Star Wars sempre foi uma franquia que me empolgou muito. E com Star Wars Battlefront 2 não me senti diferente. Depois de uma enorme decepção com a primeira versão do game, eis que surgiu um jogo bem diferente, com seu curto, mas muito interessante modo história, cheio melhorias tanto na parte gráfica quanto na jogabilidade.
Mas existem problemas. Muitos, aliás. Porém, já digo de cara que seria um tanto quanto injusto analisar as características do game por conta de alguns erros da Electronic Arts e a sua ganância com as famigeradas loot boxes. E se você está curioso pra saber o que vem por aí, vem com a gente em mais mais uma crítica do Jornada Geek!
Vamos começar do pior…
Torna-se impossível não falar de Star Wars Battlefront 2 sem mencionar o escândalo das loot boxes, que levou a comunidade à loucura com a possibilidade do jogo, já muito caro, se tornar apenas mais um pay-to-win.
A tática feita para as empresas arrecadarem ainda mais dinheiro já é contestada em diversos países, caindo na premissa de ser jogo de azar, onde o jogador compra algo e não faz ideia do que poderá ganhar. Fóruns internacionais como o Reddit fizeram tanto estardalhaço que a própria Lucasfilm reagiu e solicitou que a EA retirasse a predatória artimanha do game. Após a empresa acatar o pedido que veio de cima, dos donos da marca, a comunidade pôde jogar em paz e, aí sim, entra o brilho de Star Wars Battlefront 2.
O que há de novo?
O jogo apresentou mudanças extremamente importantes em geral. Os rolamentos estão mais fluídos, não contando com travamentos ou qualquer outro problema. O número de armas encontra-se reduzido, mas, por outro lado, podemos perceber um novo sistema de skills em forma de cards encontrados em loot boxes. Nesse ponto, o jogo já se distancia completamente do seu antecessor, sendo interessante o novo modelo adotado e sua variedade na criação de builds que melhor se encaixem ao estilo do player.
Outro ponto positivo que vale ser ressaltado diz respeito à escolha de novos personagens com características especiais no modo multiplayer online ou offline. Um exemplo: se você quiser jogar com um wookie e sua besta como forma de combate de curta distância, isso é possível graças a um sistema de pontos adquiridos por tarefas dentro da partida que podem ser acumuladas, te permitindo escolher um bom número de unidades e veículos. Antes, para acontecer algo próximo a isso, você deveria encontrar tokens pelo mapa, sendo um sistema um pouco injusto.
Ainda sobre o modo multiplayer, os heróis, que anteriormente eram caríssimos e que também foram ponto de ira dos gamers, hoje encontram-se por um preço mais justo e que não demande longas horas para serem adquiridos. Aliás, eles são um dos pontos mais divertidos do jogo, sendo trunfos para os campos de batalha. Segundo consta em algumas fontes, podem surgir mais depois do lançamento da DLC no dia 13 de dezembro. Oremos!
A história
No game você encarna Iden Versio, líder do Esquadrão Inferno, uma espécie de forças especiais do Império Intergalático acionada em casos extremos. Isso por si só já traz o outro lado da história, quase sempre ignorado em Star Wars. O pano de fundo é a destruição da segunda Estrela da Morte e o que se sucederá ao Império depois da queda do imperador.
Os aspectos psicológicos e as relações da comandante Versio são brevemente explorados ao longo da curta história, que infelizmente deixou a desejar. Mas não se desanime, na DLC dita anteriormente também terão novidades no modo história, que contará mais dos primeiros dias de nossa protagonista na Primeira Ordem.
Embora tenha um período curto, com cerca de 6 horas, a história não é ruim. Percebe-se aqui, aliás, uma dedicação das desenvolvedoras com a captação de CGI de atores reais e também com a preocupação em encaixar a história no universo cinematográfico, algo que pode dar ainda mais pistas do próximo filme.
Além disso, o modo história introduz as novidades da interface do game tanto para os novos quanto os velhos de guerra. Particularmente, como um fã, vibro com a ideia de que o jogo dialogue diretamente com o universo cinematográfico. Assim como nas séries animadas e em alguns livros, esse tipo de coisa cativa ainda mais os fãs da saga.
E vale a pena!
Com gráficos maravilhosos e uma jogabilidade formidável, Star Wars Battlefront 2 merece uma chance sim, mesmo com os problemas citados anteriormente. O jogo tem um maravilhoso modo multiplayer, com servidores estabilizados e muito mais fáceis de se encontrar oponentes do que na versão anterior e isso já dá um gás ao que já encontra-se bom.
Sobre o modo história, ele consegue colocar os fãs mais apaixonados como eu em um cenário desejado, não destoando nada das narrativas dos filmes, apresentando um conteúdo bom, mas que poderia e ainda pode ser muito mais explorado.
Há ainda muita coisa nova para surgir em Star Wars Battlefront 2. As DLCs serão todas gratuitas e pelo menos nisso a EA acertou. Custando entre R$209,90 na versão Standard e R$279,90 na edição Trooper de Elite Deluxe, tanto no PC quanto nos consoles, o game não é barato, mas dependendo do que as atualizações futuras trarão, valerá muito a pena, ainda mais para os amantes da saga e dos modos multiplayer, o ponto mais alto do game.
Por conta dos escândalos e as vendas abaixo do esperado, o game alcançou a triste média de 67 pontos no Metacritic. Espera-se que depois disso as empresas envolvidas no desenvolvimento e distribuição do jogo pensem duas vezes antes de fazer qualquer outro movimento brusco que tenha reflexos na comunidade.
Star Wars Battlefront 2 está disponível para PC, via Origin, Xbox One e PlayStation 4 através da Origin, desde novembro de 2017.
*Review elaborada usando a versão de PS4 do jogo. A cópia física foi gentilmente cedida pela WB Games Brasil, para a realização dessa análise.