EVE Valkyrie foi um dos primeiros jogos disponibilizados para o PlayStation VR, ainda em 2016, quando o acessório foi lançado para PlayStation 4. Originalmente lançado para PC, compatível com o Oculus Rift, o game buscava uma proposta à lá jogos de Star Wars: um intenso tiroteio no espaço. Tudo isso proporcionado em modo multiplayer.
Com acertos e erros, o game até conseguiu certo destaque, alcançando uma marca de 71 pontos no Metacritic. No fim de 2017, a CCP Games lançou a expansão Warzone, de forma gratuita, trazendo uma versão em mídia física para EVE Valkyrie. E é justamente ela o foco dessa análise. Prepara-se para o lançamento, pirata! É hora de mais uma análise do Jornada Geek!
O universo EVE
EVE Valkyrie se passa no universo do MMORPG EVE Online, que não é muito conhecido aqui no Brasil. Um breve resumo: dentro de cenário espacial baseado na ficção científica, os jogadores pilotam naves através de uma galáxia gigante, realizando atividades como mineração, comércio, combate (PvE e PVP), manufatura, exploração e pirataria. A pirataria, inclusive, é o tema do lançamento em realidade virtual.
Em EVE Valkyrie, você se tornou um piloto das Valkyrie, um bando de piratas em busca da glória. Mas com uma característica curiosa: você é imortal, já que através de um sistema de clonagem, o jogo segue replicando seu personagem logo após ele ser derrotado, permitindo que continue-se a jogatina de onde parou, com tudo conquistado até ali.
Mas o foco de EVE Valkyrie nunca foi o modo história. O modo para um jogador traz apenas missões curtas e fáceis contra a IA, que ajudam o jogador a entender os comandos e a jogabilidade do game. Funciona como um tutorial.
Um shooter em multiplayer
EVE Valkyrie foi lançado com foco nos modos multiplayer e isso é deixado bem claro na descrição do jogo nas lojas virtuais Steam e PlayStation Store: “é um jogo de tiro de espaçonaves em 1ª pessoa que coloca você no cockpit para um combate multiplayer intenso, divertido e frenético”. Então, não espere foco em história, aqui o foco é outro.
Ao todo, as partidas são com 16 jogadores, sendo oito para cada lado. Embora o jogo tenha saído já há algum tempo, os servidores ainda estão ativos e funcionais. O que peca é que, devido ao preço elevado tanto do PlayStation VR, quanto do Óculos Rift, no Brasil, seja difícil encontrar jogadores que falem português. Isso, inclusive, é um dos problemas do jogo: menus, legendas e dublagem todas em inglês, afastando o público que não domina a língua do tio Sam.
Mas vamos voltar ao modo multiplayer: os jogadores são divididos em dois times, e devem cumprir objetivos tradicionais de jogos de tiro. São cinco modos single-player que estão disponíveis hoje, e sete para serem jogados em multiplayer, incluindo modos cooperativos. Todos eles foram sendo adicionados ao game por meio de patchs gratuitos desde o lançamento, incluindo com a expansão Warzone.
Como era de se esperar, o título também traz as características de personalização presente nos demais MMOs. À medida que o jogador avança no gameplay, é possível instalar melhorias na nave, incluindo novas armas, escudos, torpedos e até mesmo o visual da nave, que pode ficar mais discreta durante o intenso tiroteio espacial.
Tudo isso em realidade virtual
EVE Valkyrie, assim como outros títulos, poderia não ter alcançado o sucesso que almejava se não fosse em realidade virtual. Embora o mundo gamer careça de bons shooters espaciais, mesmo com toda a insistência da indústria no tema, o título hoje tem conteúdo suficiente para algumas boas horas de jogatina, e o suporte dado pela desenvolvedora até hoje nos mostra que ainda podemos esperar por mais novidades no futuro.
De forma geral, EVE Valkyrie é um jogo bonito. Mesmo sem trazer os gráficos de um AAA de ponta – até mesmo pela limitação do VR -, a imersão é facilitada com os ótimos efeitos sonoros, que vão desde tiros ou explosões de naves. Nossa dica é para você fazer o uso de fones de ouvidos – nossa experiência foi com o Sony Gold Wireless.
Uma das vantagens que o game trouxe é que ele é totalmente compatível com o DualShock 4 e “dispensa” o uso do PlayStation Move. Embora ele traga uma jogabilidade mais real ao jogo, seu uso não é obrigatório pelo game.
Veredito
EVE Valkyrie trouxe uma proposta batida, mas funcional à realidade virtual. Seus efeitos de ficção científica e a jogabilidade combinam bem, e a grande variedade de modos de jogo, disponibilizados após o lançamento, são destaques do jogo. Os gráficos são legais e o jogador terá muitas horas de jogo, caso opte por comprar. O que pesa contra é a ausência de localização em nosso idioma e a dificuldade de encontrar jogadores brasileiros, já que os acessórios de realidade virtual ainda tem um preço muito elevado no Brasil.
O game está disponível para compra em sua versão completa, EVE: Valkyrie – Warzone, na Steam, por R$ 92,49 e na PlayStation Store, por 107,50. A versão de PS4 também é encontrada no varejo.
*Review elaborado usando a versão de PSVR do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.