaboração
State of Decay 2 é um jogo que vai tratar de lhe mostrar, logo nas primeiras horas, como é importante ter amigos. Seja no modo multiplayer, jogando com algum conhecido, ou no offline, encontrando sobreviventes para a sua comunidade, o ser humano é o recurso mais importante para que a vida prospere.
Parece uma frase poética, mas ela faz bastante sentido em um universo pós-apocalíptico, recheado de zumbis querendo te devorar e te “levar” para o time deles. State of Decay 2 traduz bem esse sentimento, já que você se vê na liderança da tomada de decisões de uma comunidade recém formada. Aceitar ou não um novo membro? Sacrificar alguém infectado ou tentar curá-lo?
Cada decisão tomada traz consequências. Como os personagens são gerados de forma processual, com habilidades e relacionamentos diferentes, cada gameplay é diferente. Se você decide trazer alguém novo para a sua comunidade, pode ser que tudo ocorra bem, ou acontecer uma briga e até mesmo mortes. Vai depender da personalidade que o game dará para cada um dos sobreviventes.
Para aliviar, o jogo te dá algumas possibilidades interessantes. Ao “recrutar” seus amigos para o modo cooperativo, State of Decay 2 se torna consideravelmente mais fácil. Sair sozinho para explorar é praticamente um suicídio, já que a morte é permanente. Então, ter um amigo ou um NPC para olhar a retaguarda é uma necessidade para os momentos mais complicados.
As melhorias
Se o primeiro State of Decay pecava em um combate raso e nas animações limitadas, o 2 melhorou um pouco esses elementos. Não que vá ser um game com um visual estonteante (longe disso, alias) ou com um combate perfeito, mas houveram melhorias significativas na comparação.
Para começar, seus personagens estão mais resistentes. Isso os coloca em condições quase ideais para enfrentar as hordas. Se no primeiro jogo um zumbi poderia te derrotar com poucos golpes, agora você pode se tornar mais forte contra eles, aprimorando os elementos de resistência, como se fosse um RPG. Além disso, essa característica dá aos jogadores a possibilidade de encontrar recursos e instalações para aprimorar a base, além de desenvolver as habilidades únicas dos sobreviventes.
Outro aspecto interessante é que State of Decay 2 dá mais importância ao stealth. À noite ou em locais cheios de inimigos, é melhor passar despercebido do que partir para o enfrentamento. Se forem poucos zumbis, derrote um a um com as facas, que são sempre carregadas pelos personagens e são indestrutíveis. O alerta fica por conta de que nem todo tipo de inimigo cai nessa tática, principalmente os humanos…
Por fim, o segundo jogo da franquia se destaca pela maior variedade de mortos-vivos em comparação ao original. Seja pelo vestuário, ou a “espécie”, eles não parecem todos iguais, mesmo partilhando o mesmo tipo de alimentação.
A exploração e a evolução da base
Um fato interessante de State of Decay 2 é que o jogo não tem uma trama. Como já dito, o foco aqui é sobreviver e nada vai acontecer até que você desenvolva sua comunidade e, eventualmente, faltem recursos, ela desmorone e você tenha que começar tudo de novo.
Esse é o fator replay que a Undead Labs inseriu no título, mas que infelizmente, não vai agradar todo mundo. Ficar fazendo apenas o trabalho de office-boy não é uma forma criativa de se inserir uma narrativa principal, já que as missões funcionam como rasos tutoriais no início e, logo depois, servem apenas para melhorar a base e te colocar no caminho para destruir os Núcleos Infecciosos, principal objetivo do jogo.
Para evoluir a base, precisamos de alimentos, peças, munição, remédio e combustível. Um carro é importante para o transporte, mas tome cuidado com o barulho do motor, que pode atrair mais zumbis ao seu redor. Reunidos esses recursos, nem sempre eles são transportados para a base: vai ser comum ter munição que não é compartilhada com a comunidade, ficando para o seu uso pessoal. Para concluir, State of Decay 2 tem um aspecto interessante que herdou do primeiro jogo: você pode controlar qualquer um dos sobreviventes que você recrutou.
Os bugs
State of Decay 2, infelizmente, sofre com os bugs. Embora alguns sejam engraçados, como zumbis atravessando o chão e atacando o ar, outros são extremamente desagradáveis e podem estragar completamente uma experiência que estava sendo legal.
Explico: enquanto ainda criava minha segunda comunidade, tive meu sonho de sobrevivência interrompido após pegar um carro para dar uma volta em busca de recursos. Fui cercado de zumbis e, pra tentar cair na porrada com eles (erro meu, não façam isso, amiguinhos), sai do carro. Por algum erro bizarro, eu fiquei preso no chão e fui atacado pela horda. É Game Over para aquele personagem, perdendo todo o progresso e recursos coletados.
Como já explicamos, o jogo utiliza gerenciamento processual, ou seja, vai criando o conteúdo a medida que você explora o mapa e cada um é diferente. Mas quando se lota o mapa de mortos-vivos, parece que eles não se comportam como o esperado e é aí que esse festival de erros faz a festa. São zumbis aleatórios andando para lados opostos aos da horda, caindo no meio da correria, ou até mesmo atacando os seus “irmãos de sangue”. Chega a ser bizarro em alguns momentos.
Veredito
Com mais acertos do que erros, a franquia evoluiu. State of Decay 2 é um enorme sandbox com potencial para entregar boas horas de diversão, mas é frustrante perder um personagem evoluído por um bug absurdo que o game apresentou. Com mecânicas melhoradas, jogabilidade mais fluída do que o antecessor e com maior autenticidade, o Undead Labs entregou um game divertido e que funciona, dentro das suas limitações e propósitos específicos.
State of Decay 2 será lançado no dia 22 de maio por R$ 129,95 em sua versão padrão e R$ 169,95 na Edição Suprema, que vem com acesso antecipado de quatro dias e uma cópia do primeiro jogo para consoles. O título faz parte do programa Xbox Play Anywhere, que permite que, com a mesma cópia digital, o jogador possa utilizá-lo no Windows 10 e no Xbox One. Além disso, ele chegará gratuitamente aos assinantes Xbox Game Pass no dia do lançamento.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.
