YAKUZA 0 | Você precisa mesmo jogar essa série

Yakuza 0 tenta uma quantidade ridícula de coisas, e quase sempre consegue, do seu jeitinho estranho

Há um tempo, fizemos uma crítica de Yakuza Kiwami, um jogo de uma das séries mais ricas e bem cuidadas da história dos videogames. Apesar da excelente nota, não apenas aqui no Jornada Geek, como em quase toda a mídia especializada, a série Yakuza ainda é um jogo de nicho pelo ocidente. Pois bem, tivemos acesso a uma cópia da pré-sequência do jogo, chamada Yakuza 0, que foi lançado no começo desse ano. Após mais uma aventura pelas ruas de Tóquio e Osaka, tenho a obrigação de repetir minha recomendação: se você tiver a oportunidade, jogue Yakuza.

Yakuza 0 é um bom exemplo de como a série custou sair bem fora do Japão. Lançado na Terra do Sol Nascente em 2015, levou dois anos para ser localizado para o mundo todo. Até para trazer Yakuza Kiwami, a SEGA preferiu ir com calma e fez uma pesquisa com jogadores para saber se valia a pena lançá-lo por esses lados. Por isso e pela ambientação nipônica, o jogo passou despercebido pelo grande público. Bom, Yakuza 0 é perfeito para quem vai mergulhar na franquia. Hoje, a saga está no sexto episódio, que chega em março do ano que vem. Uma história tão carregada como a de Yakuza torna impossível começar a jogar de qualquer um deles. Por sorte, Yakuza 0 é um jogo que conta as origens, enquanto Kiwami é um remake completo do primeiro game de 2005. Você não tem mais desculpas para não entrar de cabeça!

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Na teoria, quem nunca teve contato com um jogo de Yakuza deve achar os elogios bastante discutíveis. Como você pode ter um jogo de luta onde você mal luta? E como você pode tentar contar uma história dramática e realista, se o tempo todo você a interrompe com momentos de comédia completamente absurdos?

A beleza de Yakuza 0, como seus predecessores, é como esses elementos opostos funcionam juntos. Em seus “momentos de emoção”, você realmente começa a se preocupar com os personagens, apenas para acontecer alguma situação ridícula em seguida que acaba te cativando. Você não vai se importar com a dicotomia, porque é assim que são os jogos de Yakuza.

A história de Yakuza 0

Nessa edição você divide o controle entre dois personagens maiores da história: Kazuma Kiryu, o protagonista de todos os outros jogos, e Goro Majima, seu rival. Você toma o controle de ambos os personagens ao longo da campanha, com a perspectiva de mudar entre eles durante os capítulos. É muito bom poder ver ambos os lados, com Kiryu pelo sindicato do crime de Tojo, mantendo uma sensação de honra pessoal e Majima passando por tudo quanto é tipo de situação degradante que eventualmente o deixa meio maluco.

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Não tem nenhuma jornada para salvar o mundo por aqui – você guia dois gangsters tentando ganhar muito dinheiro – mas os fortes papéis dos protagonistas te fazem aguardar a próxima cutscene e o desenrolar da história. Vale a pena notar que a atuação é toda em japonês, então esteja preparado para ler legendas. Infelizmente, em inglês.

Como Kiryu, os jogadores tentam limpar seus nomes de uma acusação de assassinato e entrar no mercado imobiliário brigando pela posse de um famoso lote vazio de Kamurocho – um terreno de uma propriedade desconhecida e disputado ferzomente pelo Clã Dojima e a Imobiliária Tachibana.

Em Sotenbori, Majima está tentando voltar para a Yakuza trabalhando como gerente do The Grand Cabaret. Sua história detalha até onde ele vai para recuperar o status, e também quais limites ele não deve ultrapassar.

Onde mora grande tesouro da série

As missões secundárias, no entanto, roubam o show. Aqueles que pretendem experimentar tudo em Yakuza 0 podem esperar ensinar uma dominatrix a repreender seus clientes de forma eficaz, serem sexualmente intimidados por uma velha com cabelos roxos, encontrar um homem em calcinha conhecido apenas como Homem Masoquista e se envolver em inúmeras situações igualmente incomuns. Todas as atividades são muito divertidas, e as situação ridículas só melhoram tudo.

YAKUZA 0 | Você precisa mesmo jogar essa série
Ok… situação complicada, mas podemos dar um jeito.

Dois homens crescidos, atolados até os pescoços em uma conspiração envolvendo a máfia, lutando por suas vidas, mas também desperdiçando horas cantando música pop dos anos 80, ficando bêbados, ajudando meninos sem a idade mínima a comprar videogames e tentando pegar brinquedos de pelúcia nas máquinas dos arcades.

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Quem está chegando agora também vai se surpreender com a quantidade de detalhamento do jogo. Tudo nos jogos de Yakuza é incrivelmente mundano. As lojas de conveniência não são caricaturas (como os estabelecimentos de comida de, por exemplo, Grand Theft Auto), eles são apenas lojas de conveniência reais, onde você pode comprar comida e lanches japoneses de marcas reais. Existem lojas de departamentos com marcas de verdade. Arcades da SEGA. Barraquinhas de macarrão japonês.

O terceiro ponto alto do jogo é o combate. O sistema de luta de Yakuza 0 é um dos mais brutais que podemos experimentar. Cada soco e chute tem um impacto impressionante, incluindo barulhos de ossos. A dedicação colocada nessa parte faz com que os oponentes pareçam mesmo estarem passando por muita dor. Os movimentos especiais que podem ser usados quando você está enchendo alguém de porrada mudam a câmera para perto e terminam em cabeças socadas no concreto e quadros de bicicleta em volta de costelas.

Yakuza 0: O veredito

Yakuza 0 tenta uma quantidade ridícula de coisas, e quase sempre consegue, do seu jeitinho estranho. A série estabeleceu seu nome no ocidente, mas ainda não atingiu o sucesso mainstream. Se há alguma justiça neste mundo, isso logo deve mudar. Eu não garanto que vá agradar a absolutamente todos, mas um título tão rico e fora da caixinha é melhor que muitos jogos AAA repetitivos e sem nenhum apelo que estamos acostumados.

Nota Surpreendente

Yakuza 0 foi lançado em janeiro deste ano, exclusivamente para PlayStation 4. O jogo é encontrado no Brasil tanto em mídia física, quanto em mídia digital. No Metacritic, o game alcançou média de 85 pontos.

*Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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