COM AMOR, SIMON | CRÍTICA

Filme surpreende mostrando temas sensíveis de forma leve e com humor.

Simon e Amigos em cena do filme Com Amor, Simon
Divulgação: Fox

Classificação:

Nota Surpreendente

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Filmes com a temática LGBT vem ganhando espaço no cinema, prova disso foi o recente aclamado Me Chame Pelo Seu Nome, que levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, além de Moonlight no ano anterior, que por sua vez levou o prêmio de melhor filme na mesma premiação. Esses filmes geralmente geram bastante discussão, principalmente sobre o quão realistas e representativos são ao grupo da sociedade. Podemos dizer que Com Amor, Simon faz um ótimo trabalho, não só nesse, como em todos os outros quesitos necessários para um bom filme.

A história segue a história de Simon Spier, um garoto de dezessete anos, interpretado por Nick Robinson (Jurassic World). Simon ainda não contou à sua família ou amigos que é gay e ele acaba se apaixonando por um anônimo em um blog da escola.

Pôster do filme Com Amor, Simon
Divulgação

Com Amor, Simon é uma adaptação do livro Simon vs. A agenda homo sapiens da Becky Albertalli, psicóloga que trabalhou em um grupo de apoio a crianças e jovens com não conformidade de gênero. O diretor do filme é simplesmente Greg Berlanti, produtor executivo de séries da DC na The CW como The Flash e Arrow, que por sua vez é declarado abertamente gay. Esse detalhe da profissão da Albertalli e da sexualidade do Berlanti valem ser ressaltados, já que com certeza ajudaram o filme a ser esse ótimo exemplo de representatividade e quebra de tabus do mundo LGBT.

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Voltando ao projeto, a forma como a trama de Simon é conduzida é sensacional, sendo uma história que teria tudo para ser uma comédia romântica clichê, mas que se mostra muito mais. Acompanhamos os dramas internos do protagonista, que são comuns a maioria dos gays dessa idade, questões como o porquê da necessidade de se assumirem, o que muda depois que uma pessoa se assume, se todos homossexuais são afeminados. Todas essas questões Simon se fazem presentes de alguma forma no filme, muitas vezes de forma tão tocante que você precisará separar o lencinho para secar as lágrimas, e tantas outras vezes de forma muito engraçada ao ponto de te proporcionarem boas risadas.

Outro ponto interessante do longa, é que ele mostra que mesmo nas melhores condições, por mais avançada que a sociedade pareça estar, a homofobia ainda está lá, não descaradamente, mas escondida em pequenas frases e atos. Simon pode ser considerado um garoto privilegiado, ele mesmo fala que sua família e amigos com certeza não veriam problema em sua sexualidade. A mãe de Simon é uma psicóloga liberal que faz protestos contra o patriarcado, e seu pai cuida da casa e é um homem sensível que precisa da ajuda do filho para quase tudo. Mas mesmo com a família considerada perfeita, ele tem que escutar seus pais (interpretados por Jennifer Garner e Josh Duhamel) “acusando” um homem de ser gay pelas roupas que ele utiliza. O comentário em forma de piada pode parecer inofensivo, mas não a um adolescente que vive o conflito interno sobre se deve se assumir ou não para a sua família.

Os amigos de Simon também são personagens muito bem escritos, e com um elenco muito bem escolhido. Uma das melhores amigas de Simon, Abby (Alexandra Shipp), é a garota mais desejada do colégio, mas diferente da maioria dos filmes adolescentes ela não é loira, nem líder de torcida, ela é negra e até meio nerd. No grupo de amigos ainda encontramos Nick (Jorge Lendeborg Jr.), e Leah (Katherine Langford). Está última é a melhor amiga de anos de Simon, escondendo até mesmo uma paixão por ele.

O filme é recheado de referências a cultura pop. Simon e seu correspondente secreto descobriram suas sexualidades através de suas atrações por personagens de séries de TV, filmes e bandas. Game of Thrones, Harry Potter, Panic! at Disco, são algumas delas.

A trilha sonora do filme é outro fator que merece ser elogiado, como não deveria deixar de ser, a música está sempre presente na vida de Simon e seus amigos. Com nomes do pop atual como Bleachers, The 1975, MØ, e também com clássicos da Whitney Houston e Jackson 5.

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Acompanhamos Simon em sua trajetória para descobrir quem é o seu correspondente secreto, enquanto vemos suas dúvidas internas, conflitos familiares, problemas com seus amigos, problemas na escola, tudo o que um adolescente normal de hoje em dia enfrenta. Com Amor, Simon surpreende pelo seu realismo, sua representatividade e quebras de tabu, tudo isso com muito humor e muita emoção.

Confira também: O trailer legendado do filme Com Amor, Simon

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