Um dos jogos que mais marcou a infância/adolescência de quem jogou no computador no início da década de 2000 foi RollerCoaster Tycoon. O simulador de parque de diversões desenvolvido por Chris Sawyer era um jogo leve e que rodava em qualquer computador. Logo, se popularizou com imensa facilidade no Brasil, devido à pirataria. Eu mesmo tive o jogo base, as expansões e o 2° título da franquia, que foram sendo lançados ao longo dos anos.
Eis que, quase 20 anos depois do lançamento original, a Atari lançou a versão RollerCoaster Tycoon Classic, uma versão do título adaptada para mercado atual, em versões para PC, via Steam, além de celulares com Android e iOS. E ela se saiu incrivelmente bem! Leia a nossa mais nova crítica do Jornada Geek e descubra o porquê!
A cara da nostalgia!
É impossível não lembrar da minha infância quando joguei RCT Classic. Por mais que o mercado tenha evoluído e eu tenha adquirido novos gostos por jogos eletrônicos, ainda já um espaço para clássicos. E RollerCoaster Tycoon é um deles.
Para quem não conhece, RCT é uma série de jogos onde construímos e gerenciamos parques de diversões. E podemos escolher tudo, desde o design de uma montanha russa, até mesmo a cor do carrossel. Isso sem falar que podemos definir preços de entrada nos parques, nos brinquedos, fazer campanhas de marketing, pegar dinheiro emprestado, contratar funcionários e afins. É um gerenciamento realmente completo, e chama atenção o fato de ter sido lançado originalmente em 1999.
E todos os elementos dos primeiros jogos da série estão em RCT Classic. Os gráficos, as trilhas sonoras e até mesmo os parques originais. Ao todo, são 95 diferentes fases para se jogar na coletânea, que incluí RCT 1, RCT 2 e as expansões Wacky Worlds e Time Twister, lançadas para o segundo jogo.
É remasterização?
Não! RCT Classic não se trata de uma versão remasterizada dos clássicos. A Origin8 Technologies Ltd., empresa responsável por desenvolver o game em parceria com Chris Sawyer, se preocupou em adaptar o título para dispositivos modernos. Se RCT 1 e RCT 2 enfrentam problemas de compatibilidade com sistemas operacionais mais modernos, a ideia foi suprir essa demanda. Assim, mexeu-se o mínimo necessário para manter a essência.
Apenas os menus foram refeitos. Fora das fases, a mudança é mais visível, mas in-game continuamos com a mesma sensação de antes. Foi mantido da forma original, com as atrações sendo divididas por abas e leves toques, para deixar o jogo um pouco mais clean.
Por fim, para não dizer que a Atari entregou o mesmo jogo apenas com melhorias visuais, temos uma excelente adição: o avanço de tempo. Se nas primeiras versões um ano no jogo demorava uma hora, aqui temos a opção de acelerar bastante, terminando uma fase em poucos minutos. Lógico que a graça é ir criando seus projetos, acompanhando a pesquisa, as finanças e decorando o parque para deixá-lo com a sua cara. Mas quando a preguiça bate, ou o tempo aperta, passar para o próximo parque rapidamente pode ser uma boa.
No entanto, são dois pontos negativos que merecem destaque: a ausência da localização do jogo para o nosso idioma e a a não inclusão da Steam Workshop. Em um título onde somos incentivados a criar, poder compartilhar nossas invenções com a comunidade deveria ser mais incentivado.
Vale a pena?
RollerCoaster Tycoon Classic entrega justamente aquilo que promete: nostalgia e diversão. Se você, em algum momento da sua vida, já jogou algum dos clássicos que estão na coletânea, saiba que ela foi desenvolvida e lançada no mercado pensando em você. Com os mesmos gráficos, a mesma trilha sonora e a mesma diversão, o game é exatamente aquele de 20 anos atrás, com leves melhorias nos menus e com a possibilidade de avanço de tempo.
Por outro lado, o público mais novo, acostumado à gráficos modernos e detalhados, podem estranhar o game. E tudo bem, isso é normal. São outros tempos e é entendível. Mas o meu conselho não poderia ser outro para eles também: joguem e divirtam-se como nós nos divertimos no passado. Vale a pena!
RollerCoaster Tycoon Classic foi lançado para celulares com Android e iOS em dezembro de 2016 e a versão para PC e Mac chegou em setembro de 2017. O game tem um preço bem atrativo: R$ 36, 99 para computadores, R$ 18,99 para Android e US$ 5,99 para iOS. No Metacritic, o game alcançou a incrível média de 90 pontos.
*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.