A oitava geração de consoles recebe o quarto lançamento de Okami. Quando o jogo saiu pela primeira vez para PlayStation 2, há mais de uma década, vendeu menos de 300 mil unidades. Sua narrativa poética e sua estética artística foi ofuscada em um ano que recebeu outros grandes títulos como Bully, Call of Duty 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion.
Okami teve a chance de brilhar novamente, quando uma versão para Nintendo Wii foi lançada em abril de 2008, e quando uma versão em HD foi lançada para PlayStation 3, em outubro de 2012.
Cinco anos desde o último lançamento em consoles, Okami novamente é lançado para a geração atual. Batizado de Okami HD, o título traz o estilo de arte único e os fundamentos da história de outros tempos, mas não há como negar o fato de que o jogo tem 11 anos agora.
Honestamente, eu gostaria de ver uma continuação depois de uma década, ao invés de uma década de remasterizações. Apesar de todos os elogios que Okami recebe das críticas, até hoje ele não atingiu o sucesso comercial.
Será que dessa vez vai? Provavelmente não, mas ainda sim, onze anos depois, continua sendo um ótimo jogo. Saiba porquê em nossa última crítica de 2017!
Amaterasu desperta mais uma vez
Okami HD se baseia no folclore, lendas e mitos japoneses para criar sua narrativa. Ele conta a história do deus xintoísta do Sol, Amaterasu, atravessando um Japão pré-industrial para limpar o país de uma maldição imposta pelo demônio serpente de oito cabeças, Orochi.
A configuração do jogo se liga bem com sua história, pois os jogadores conseguem experimentar a cor sendo restaurada para uma área depois de terem sido eliminados do mal.
O mundo é uma tela a ser pintada
Tudo em Okami é uma tela, e Amaterasu, é o pincel. Um pincel que cria a beleza das sobras cinzas deixadas pela corrupção criada por Orochi. É muito bom toda vez que você vê uma parte do mundo se transformar em algo vivo e vibrante depois de limpar a praga sobre ela.
Tudo o que brilhava nas gerações anteriores, reluzem mais ainda nas novas versões. O esplendor visual já suntuoso e atemporal ganha mais destaque na resolução maior e menos serrilhada dos consoles modernos. Onze anos depois, Okami é ainda mais bonito do que antes.
Depois de sentir imerso eu seu universo, você acaba se entregando e deixando algumas falhas passarem. Mesmo assim, não posso deixar de citá-las. A primeira delas está na câmera: ela é meio dura e não é muito dinâmica, exatamente como em um jogo de PS2. O combate ainda é divertido mas, na minha opinião, ainda é um pouco raso.
Okami HD: o veredito
Sabendo dos seus defeitos, Okami HD aposta em suas qualidades. Após poucas horas, você se sente emocionalmente investido, e não apenas quer ver o final da história como torce por Amaterasu e pelos carismáticos personagens que ele encontra pelo caminho.
É por esta razão que não é difícil ver por que o jogo acumulou fãs ao longo de todos esses anos. A filosofia japonesa respira através de Amaterasu e todos os que fazem parte de sua jornada, para não mencionar um mundo que explode em cores sob suas patas.
Os desenvolvedores do falecido Clover Studio ainda tem motivo para se orgulhar de sua criação. Agora esperamos que a CAPCOM a veja como uma franquia digna de uma continuação modernizada.
Okami HD foi (re)lançado no dia 12 de dezembro para PlayStation 4, Xbox One e PC, via Steam, somente em formato digital. O título alcançou média de 88 pontos no Metacritic, na versão avaliada.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.