No dia 14 de novembro de 2017, a Rockstar Games lançou L.A. Noire para a nova geração de consoles. Com melhorias gráficas no PlayStation 4 e no Xbox One, e controles adaptativos para Nintendo Switch, o jogo foi relançado quase sete anos após sua versão original, que saiu para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, via Steam. À época, um sucesso estrondoso: a média de notas no Metacritic chegou a 89, tanto no PS3, quanto no Xbox 360. Na Steam, são 86% de avaliações positivas, em mais de 10.000 já feitas pelos jogadores.
Mas será que a Rockstar acertou em trazer de volta um jogo que já caminha para o seu sétimo aniversário? Pegue seus apetrechos, detetive! A review do Jornada Geek começa agora!
O que é L.A. Noire?
Se a grande maioria da comunidade gamer está acostumada à cometer crimes em jogos da Rockstar, como Grand Theft Auto, Red Dead Redeption e Max Paine, em L.A. Noire você se vê do outro lado da moeda. Como o veterano condecorado e detetive recém-estabelecido Cole Phelps, seu objetivo é investigar e desvendar crimes que aconteceram de verdade nos Estados Unidos na década de 1940. Com uma pegada diferente, mais voltada para o drama e com menos ação do que em outros títulos da produtora, pode-se até estranhar, mas, sim, os elementos de sucesso estão lá.
Tanto que, com diversos recursos “emprestados” das telonas, L.A. Noire foi um dos jogos com as melhores avaliações em 2011. Muito por conta da MotionScan, uma tecnologia implantada pela Rockstar para captura de expressões faciais dos atores que deram vida ao jogo. Vou explicar melhor abaixo.
L.A. Noire é uma referência direta aos filmes noir, um subgênero de filmes policiais, que teve seu auge na década de 1940, nos Estados Unidos. Esses filmes foram filmados em preto-e-branco em alto contraste e isso deu nome ao título. L.A. de Los Angeles, a “capital” do entretenimento nos EUA, onde se passa a história do game, e Noire, de noir, que significa preto, em francês.
E que diabos isso tudo tem a ver com o jogo? É aí, caro leitor, que entrou a genialidade da Rockstar. A maioria destes filmes são dramas, com visuais obscuros, sob influência do expressionismo alemão. E quase todas essas histórias envolvem detetives solucionando crimes envolvendo histórias de amor. Poético! E qual a melhor forma de desvendar esses crimes? Investigando e “lendo” expressões faciais. E aí voltamos à MotionScan.
Graças à essa belezura, nós podemos identificar quem é culpado ou inocente pela forma como esse NPC vai reagir quando for abordado durante o jogo. E L.A. Noire consegue trazer uma história bem elaborada, missões secundárias envolventes, flashbacks e até mesmo conexões entre casos. Como se fosse um filme…
Melhores texturas, 4K, e o que mais?
L.A. Noire foi um lançado em 2011, para a geração passada de consoles. E isso fica bem claro logo nos primeiros momentos da jogatina. Por mais que a Rockstar tenha feito um upgrade nos gráficos, com leves melhorias em textura, na iluminação dos cenários e na resolução, não há motivos que façam alguém querer re-jogar o título somente pela parte gráfica.
Para o público brasileiro foi uma grande decepção a ausência de legendas em nosso idioma. Afinal, L.A. Noire é um jogo denso, com enredo longo e cheio de referências técnicas. O sentimento que ficamos é que, mesmo que o L.A. Noire original não tenha sido localizado pra cá, essa poderia ter sido uma grande oportunidade para novos e antigos jogadores terem uma experiência diferente na remasterização. Uma bola fora da produtora. Além disso, é visível que se trata de um jogo “antigo” por dois motivos: as movimentações são um pouco travadas e o mundo aberto, apesar de grande, é vazio e tem pouca atividade.
O lado policial da Rockstar
Porém, caro leitor, nem tudo está perdido por conta disso. Como já disse, L.A. Noire nos coloca do outro lado da moeda: somos um oficial da lei, e precisamos agir como tal. Não vá sair por aí destruindo a cidade, atropelando civis e roubando carros… Aliás, você até pode usar o seu distintivo e pegar um carro emprestado, igual vemos nos filmes. Só não esqueça de devolver.
Mas o seu objetivo é ser bonzinho? Nem sempre! Afinal, o jogo nos dá três formas de abordar testemunhas: como “policial bom”, “policial mau” ou “acusar”. E isso significa exatamente o que você entendeu. Podemos ser aquele camarada, que tenta arrancar informações na boa. Ou podemos ser aquele babaca que sai pressionando o suspeito. E, por fim, acusar um dos suspeitos, de acordo com as provas que encontramos na cena do crime.
Com câmera em terceira pessoa, o jogo até lembra GTA IV, um título da mesma época. Os gráficos, as expressões faciais e a jogabilidade são bem parecidos. Mas o destaque fica por conta de andar de carro por Los Angeles, seguir e trocar tiros com suspeitos, explorar a cidade em busca de colecionáveis e descobrir pistas e novas missões.
Veredito
L.A. Noire é um dos grandes jogos da geração passada e já teve o seu merecido sucesso e reconhecimento. Por isso, para veteranos, a versão remasterizada oferece poucas razões para jogar novamente. Mas, para quem ainda não experimentou, temos aqui um ótimo jogo, com muito conteúdo e horas de diversão.
No entanto, ressalto que o valor cobrado de quase R$ 200 para PlayStation 4 e Xbox One é muito acima da real experiência que o jogo proporcionará. Falamos de um jogo com quase sete anos, que teve pequenas melhorias gráficas. E, se compararmos com a versão de PC, que traz recursos visuais similares e é encontrada por R$ 44,99 sem nenhuma promoção, a diferença é ainda mais gritante.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.